tag:blogger.com,1999:blog-66971199894710291152024-03-14T09:52:13.719-03:00Lucas Cristovam | Blog pessoalLucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.comBlogger92125tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-20086896698372782552024-02-18T00:00:00.005-03:002024-02-18T00:00:00.136-03:00As surpresas do colecionismo de quadrinhos (ou “Aquela vez em que eu encontrei o gibi mais raro do Brasil perdido num sebo”)<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhA5YmXQfxULrvLme0OwAoExUm6rdru27Ys9gfbfvxxfU1hnmTA-j5atJbZaV67rxA-nJcK7hsks-1dvGL-DvYqgVWj0iMRZiDFkA_zfkRuAdThQCZoLLIOc76sDJdLFCjgZUryjmP4_C6-DQPQBpEAoooxSEV9EpJfgVUOFAOrTY8YhKqpc3uiPhk7" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="2014" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhA5YmXQfxULrvLme0OwAoExUm6rdru27Ys9gfbfvxxfU1hnmTA-j5atJbZaV67rxA-nJcK7hsks-1dvGL-DvYqgVWj0iMRZiDFkA_zfkRuAdThQCZoLLIOc76sDJdLFCjgZUryjmP4_C6-DQPQBpEAoooxSEV9EpJfgVUOFAOrTY8YhKqpc3uiPhk7=w344-h640" width="344" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eis algo inusitado que me aconteceu na quarta-feira desta semana, dia 14 de fevereiro: depois de um piquenique com amigos, visitei pela primeira vez um sebo que não conhecia. Eu disse a uma amiga que estava colecionando vinis e ela disse que conhecia um lugar com vários baratos. Depois de mais de uma hora procurando entre inúmeros, encontrei dois que queria demais: <i>Último Romântico</i>, do Lulu Santos — uma coletânea dos maiores hits do cantor — e <i>The Big Star</i>, do Elton John — uma espécie de <i>Greatest Hits</i> só que produzido aqui no Brasil.</div><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>Vinis separados, virei para minha amiga e disse “Só para não ir embora sem um, vou procurar saber onde estão os gibis”. Depois de questionar o senhorzinho que é dono do local, ele me apontou uma mesa bem bagunçada e disse que “tem vários espalhados aí”.</div><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>Quando olho pra uma cestinha sobre a mesa, o susto: uma edição de <i>Cavaleiros do Zodíaco: Episódio G</i> #19. Eu não podia acreditar. Fui perguntar o preço dos mangás e a nova surpresa: “Esse daí é R$ 7”. Sete. Somente sete reais. Sete reais no mangá mais raro do Brasil.</div><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>Fechei o pacote somando R$ 50 quando adicionei <i>Dragon Ball</i> #32 da Conrad (a última edição antes da mudança do título para <i>Dragon Ball Z</i>). De brinde, ainda ganhei o encarte que me faltava pro vinil <i>Aquarela do Brasil</i>, da majestosa Gal Costa.</div><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>Este mês, eu completei 15 anos colecionando quadrinhos (meu primeiro gibi da coleção que hoje possuo foi <i>Bleach</i> #20, lançado em fevereiro de 2009). Ontem, me presenteei com esse mangá. Foi literalmente um dos melhores dias da minha vida.</div><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>(A foto que ilustra é um print do <i>story</i> que postei em meu Instagram na hora em que descobri o preço do mangá. Minha amiga segura ele em suas mãos enquanto eu tiro a foto, que ficou um tanto tremida por eu não conseguir conter as emoções.)</div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-37715801958880827202023-12-31T00:00:00.018-03:002023-12-31T00:00:00.300-03:00Os Melhores de 2023<div style="text-align: justify;"><b>ERA BASTANTE COMUM</b> que eu fizesse postagens anuais trazendo, ao fim do ano, as coisas que eu mais gostei e alguns comentários sobre elas. Como estou com vontade de recuperar tradições que perdi com o tempo — e também aproveitando que o último dia do ano cai justamente num domingo, que é quando as postagens são feitas neste blog —, decidi voltar com a série Melhores do Ano e listar abaixo as coisas que mais gostei ao longo de 2023.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>As categorias são as seguintes: <i>Melhor HQ</i> — que eu separo em <i>Melhor Gibi de Super-Herói, Melhor Mangá</i> e <i>Melhor Tira Seriada</i> —, <i>Melhor Livro, Melhor Série, Melhor Filme, Melhor Música</i> e <i>Melhor Álbum.</i><br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Sem mais delongas, vamos aos resultados!<br /><br /></div><div style="text-align: center;"><b>MELHORES HQs<br /><br />Melhor Gibi de Super-Herói<br /><br />THE AMAZING SPIDER-MAN (2022),</b></div><div style="text-align: center;"><b>de Zeb Wells, John Romita Jr., Ed McGuiness e outros</b><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="400" src="https://i.annihil.us/u/prod/marvel/i/mg/7/30/6259cb878dd80/clean.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="260" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Capa da primeira edição norte americana. Arte por John Romita Jr.<br /></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"></div><br />Ah, o Homem-Aranha de Zeb Wells... Amado por poucos, odiado por uma gigantesca legião. Eu fui um dos que começou sentindo nada além de desprezo pela escrita do Wells! E, por incrível que pareça, a culpa foi total da base de fãs do teioso. Eu fui seguindo o fluxo e achando horrível cada uma das decisões que Wells ia tomando. Peter e Mary Jane afastados? Mary Jane casada com outro cara e tendo dois filhos? Tudo isso num período de seis meses? O motivo de tudo era um vilão criado pelo próprio Wells lá em 2008 e que nunca mais apareceu de novo?<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Mas, conforme fui lendo as edições... Rapaz, não é que a coisa é boa e faz sentido? O Lápide sendo incrivelmente difícil de lidar e manipulando o Peter, o arco com os Duendes Macabros e Norman Osborn sendo herói, o arco <i>Dark Web</i> [Teia Sombria] e Ben Reilly agora como vilão, a revelação do que afastou Peter de todos que ele amava, e, mais recentemente, o Octopus tentando tornar o Osborn em vilão novamente, o arco com o Rek-Rap e, finalmente, <i>Gang War</i> [Guerra de Gangues].