domingo, 28 de abril de 2024

“It's Over”, por Level 42

CONVERSANDO SOBRE MÚSICA estes dias, expliquei a uma pessoa que o que geralmente me atrai numa composição é a melodia. Claro, as letras também me chamam a atenção, sim, em especial nas canções dos anos 80 e 90 — sejam elas nacionais ou internacionais. Mas, com toda certeza, a melodia é sempre minha preferência.
Porém, eis um caso em que isso não aconteceu: enquanto ouvia o vinil de Running In the Family — sétimo álbum de estúdio da minha banda favorita, Level 42 —, a quarta faixa, que encerra o lado A do disco me chamou a atenção justamente pela letra.
Em minha cabeça, existe um conceito que não consigo me desapegar: de que músicas tristes devem estar no final do álbum pra encerrá-lo depois de te fazer dançar pra lá e pra cá. A influência disso se dá por causa do FutureSex/LoveSounds, segundo disco de estúdio do Justin Timberlake — e, até hoje, meu favorito do cantor. Porém, It's Over encerrar o lado A me pegou despreparado. Não estava esperando dar de cara com uma letra tão forte na metade do álbum.
A letra é melancólica. Fala sobre término. Fala sobre ir embora por se sentir incapaz de ficar. Fala sobre a tristeza de ter tido uma relação ideal e ter feito algo que fez tudo ir por água abaixo.
Como sempre, deixo abaixo a tradução da canção, junto ao videoclipe — que eu não fazia ideia de que existia, por sinal —, disponível no YouTube.


“Acabou”, por Level 42

Eu não vou estar aqui quando você voltar pra casa
Me desculpe se você não entender, me perdoe se puder
Mas eu estou vendo um outro caminho
E não voltarei mais

Não procure por mim pela cidade
Pois eu vou estar longe e você não me encontrar em nenhum lugar
E eu não levarei lembranças, perfumes, fotos ou promessas
Porque acabou
E eu não voltarei mais

Você me deu tudo
E eu parti seu coração
Você sabe que eu não queria
Partir seu mundo ao meio

Eu nunca teria ido embora
Se eu soubesse que você não aguentaria a dor
Uma carta no corredor, escrita na parede
Uma carta sem palavras de amor
Porque acabou
E eu não voltarei mais

E enquanto eu fecho a porta
Sei que estou quebrando seu coração
Eu devia ter te amado mais
Ao invés de ter partido seu mundo ao meio

E enquanto ando rumo a uma noite solitária
Me sinto triste, me sinto mal
E todas as vezes em que você se sentiu sozinha onde quer que estivesse
Não me odeie, por favor, mas eu não conseguia fingir mais

Sinto as lágrimas
Consigo sentir as lágrimas
Escorrendo por muitos anos
Lágrimas, sinto as lágrimas
Consigo sentir as lágrimas
Escorrendo por muitos anos

Parnamirim, 28 de abril de 2024
Rio Grande do Norte, Brasil

domingo, 18 de fevereiro de 2024

As surpresas do colecionismo de quadrinhos (ou “Aquela vez em que eu encontrei o gibi mais raro do Brasil perdido num sebo”)


Eis algo inusitado que me aconteceu na quarta-feira desta semana, dia 14 de fevereiro: depois de um piquenique com amigos, visitei pela primeira vez um sebo que não conhecia. Eu disse a uma amiga que estava colecionando vinis e ela disse que conhecia um lugar com vários baratos. Depois de mais de uma hora procurando entre inúmeros, encontrei dois que queria demais: Último Romântico, do Lulu Santos — uma coletânea dos maiores hits do cantor — e The Big Star, do Elton John — uma espécie de Greatest Hits só que produzido aqui no Brasil.
Vinis separados, virei para minha amiga e disse “Só para não ir embora sem um, vou procurar saber onde estão os gibis”. Depois de questionar o senhorzinho que é dono do local, ele me apontou uma mesa bem bagunçada e disse que “tem vários espalhados aí”.
Quando olho pra uma cestinha sobre a mesa, o susto: uma edição de Cavaleiros do Zodíaco: Episódio G #19. Eu não podia acreditar. Fui perguntar o preço dos mangás e a nova surpresa: “Esse daí é R$ 7”. Sete. Somente sete reais. Sete reais no mangá mais raro do Brasil.
Fechei o pacote somando R$ 50 quando adicionei Dragon Ball #32 da Conrad (a última edição antes da mudança do título para Dragon Ball Z). De brinde, ainda ganhei o encarte que me faltava pro vinil Aquarela do Brasil, da majestosa Gal Costa.
Este mês, eu completei 15 anos colecionando quadrinhos (meu primeiro gibi da coleção que hoje possuo foi Bleach #20, lançado em fevereiro de 2009). Ontem, me presenteei com esse mangá. Foi literalmente um dos melhores dias da minha vida.
(A foto que ilustra é um print do story que postei em meu Instagram na hora em que descobri o preço do mangá. Minha amiga segura ele em suas mãos enquanto eu tiro a foto, que ficou um tanto tremida por eu não conseguir conter as emoções.)