SOU COLECIONADOR ASSÍDUO de quadrinhos e amo passar horas e horas lendo as
mais variadas e diversas aventuras que são criadas mundo afora. No meio de todo
o panteão de heróis que são criados, os que sempre me chamam mais atenção são
aqueles que não dispõem de superpoderes, mais ainda assim possuem a
determinação de encarar qualquer perigo que exista. Batman, o detetive Rip
Kirby, o sargento Pat de “Rádio Patrulha”, Brick Bradford, são exemplos, só para
nomear alguns.
Mas, nesse meio, existe um cara na vida real que
também é um herói para mim, e, nesse momento, entendo que isso pode ser um
clichê para muitos, mas a verdade é exatamente essa como vos digo. Esse cara é
meu pai, Ismenio.
A memória mais antiga que tenho foi do clássico dia em
que ele decidiu me levar ao Museu da Marinha, no Rio de Janeiro. Esse foi um
dia engraçado demais – mas apenas hoje eu consigo dar risadas. Eu não fazia
ideia do que me esperava, e a inocência da infância não me fez ligar bem os
pontos: eu morro de medo de água e estava indo a um lugar cujo objetos
expostos ficavam justamente nela. Um submarino, um navio... E ao chegar na
porta do Museu e ver o que nos aguardava, estava feito o estrago. Pus-me a
chorar dizendo que nunca entraria naquilo. “E se a corda que sustentava aquele
submarino arrebentasse com a gente dentro!?” Lá se foi um dos nossos primeiros
passeios.
A memória mais recente que tenho aconteceu ontem mesmo.
Meu pai, ainda não contei esse fato mas gostaria de deixá-lo aqui para que
saibam muito bem disto, é um dos caras mais engraçados que já conheci. E ele é
um Rei dos Memes, com maiúsculas para indicar que esse posto tem dono e é muito
bem ocupado. E lá vinha ele me gritando pela casa, entre risadas, para me
mostrar um vídeo hilário em que um cara acidentalmente martelava seu próprio
dedo e, ao virar para trás balançando a mão com dor, recebia um violão em seu
colo e o balancear começava a tocar o instrumento. E estávamos nós a cair
juntos na gargalhada.
Ou seja, entre chorar e rir, ou até chorar de rir, de
emoção, principalmente, é quase como que num estalo de dedos quando na
companhia do papai. As mesmas emoções que a maioria dos heróis que citei
anteriormente, fictícios, me proporcionam. A lógica do pensamento me leva
àquela conclusão anteriormente dita: meu pai é mesmo um herói. Só pode.
Existem outras milhões de memórias que guardo com
gigantesco carinho em minha mente. E, hoje, o responsável por elas completa
mais um ano de vida. Papai passou dos quarenta mas possui uma alma extremamente
jovem. Aprendo todos os dias com ele sobre diversas e inúmeras coisas, mas a
mais especial é a de como ser um humano melhor. Papai é meta nesse ponto, pois
ele tem um coração extremamente puro que sempre me põe um sorriso no rosto quando
penso no dono. Papai é um dos meus maiores crushes e não temo assumir o
quanto o admiro. E o homem também é bonito! O pacote é completo.
Espero poder compartilhar ainda mais momentos com ele,
vivendo as mais variadas aventuras que a vida nos proporcionar. E espero poder compartilhar
mais aniversários com ele, agradecendo as mais variadas chances que a vida lhe
dá.
Obrigado, pai. Por tudo isso, posso lhe dizer três
palavras que resumem bem como me sinto:
Eu te amo.
Feliz dia 28 de fevereiro. Feliz teu dia.
Feliz aniversário.
Do seu filho favorito que nasceu em Irajá.
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