<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Eu ainda acho que os arcos estão um pouco desconectados. Essa é uma opinião minha, mas não consigo traçar com certeza uma linha cronológica dentro da coisa. Tudo que sei é que o foco é em Norman Osborn e se ele irá se tornar um vilão novamente ou não. (Afinal de contas, ele teve seus pecados removidos durante a fase do Nick Spencer.)<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Ainda assim, esses arcos (mesmo que isolados), a magnífica arte do John Romita Jr. (que é meu artista de quadrinhos contemporâneo favorito), as cores do brasileiro Marcio Menyz(!!!), esses elementos me fazem ter certeza de que meu Gibi de Super-Herói favorito do ano foi <i>O Espetacular Homem-Aranha.</i><br /><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Melhor Mangá<br /><br />CHAINSAW MAN,</b></div><div style="text-align: center;"><b>de Tatsuki Fujimoto</b><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="400" src="https://m.media-amazon.com/images/I/A1DjDSDjTbL._AC_UF894,1000_QL80_.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="253" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Capa da primeira edição japonesa. Arte por Tatsuki Fujimoto.<br /></i></td></tr></tbody></table><br />Esse mangá é o clássico mangá que Lucas só compra por causa da capa. Pois é, eu sou do tipo que julga um livro por sua capa e <i>Chainsaw Man</i> foi uma surpresa gigantesca neste sentido. Tudo bem que é um dos hypes do momento, mas a história criada por Tatsuki Fujimoto tem elementos que, na minha opinião, tornam uma obra interessante até demais: questões filosóficas e ação desenfreada.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>A história de Denji poderia ser mais uma como a de vários outros personagens que existem por aí no universo dos mangás e animes. Um garoto pobre, ele tem como herança uma dívida de seu pai com a Yakuza. Os caras armam pra ele, ele se lasca e é deixado para morrer, mas seu melhor amigo, um demônio chamado Pochita, decide unir-se ao corpo de Denji. Típico. A questão que torna esse mangá fabuloso é o fato do protagonista não ter nenhuma ambição, qualquer que seja.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Eu vinha de leituras como <i>Naruto</i> — cujo protagonista quer se tornar o líder de uma vila de ninjas —, <i>Dragon Ball</i> — em que o protagonista precisa treinar cada vez mais para derrotar os vilões que sempre são mais fortes que seus antecessores — e <i>Yu-Gi-Oh!</i> — onde o protagonista tem que enfrentar a timidez para conseguir o tão sonhado desejo de ter amizades verdadeiras. Quando vi que a única motivação de Denji era, segundo o mesmo, “apertar peitos”, ri alto. Mas depois passei a refletir sobre e vi como isso era absurdo: ele nunca teve nada, nem um lar, nem o que comer. A motivação dele era simples por isso. Uau. Essa foi a primeira coisa que me pegou no mangá.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>O resto foi natural e, quando vi, estava com todos os 11 primeiros volumes lado a lado na prateleira.<br /><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Melhor Tira Seriada<br /><br />FUNKY WINKERBEAN,</b></div><div style="text-align: center;"><b>de Tom Batiuk</b></div><div style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="270" src="https://www.washingtonpost.com/wp-apps/imrs.php?src=https://arc-anglerfish-washpost-prod-washpost.s3.us-east-1.amazonaws.com/public/FCLUI6A7F4I63HHGNASTXUYYMQ_size-normalized.jpg&w=916" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr><tr align="center"><td class="tr-caption"><i>A tira dominical de 7 de janeiro de 2007. Arte por Tom Batiuk.</i><br /></td></tr></tbody></table><br />2023 foi um ano de pouquíssimas tiras seriadas. Eu voltei a assinar o Comics Kingdom (que, graças aos deuses, consegui pelo preço de U$ 1,99 de novo), mas ainda não consegui engatar na leitura das minhas tiras favoritas do site. É uma meta pra 2024, afinal recebo as tiras diariamente em meu e-mail, então quero começar o dia 1 de janeiro lendo cada uma das tiras como se fosse um leitor novato (afinal de contas, acho que todas elas já estão no meio de seus arcos iniciados).<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Ainda assim, <i>Funky Winkerbean</i> foi uma tira que eu dediquei o começo do ano para realizar o download e fazer a leitura. Encerrada em 2022, a tira durou exatos 50 anos e trazia a história de Funky e toda uma comunidade de personagens de apoio que eram vastos e diferentes, cada um com suas singularidades. O que me conquistou na tira foi justamente isso: o fato dela ser muito real. Um dos arcos mais notáveis é o em que Lisa descobre ter câncer de mama. Pra se ter noção do quão importante esse arco foi, ele rendeu <a href="https://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL74234-7084,00.html">uma matéria no G1</a>. Ou seja, chamou a atenção até fora dos EUA, onde a tira era publicada em diversos jornais.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>A tonalidade de Batiuk para os arcos e seus personagens foi grande. Inicialmente uma tira de comédia, ela migrou de tom nos anos 1990, quando Batiuk realizou um “salto temporal” e levou os personagens aos anos colegiais. A partir dali, eles passaram a envelhecer de acordo com o tempo da tira. Isso é bastante incomum nos quadrinhos. Até hoje, por exemplo, Kit Walker, o Fantasma, ainda tem a mesma idade de quando ele surgiu em 1936.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Tenho os arquivos da tira desde o ano de 1998, que foi o mais longe que o site Comics Kingdom publicou. Se tornou, entretanto, uma das minhas tiras favoritas da vida.<br /><br /></div><div style="text-align: center;"><b>MELHOR LIVRO<br /><br />PEITOS E OVOS,</b></div><div style="text-align: center;"><b>de Mieko Kawakami</b></div><div style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="400" src="https://m.media-amazon.com/images/I/61Ih5iC2FUL._AC_UF1000,1000_QL80_.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="267" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Capa da edição brasileira do livro, lançada pela editora Intrínseca.</i><br /></td></tr></tbody></table><br />Meu foco nos últimos 3 anos em questões de literatura se voltou pro lado oriental. Desde quando li <i>Crônica do Pássaro de Corda,</i> do autor japonês Haruki Murakami, fiquei apaixonado pelo estilo de escrita voltado pro cotidiano que os orientais possuem.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Estava eu na livraria Leitura do Natal Shopping passeando pelos livros quando bati o olho na lombada de <i>Peitos e Ovos.</i> O nome da autora era japonês, certeza, mas ainda não tinha escutado falar dela. Retiro o livro da prateleira, viro para a contra-capa e descubro que não há sinopse, apenas uma frase. Ela dizia que o livro tinha causado um impacto tremendo na pessoa que tinha lido. Essa pessoa era justamente Haruki Murakami.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Li a orelha, onde estava a sinopse e me interessei pelo tema: três mulheres e suas nuances. Sempre fui fascinado pelo universo feminino, até porque fui criado por mulheres durante toda minha infância e adolescência. O livro de Kawakami foi uma das coisas mais bonitas que já li. A forma que ela descreve esse universo é sutil e suave. Do tipo que te prende. Uma das coisas que me interessam nesse universo é justamente como as mulheres são mais detalhistas.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Esse é um dos livros que eu tenho recomendado pra todos ao meu redor. Se você falou comigo este ano, sabe que eu recomendei <i>Peitos e Ovos</i> em algum momento. Vale muito a pena.<br /><br /><div style="text-align: center;"><b>MELHOR SÉRIE</b><br /><br /><b>THE BIG BANG THEORY,</b></div><div style="text-align: center;"><b>de Chuck Lorre e Bill Prady</b></div></div><div style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="400" src="https://cdn.europosters.eu/image/1300/art-photo/the-big-bang-theory-crew-i106240.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="267" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Pôster promocional da série.</i><br /></td></tr></tbody></table><br />É difícil que alguma série me prenda. Por conta do meu hiperativismo, fico querendo constantemente estar em movimento, o que torna difícil ficar concentrado em uma tela. Mas, depois de muito ouvir que sou extremamente parecido com o protagonista de <i>The Big Bang Theory,</i> Sheldon Cooper, e também de ter dois melhores amigos meus (beijos, Alexia e Bruno!) insistindo para que eu desse uma chance à série, bem, eu finalmente comecei.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>O primeiro episódio foi bem morno, mas sinto que foi mais por estar realmente iniciando. Mas nos episódios seguintes, algumas risadas foram arrancadas. A temática da série é realmente a minha cara: um grupo de quatro nerds e suas desventuras diárias. Fui conquistado. E olha que ainda nem saí da primeira temporada, mas ela já está na lista de melhores do ano.<br /> O que me resta agora é esperar que o restante seja tão bom quanto. Mas creio que será, sim.<br /><br /></div><div style="text-align: center;"><b>MELHOR FILME<br /><br />GODZILLA MINUS ONE,</b></div><div style="text-align: center;"><b>de Takashi Yamazaki</b></div><div style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="400" src="https://cdn.shopify.com/s/files/1/0730/6874/0913/files/GodzillaMinusOne_PayoffPoster_web.jpg?v=1693793786" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="267" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Pôster norte-americano do filme.<br /></i></td></tr></tbody></table><br />Esse. Filme.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>O que falar de um filme que eu fui assistir sem a menor vontade, meio que forçadamente por meu irmão, e então, nos primeiros dez minutos, eu estava totalmente entregue às telas do cinema? Assim foi assistir <i>Godzilla Minus One.</i><br /> <span style="white-space: pre;"> </span>O filme é uma celebração aos 70 anos deste gigante lagarto que assombra a humanidade com seu potencial destrutivo. E que filme! A história não é sobre o Godzilla em si. Ele, na verdade, é um mero motivador pro plot existir. E que plot! Acompanhamos um piloto kamikaze que, por medo dos efeitos da guerra, desistiu do seu papel. O filme então mostra esse personagem tentando se redimir de alguma forma. E que forma! Como é incrível!<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Algo que só poderia ser produzido por japoneses, nenhuma produção ocidental chega aos pés de <i>Godzilla Minus One.</i> É o melhor filme do personagem, é o melhor filme do ano.<br /><br /></div><div style="text-align: center;"><b>MELHOR MÚSICA<br /><br />“LEAVING ME NOW”,</b></div><div style="text-align: center;"><b>de Level 42</b></div><div style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="400" src="https://i.discogs.com/_LrFkalTdEaYm6IjHQWwzlb7znkgah9mtdKVa9wVMpk/rs:fit/g:sm/q:90/h:600/w:600/czM6Ly9kaXNjb2dz/LWRhdGFiYXNlLWlt/YWdlcy9SLTkzNzIw/MS0xMTc0ODczOTIx/LmpwZWc.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A capa do vinil promocional do </i>single.<br /></td></tr></tbody></table><br />Eu costumo dizer para todos que sou extremamente romântico. Meu cantor favorito é John Legend, meu gênero favorito de filmes é o drama e as comédias românticas, eu sou apaixonado por clichês quando o assunto é o amor. Mas, ironicamente, minha música favorita de 2023 fala sobre um término de uma relação e a incapacidade do eu lírico seguir em frente por causa disso.<br /> <span style="white-space: pre;"> </span>Não ironicamente, enfrentei isto este ano, e, confesso, os efeitos ainda estão sendo sentidos. Dúvidas, incertezas, questionamentos. Tudo isto está presente na música. O piano que a acompanha é fantástico, e o solo ao final é de me deixar totalmente emotivo. É uma música que descobri justamente este ano e que ouvi repetidas e ininterruptas vezes.<br /><br /></div><div style="text-align: center;"><b>MELHOR ÁLBUM<br /><br />WORLD MACHINE,</b></div><div style="text-align: center;"><b>de Level 42</b></div><div style="text-align: justify;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="400" src="https://images.genius.com/0fe3878f4618efd38466278adcf6a2a6.1000x1000x1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Capa do álbum </i>World Machine,<i> de 1985.</i><br /></td></tr></tbody></table><br />É claro, uma vez que eu tenha escutado <i>“Leaving Me Now”,</i> fui atrás de conhecer o álbum do qual a canção fazia parte. E, caramba, que disco maravilhoso é o <i>World Machine.</i> Já falei sobre ele na última postagem, então nem vou comentar muita coisa aqui. Mas, com certeza, foi o disco que mais escutei este ano. E não me arrependo em nada! Tô até pra tatuar o detalhe da capa! Olha o ponto que esse disco atingiu!<br /><br />E isso é tudo para o ano de 2023. Vejamos o que 2024 trará para todos nós. Até lá, fiquem todos bem! E feliz Ano Novo!!<br /><br /></div><div style="text-align: right;"><i>Macaíba, 30 de dezembro de 2023<br />Rio Grande do Norte, Brasil</i></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-91012205352299800412023-10-22T00:00:00.004-03:002023-12-30T12:06:55.579-03:00“Physical Presence”, por Level 42<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgrV_WSa9_e7GWZRmcEsxni2wgEnoe5WdgQ1YGZhDxpe8rlu_CAKZ2uo2faJ585T2ypUrSvrgSoxMpIebg7NaBmzVF9ZR3YjA2Z624NyD0wgE2jyrm-LfsNLRE97BKmjoJ6y-rJL7ymjghQBzrJP6QjNPvwgfrkI_k9nUtB42pEfaFULcXwPYGjJdMQ" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgrV_WSa9_e7GWZRmcEsxni2wgEnoe5WdgQ1YGZhDxpe8rlu_CAKZ2uo2faJ585T2ypUrSvrgSoxMpIebg7NaBmzVF9ZR3YjA2Z624NyD0wgE2jyrm-LfsNLRE97BKmjoJ6y-rJL7ymjghQBzrJP6QjNPvwgfrkI_k9nUtB42pEfaFULcXwPYGjJdMQ=w400-h400" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>A capa do álbum </i>World Machine<i>, da banda Level 42.</i></div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>DEPOIS DE MUITOS ANOS</b> ouvindo diversos álbuns diferentes, creio que finalmente encontrei aquele que posso garantir com plena certeza ser o meu favorito.</div><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>Ouvi a quarta faixa tocar no rádio certo dia, guardei alguns trechos da letra na mente e, logo que tive acesso à internet, busquei saber qual era a canção. Por mais que <i>Leaving Me Now</i> tenha sido a primeira, ela não se tornou a minha preferida. Não que ela ainda não esteja num Top 3 — eu diria que ela ocupa a segunda posição —, mas a segunda música do álbum <i>World Machine</i>, cujo título é <i>Physical Presence</i> é com certeza a melhor do disco.</div></span><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>Lançado em 1985, <i>World Machine</i> foi um sucesso na década. Só no Reino Unido, alcançou a terceira posição do <i>UK Albums Chart</i>, e ficou nas paradas musicais por 72 semanas seguidas. Nos EUA, chegou à décima oitava posição da <i>Billboard 200</i>, e permaneceu na lista por 36 semanas.</div></span><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>O álbum também foi responsável por marcar a transição de estilo musical que a banda passaria a seguir. Com uma vibe mais pop, isso deixava para trás o ritmo jazz-funk que era visto em discos anteriores, como <i>Standing in the Light</i> (1983) ou até mesmo o álbum de estreia <i>Level 42</i> (1981).</div></span><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>O destaque do álbum é, claro, a terceira faixa, que foi o single de divulgação, <i>Something About You</i>. Possui um videoclipe lançado no mesmo ano de 1985. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=zpdQQoc-gkk&ab_channel=Level42VEVO" target="_blank">No YouTube</a>, ele possui mais de 13 milhões de visualizações.</div></span><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>Porém, o foco de hoje será justamente <i>Physical Presence</i>. Ela não possui um vídeo oficial, mas tem, em compensação, uma apresentação ao vivo que a banda fez no programa <i>The Tube</i>, no dia 18 de outubro de 1985. Segundo Mark King, vocalista da banda, o álbum estava sendo lançado naquele dia para todo o mundo.</div></span><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>King, inclusive, é o principal foco da música. Seu baixo comanda o ritmo por completo, e é possível apreciar um nível gigantesco de sua habilidade com o instrumento. A versão apresentada ao vivo é um pouco mais acelerada que a original, mas, ainda assim, não deixa de ser boa. Há um cover focado no baixo bem legal, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=QYbhMVFbFhI&ab_channel=StuartClayton" target="_blank">disponível no YouTube</a>, pelo baixista Stuart Clayton. Ali, ele tenta replicar as mesmas técnicas realizadas por King, como o <i>slapping</i> e o <i>sliding</i>.</div></span><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-b1db2792-7fff-da69-d136-a09d620c70cf"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span class="Apple-tab-span" style="text-wrap: nowrap;"> </span></span></span><span style="white-space: pre;"> </span>Como de costume, deixo a tradução da canção abaixo, acompanhada da apresentação anteriormente mencionada:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/6qM3ppRzXf4" width="320" youtube-src-id="6qM3ppRzXf4"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>“Physical Presence”, por Level 42</b></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><i>Saio como entrei</i></div><div style="text-align: center;"><i>Mais um garoto pego de surpresa</i></div><div style="text-align: center;"><i>E agora tudo que consigo reunir</i></div><div style="text-align: center;"><i>São sussurros para os seus gritos</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Você não se lembra</i></div><div style="text-align: center;"><i>De como aliviou a minha desgraça?</i></div><div style="text-align: center;"><i>Você não se lembra</i></div><div style="text-align: center;"><i>De que o amor que viu em meu rosto foi</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Aperfeiçoado no silêncio</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quase uma presença física </i>[×2]</div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Eu busquei afeto</i></div><div style="text-align: center;"><i>E agora eu consigo entender</i></div><div style="text-align: center;"><i>Uma rejeição fria</i></div><div style="text-align: center;"><i>Se encontrava em seu olhar</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas eu me lembro bem</i></div><div style="text-align: center;"><i>De como você mexeu comigo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Eu consigo me lembrar</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quando descobri que o amor podia ser</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Aperfeiçoado no silêncio</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quase uma presença física </i>[×4]</div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Não foi o que ela fez</i></div><div style="text-align: center;"><i>Foi o jeito que ela fez</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quando eu não podia dar</i></div><div style="text-align: center;"><i>Ela era a única que podia perdoar</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Não foi o que ela fez</i></div><div style="text-align: center;"><i>Foi o jeito que ela fez</i></div><div style="text-align: center;"><i>E enquanto eu viver</i></div><div style="text-align: center;"><i>Serei obrigado a relembrar cada detalhe</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Parte da resposta</i></div><div style="text-align: center;"><i>É que não há uma escapatória certa</i></div><div style="text-align: center;"><i>Parte da resposta</i></div><div style="text-align: center;"><i>É que a vida pode até possuir uma forma perfeita</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Você não se lembra</i></div><div style="text-align: center;"><i>De todas as noites em que compartilhamos minha desgraça?</i></div><div style="text-align: center;"><i>Você não se lembra</i></div><div style="text-align: center;"><i>Que o amor que preenchia esse espaço agora vazio era</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Aperfeiçoado no silêncio</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quase uma presença física </i>[×4]</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;"><i>Lucas Cristovam, 21 de outubro de 2023,</i></div><div style="text-align: right;"><i>Parnamirim, Rio Grande do Norte, Brasil.</i></div></div><div style="text-align: justify;"><div>_____</div><div><br /></div><div><b>Notas:</b></div><div><b><br /></b></div><div>• SLAPPING: consiste em bater e puxar as cordas do baixo a fim de gerar sons percussivos e estalados.</div><div>• SLIDING: consiste em nada mais que deslizar o seu dedo pela corda, saindo de uma nota até a outra desejada.</div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-16873711011404322932023-04-30T00:00:00.003-03:002023-05-01T10:33:17.514-03:00“Deathless Deer”: uma ideia genial que terminou de forma abrupta<div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgdZcTn8szbMkvS6m5XD5tns7y4JSaQTqjbYFNv6iXdrK4vhRQIJu405QzdgDu3EW4_CvBeb5PN_H2V-Sn6XGDUS9Hl2RyK8F3IgnhHae_PQZ4e5BvkQpz1Vhty-O4JiXYjncbGgObr0uvhFaWRtzFTHFt-2pZRW32Bql182DQh_GSw49JZDRgIQ/s1155/Deathless%20Deer%20(0).jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="437" data-original-width="1155" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgdZcTn8szbMkvS6m5XD5tns7y4JSaQTqjbYFNv6iXdrK4vhRQIJu405QzdgDu3EW4_CvBeb5PN_H2V-Sn6XGDUS9Hl2RyK8F3IgnhHae_PQZ4e5BvkQpz1Vhty-O4JiXYjncbGgObr0uvhFaWRtzFTHFt-2pZRW32Bql182DQh_GSw49JZDRgIQ/w506-h190/Deathless%20Deer%20(0).jpg" width="506" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O anúncio para o lançamento da tira de Deathless Deer que saiu<br />no Chicago Tribune, trazendo a informação de que as tiras sairiam<br />em cores e um breve resumo da ideia da história.</i></td></tr></tbody></table></div><div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>EU ESTAVA EM MEU</b> Facebook, passeando pelo Feed de Notícias, quando encontro uma postagem feita para um dos grupos do qual faço parte, dedicado às tiras dominicais. A postagem trazia a arte de uma tira da qual eu nunca tinha escutado falar: <i>Deathless Deer [A Imortal Deer]</i>. Decidi buscar mais informações sobre e eis que me deparo com algo que eu nunca tinha visto antes: esta foi uma tira que morreu de forma extremamente precoce.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Don Markstein, em sua Toonopedia, aponta alguns fatores que contribuíram pra tira — que começou a ser lançada em 9 de novembro de 1942 — ter seu fim tão abrupto. O primeiro é o roteiro da tira, escrita por Alicia Patterson (cujo “Patterson” ela herdou do pai, Joseph Medill Patterson, o famoso jornalista que fundou, em 1919, um dos maiores jornais dos Estados Unidos, o <i>Daily News,</i> que ainda é publicado até hoje. Alicia, inclusive, viria a fundar o <i>Newsday</i> anos depois, em 1940. Ele também segue sendo publicado). De forma pobre, as histórias foram descritas pela revista <i>Time</i> como “uma das aventuras mais vazias já vistas na história dos quadrinhos, talvez uma das piores já desenhadas também”.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO-q-fzcc1NTTeQkO03bjHRnVVzjWkMvK5KhJzwwEVWsHb92kyxaDEoi0p4Boc62e2JAs4hA-rnrEW4OCx3Elf6xkiMIGtu-vHWKwXpZeAQwZ_77iEM_nYYQPccypchvtyDRcxsvxI3p_5Mig6wgNzPN6YbF0mtNXPUPqA-hKvRsZx8QwNREFKTg/s300/Alicia%20Patterson.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="239" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO-q-fzcc1NTTeQkO03bjHRnVVzjWkMvK5KhJzwwEVWsHb92kyxaDEoi0p4Boc62e2JAs4hA-rnrEW4OCx3Elf6xkiMIGtu-vHWKwXpZeAQwZ_77iEM_nYYQPccypchvtyDRcxsvxI3p_5Mig6wgNzPN6YbF0mtNXPUPqA-hKvRsZx8QwNREFKTg/w319-h400/Alicia%20Patterson.jpg" width="319" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Alicia Patterson segurando uma<br />edição do </i>Newsday<i>.</i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O segundo é justamente a arte, feita por Neysa McMein, que era uma artista popular na época, tendo pintado capas para a revista <i>McCall</i>, o jornal <i>The Saturday Evening Post</i>, entre outros. Infelizmente, McMein não tinha a capacidade de cumprir os prazos para as tiras, além do talento não ter foco na arte de contar histórias.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_pmK9P3DICJNz4rr1xqc3rtmu3vXGc1fql5tWu_UPe1tyo9zY7Aocx_QwpzEgeKQ627V367T-Hs_nBXh50bumelKjTv9pASMfSzL-Ypyke8wQ155aTwgKqEyohdrm9ZPeYy1RgkfkqWta-Gb-PXnxp2k6B88AVAGRujeuWwKbxk2gb94iP2R_Zg/s900/NeysaMcMein.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="673" data-original-width="900" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_pmK9P3DICJNz4rr1xqc3rtmu3vXGc1fql5tWu_UPe1tyo9zY7Aocx_QwpzEgeKQ627V367T-Hs_nBXh50bumelKjTv9pASMfSzL-Ypyke8wQ155aTwgKqEyohdrm9ZPeYy1RgkfkqWta-Gb-PXnxp2k6B88AVAGRujeuWwKbxk2gb94iP2R_Zg/w400-h299/NeysaMcMein.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Neysa McMein junto a uma de suas pinturas.</i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A história, por falar nela, era um tanto quanto apressada: com apenas quatro dias de duração, Deer, que era uma princesa tirânica do antigo Egito, extremamente cruel com seus servos, acabou morta pelos mesmos, que estavam cansados do tratamento que recebiam. Porém, um dos sacerdotes que faziam parte de sua corte, conseguiu dar a ela uma poção de imortalidade bem a tempo de salvá-la da morte.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Deer viria a acordar 3000 mil anos depois, quando encontraram seu sarcófago onde ela foi enterrada (viva?). Aparentemente, seu falcão de estimação, Hórus, também tomou um pouco da poção, pois ele também viria a acordar junto à princesa. De alguma forma, a magia do tempo fez que ela se tornasse mais adorável, mas ainda mantivesse sua força de vontade, e ela se viu vivendo aventuras pelo mundo, começando na cidade de Nova Iorque.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Porém, Patterson não conseguia manter um interesse pela tira e, no último capítulo lançado, Deer estava sendo acusada de um assassinato. Infelizmente, ninguém parecia ter curiosidade suficiente para saber como seria o desenrolar, e a tira teve seu fim em 7 de agosto de 1943, com alguns jornais encerrando ainda antes, em 19 de julho.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>FUI CAPAZ DE JUNTAR</b> todas as tiras dominicais da série — que não eram bem tiras dominicais mas sim uma compilação dos seis dias da semana em uma tira gigantesca (chegando a passar de 10 quadros). Busquei-as no Newspapers.com e salvei em meu arquivo digital justamente por conta de todo o mistério que envolve a criação, o desenrolar e o fim sem mais nem menos.</div><div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>No total, apenas 38 dessas “tiras dominicais” foram feitas entre 1942 e 1943. O <i>Newsday</i>, jornal que foi fundado pela mesma Alicia Patterson, respondeu a uma carta de um fã que escreveu “<i>O que aconteceu com os quadrinhos da </i>Deathless Deer<i>? Nós realmente gostávamos de ler suas histórias.</i>" A resposta do jornal foi que, “<i>devido à pequena produção de papéis e outros matérias causada pela Guerra, o News Syndicate Co. que distribuía a tira Deathless Deer foi forçado a discontinuá-la, junto a diversas outras tiras, enquanto a Guerra durar.</i>”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Ela nunca mais veria a luz do dia novamente.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>DEIXO TODAS AS TIRAS</b> lançadas abaixo, na ordem de publicação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvO_dHdfnLLTXkV8gwz6n5np_ZtojHbFaPDl2QMBYeDRYq-4iO7FB3c9m-M4MnL4JTUS1VGn-3gCHZw3qcmtFjPKKFVdxlYYDLFyxcVEvxl_JG_YPjd2HHzeHj2a9gbR67VemVW55RFXhB-L8YDMQHibR4LiF2YG-OMhl-xFw1S35TYxTccwBJCA/s6166/Deathless%20Deer%20(1).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5077" data-original-width="6166" height="526" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvO_dHdfnLLTXkV8gwz6n5np_ZtojHbFaPDl2QMBYeDRYq-4iO7FB3c9m-M4MnL4JTUS1VGn-3gCHZw3qcmtFjPKKFVdxlYYDLFyxcVEvxl_JG_YPjd2HHzeHj2a9gbR67VemVW55RFXhB-L8YDMQHibR4LiF2YG-OMhl-xFw1S35TYxTccwBJCA/w640-h526/Deathless%20Deer%20(1).jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGg_9Cx_abt8bdl1AO1qUMJsuNVG9HjH4yHnTo1px18b2QVlzbtBVt3mbCV-Q3m-Sq2nyugBF9QLQE14xj1LAH8z_mcFZKEGbzfI7lLszCbLDVOIj8TEEbhjGpldgi3bCEVqbSdyB2HzOxhCbKi1wXDqnawkfM01c_plKidEVtToygcnIgr2ZFqw/s6211/Deathless%20Deer%20(2).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5136" data-original-width="6211" height="530" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGg_9Cx_abt8bdl1AO1qUMJsuNVG9HjH4yHnTo1px18b2QVlzbtBVt3mbCV-Q3m-Sq2nyugBF9QLQE14xj1LAH8z_mcFZKEGbzfI7lLszCbLDVOIj8TEEbhjGpldgi3bCEVqbSdyB2HzOxhCbKi1wXDqnawkfM01c_plKidEVtToygcnIgr2ZFqw/w640-h530/Deathless%20Deer%20(2).jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF2B3FxB4KaMACfXkq7wxcX8iNGm-cATMuzX5NN_brAyMHnTheQ-ge2N12tJKD-LAkNpsb9jdRRp1f2Q94jm0mvtcaEXBwYzfJZ2gtu-Ew-oBzO02e2hFqVvfixDx0PVWo_BcTQ4ZnUPANZc10rvw5cqtdp0Cg-kc5kdu9DYDznE_N0uBkvxJ5Aw/s6159/Deathless%20Deer%20(3).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5094" data-original-width="6159" height="530" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF2B3FxB4KaMACfXkq7wxcX8iNGm-cATMuzX5NN_brAyMHnTheQ-ge2N12tJKD-LAkNpsb9jdRRp1f2Q94jm0mvtcaEXBwYzfJZ2gtu-Ew-oBzO02e2hFqVvfixDx0PVWo_BcTQ4ZnUPANZc10rvw5cqtdp0Cg-kc5kdu9DYDznE_N0uBkvxJ5Aw/w640-h530/Deathless%20Deer%20(3).jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOwjNxik-t35LaqXzrZDDschz7BlczIv_3X7fE7BhDe3WkmUvBtl1bgNOjprnsII7bccpJgiJGjsPlgOoRhKn1hvF-NQzQN07fY5BJH7CrlyIKK3zfUmXxUR1aZz8e-Pu4eC0RMfsKvD9iUP_A7I69uOphlvAVD8rewH8IKE3GyfB_gC9S8Axf-Q/s6025/Deathless%20Deer%20(4).jpg" style="margin-left: 1em; 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text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7FgYL6WjVIeOnPhwTIIxEFT3FZcFPMrASkS5P3rN5xUKNLqdPW4LhyGWmEV7Rva5koOHKn5dIBZmc_Gm--Oc0jnpeoTRSyHfdu_0mlyNtWtj4bM6_vMvQAOp7j0DpL3OZaIG-QVUvDIiLMbs2HrUmbY0JiSk0YyBUgH05Yn4HTh6XCHMjKNhRlw/s6021/Deathless%20Deer%20(6).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="5141" data-original-width="6021" height="546" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7FgYL6WjVIeOnPhwTIIxEFT3FZcFPMrASkS5P3rN5xUKNLqdPW4LhyGWmEV7Rva5koOHKn5dIBZmc_Gm--Oc0jnpeoTRSyHfdu_0mlyNtWtj4bM6_vMvQAOp7j0DpL3OZaIG-QVUvDIiLMbs2HrUmbY0JiSk0YyBUgH05Yn4HTh6XCHMjKNhRlw/w640-h546/Deathless%20Deer%20(6).jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbOx7sstB1LNHtf34EtGWfp6C0YAZpPKevvR1I0iqyBerAxjDKKLOvuA_S4H1QeH0-P71q4etyeiPdMcEL5987CTnjp1EWNqbXDpUVrxz-3l75q7rayNK46-14Xkr9NQgCg2ECQgxgLpgeSGBSgqH7HL_Oiy4tL06LS02Uu5464BHDGjreQZCMOQ/s5984/Deathless%20Deer%20(7).jpg" style="margin-left: 1em; 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margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4291" data-original-width="5163" height="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicDcl8lJVrNWENIsS60zGjriFoAGgIcRYcPRK-vdns4FZJEe6yfHby82mx08AbOOGVzJ_mvRRpZdeBxw3WlNgonKP_Ig_ksTTuJfRs798NygBC9NA0RK_rde9c2stB2PpvU7muj96XTKN0yPy6nTWqGu04zLc7YEfaNoSWEvzqJno5vjG96ciF_g/w640-h532/Deathless%20Deer%20(34).jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhp04Kf51U7qsdJke0arltmO1LIYodYKDVwweeyghteHo4b-2968T3_xMFSZ-IK2v-a1acPK1xYYHO6pIl6_UriBwjcKAdRsqYul_x0bduK-Y1sFUdrw_oTny81BLIaI8aQpq3zi9a0vmvAZwuKuzwZoo1dSMhdrXw1h4Xus12pTJOWkRISAgp4A/s5144/Deathless%20Deer%20(35).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4269" data-original-width="5144" height="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhp04Kf51U7qsdJke0arltmO1LIYodYKDVwweeyghteHo4b-2968T3_xMFSZ-IK2v-a1acPK1xYYHO6pIl6_UriBwjcKAdRsqYul_x0bduK-Y1sFUdrw_oTny81BLIaI8aQpq3zi9a0vmvAZwuKuzwZoo1dSMhdrXw1h4Xus12pTJOWkRISAgp4A/w640-h532/Deathless%20Deer%20(35).jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM9dr28dj2G0tosmBVI3M9bbOWuZmb870VuWdBrBFNQO1Q58yJlfIpINRFZEfUJDO19rFcvdfxSBDfqOt7dcqEX5Z4pL7jCorl0wdd2VRkNf8B5EMZdmT6enpqg-PdBFdvLiZi1wcBh35SaatD6Lx41xTDmBSRiIJT6dVRFS8F9PPe387YN-460g/s5138/Deathless%20Deer%20(36).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4267" data-original-width="5138" height="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM9dr28dj2G0tosmBVI3M9bbOWuZmb870VuWdBrBFNQO1Q58yJlfIpINRFZEfUJDO19rFcvdfxSBDfqOt7dcqEX5Z4pL7jCorl0wdd2VRkNf8B5EMZdmT6enpqg-PdBFdvLiZi1wcBh35SaatD6Lx41xTDmBSRiIJT6dVRFS8F9PPe387YN-460g/w640-h532/Deathless%20Deer%20(36).jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVyC5XOm3W_f-4TnEktQDvB5JafcIbT6JqObySFhrQR4psdzDmDq18gSXrB8ZmParsVsv9ndqxtuzW1JdiL_F4Alsa2asb1NFfSJ_L5SHkvBv4caMWOTPKFL6_be6KnkJ9IWjZbZdp2AKtZuJMW46lNV4GTi2VIjBbhu7OtIamYp29THNcx6gxjg/s5170/Deathless%20Deer%20(37).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4329" data-original-width="5170" height="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVyC5XOm3W_f-4TnEktQDvB5JafcIbT6JqObySFhrQR4psdzDmDq18gSXrB8ZmParsVsv9ndqxtuzW1JdiL_F4Alsa2asb1NFfSJ_L5SHkvBv4caMWOTPKFL6_be6KnkJ9IWjZbZdp2AKtZuJMW46lNV4GTi2VIjBbhu7OtIamYp29THNcx6gxjg/w640-h536/Deathless%20Deer%20(37).jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6GtAvOeDeM7xbd1DjB86jRSjWGNg_5neoDra0_2dRpYGqraYlN8TwAC2FRk_UakhRfGCsYzBBaEuZOmIH1CyJ3Z7bAv0rAaMdDMLsooxKRbA6pWgJfyQvqDDjfYQWGGKcVVFbfWwv5t2JhK0Tb86_-w3H79W-gp1PPorLkO-_1UrbkhOeq2-aVQ/s5159/Deathless%20Deer%20(38).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4294" data-original-width="5159" height="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6GtAvOeDeM7xbd1DjB86jRSjWGNg_5neoDra0_2dRpYGqraYlN8TwAC2FRk_UakhRfGCsYzBBaEuZOmIH1CyJ3Z7bAv0rAaMdDMLsooxKRbA6pWgJfyQvqDDjfYQWGGKcVVFbfWwv5t2JhK0Tb86_-w3H79W-gp1PPorLkO-_1UrbkhOeq2-aVQ/w640-h532/Deathless%20Deer%20(38).jpg" width="640" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;"><i>22 de abril de 2023,</i></div><div style="text-align: right;"><i>Parnamirim, Rio Grande do Norte, Brasil.</i><br /></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-36036826563859866412023-04-23T00:00:00.003-03:002023-04-23T00:00:00.204-03:00Bruce Canwell sobre a tira do Homem-Aranha<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj752_xMjJlmD3_qVHu5bHVH_zJrINOXi81LbuxptJ8FpJ6PJRmes4e00oaJSZgwT-NMkbcAw4io-_Q_dxvjN5q6zbFAhqmvp8F8MRzk4_TIqQLO5HrqRATHm9p85VPMInQ6yMusqTgiWDvjmN8n3jgiqE9GGHNaNrxISOy8lEn6hwNYcchQJPkzQ/s714/710LQ+F4HOL._SY714_CR18,0,714,714_.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="714" data-original-width="714" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj752_xMjJlmD3_qVHu5bHVH_zJrINOXi81LbuxptJ8FpJ6PJRmes4e00oaJSZgwT-NMkbcAw4io-_Q_dxvjN5q6zbFAhqmvp8F8MRzk4_TIqQLO5HrqRATHm9p85VPMInQ6yMusqTgiWDvjmN8n3jgiqE9GGHNaNrxISOy8lEn6hwNYcchQJPkzQ/w400-h400/710LQ+F4HOL._SY714_CR18,0,714,714_.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O editor Bruce Canwell com seu livro </i>“The Life and Art<br />of Alex Toth”<i> e o Harvey Awards de 2012 que ganhou<br />na categoria Melhor Apresentação Biográfica,<br />Histórica ou Jornalística</i></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>JÁ NÃO É SEGREDO</b> que minha tira favorita é a do Homem-Aranha. Enquanto procurava mais informações sobre a história da tira, encontrei uma interessante entrevista que Bruce Canwell — editor da série de livros lançada nos EUA que compila as tiras e que, recentemente, <a href="está sendo lançada pela Panini Comics aqui no Brasil">está sendo lançada pela Panini Comics aqui no Brasil</a> — concedeu ao site Bleeding Cool em 2018 — curiosa e ironicamente um ano antes do fim da tira — em que ele fala muitos detalhes interessantes sobre a tira. Decidi traduzir a conversa, mediada por Ian Melton, e ela está na íntegra abaixo:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>A tira do Homem-Aranha já teve algumas tentativas de ser compilada em livros. Eu sei que nos anos 1980, muitas das tiras do começo, em 1977, foram cortadas, coloridas e juntadas em duas edições de capa cartão, e uma coleção de histórias aleatórias foram colocadas com uma longa introdução do Stan Lee chamada “O Melhor do Homem-Aranha”. Duas revistas, Comics Revue [Revista dos Quadrinhos] e Storyline Strips [Tiras com Arcos, em tradução literal], também coletaram muitas das aventuras diárias dos anos 1980 e 1990 e, finalmente, a própria Marvel publicou todas as tiras feitas pela dupla Lee/Romita em dois livros há alguns anos, durante uma época em que a Library of American Comics (LOAC) [Biblioteca dos Quadrinhos Americanos] já estava publicando coletâneas de outras grandes tiras. Como foi o processo para receber os direitos de publicar as tiras do Homem-Aranha?</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Foi uma negociação bem direta, mas também foi um exemplo da sinergia que existe entre a LOAC e a IDW. O editor Scott Dunbier, na nave mãe da IDW, já tinha estabelecido uma boa relação de trabalho com a Marvel graças aos livros multipremiados Artist’s Edition [Edição do Artista], e isso facilitou demais para que a LOAC adquirisse os direitos de reprodução das tiras do Aranha. Como parte do acordo, a Marvel revisa e aprova cada um dos livros antes deles serem impressos, e eles têm sido perfeitos com seu profissionalismo — tem sido uma incrível relação de trabalho e esperamos que eles se sintam da mesma forma.</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>E como você conseguiu o trabalho de ser o editor das coleções de tiras do Homem-Aranha?</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Dean conhece minha afinidade pela Era de Prata da Marvel Comics, então, quando adquirimos os direitos para publicar o Homem-Aranha — o que queria dizer que teríamos os roteiros do Stan Lee e, no começo, o belíssimo, belíssimo trabalho artístico de John Romita Sr. —, Dean logo pensou em mim para editar a série. Ou seria ele ou seria eu. Ele achou que eu iria me divertir com o trabalho e acertou em cheio!</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Você poderia dar um resumo da história da tira do Homem-Aranha?</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Nos anos tardios de 1970, a Marvel estava querendo se expandir para além das revistas de quadrinhos. Desde 1974, o Homem-Aranha tinha sido elevado a ganhar um segmento intitulado Spidey Super Stories [Super Histórias do Aranha] na excelente série Electric Company [Companhia Elétrica] da Public TV, e uma série de TV estrelando Nicholas Hammond estava em desenvolvimento. O Quarteto Fantástico estava com uma série de rádio que teve 13 episódios e tinha um jovem Bill Murray fazendo a voz do Johnny Storm.</i></div><i><span style="text-align: justify; white-space: pre;"> </span><span style="text-align: justify;">Uma versão para jornal do Homem-Aranha parecia uma extensão lógica para a “marca” do teioso (se bem que, nos anos 1970, as pessoas não falavam de “marcas” a não ser que estivessem se referindo a coisas como um sabão!). Stan e John Romita — bem antes dele passar a ser chamado de “Senior” — trabalharam em algumas tiras de exemplo, a Marvel vendeu a ideia para vários sindicatos e enfim um contrato para lançar The Amazing Spider-Man [O Espetacular Homem-Aranha] nos jornais de uma costa à outra foi feito. A série estreou no dia 3 de janeiro de 1977 e ainda sai até hoje, mais de quatro décadas depois do lançamento.</span></i></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Quais artistas já trabalharam na tira do Homem-Aranha?</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>O brilhante Steve Ditko cocriou o Homem-Aranha na Marvel Comics, é claro, mas, para muitos leitores ávidos dos gibis do Aranha nos finais dos anos 1960 e começo dos anos 1970, John Romita é O ARTISTA do Homem-Aranha, e, portanto, ele foi o primeiro artista na tira. Eu o entrevistei para uma matéria do primeiro livro da nossa série, a terceira vez que tive a felicidade de falar com ele — ele é muito gracioso com seu tempo e sempre está pronto para compartilhar suas experiências e memórias. Um verdadeiro amor de pessoa! Eu tenho um tremendo respeito pelo John Romita Sr., tanto como pessoa quanto como artista.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>As páginas dominicais do Aranha têm uma longa história de serem desenhadas pelo Alex Saviuk, com a arte-final sendo feita por outra pérola da Marvel, Joe Sinnott — que, para mim, sempre foi o “Senhor Quarteto Fantástico”, já que eu acompanhei o Quarteto enquanto ele arte-finalizava Jack Kirby, o próprio John Romita, John Buscema, Rich Buckler, George Pérez e John Byrne, numa década repleta de trabalhos hipnotizantes aos olhos. Larry Lieber, irmão de Stan, desenha a tira diária, e já faz isso há anos — a atual fase do Larry é sua segunda passagem na tira, já que ele foi o segundo artista a trabalhar nela quando John Romita a deixou. Passei quase duas horas ao telefone com Larry, falando sobre sua carreira e sua conexão com o Homem-Aranha — e ele me encantou demais, um homem genuíno e verdadeiro! Significantes porções dessa conversa apareceram no nosso terceiro volume, e outros segmentos vão aparecer no futuro assim que Larry voltar às tarefas artísticas.</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>Entre o “Jazzy” John Romita e o time atual, um grande número de artistas contribuiu com a tira: Fred Kida, Floro Dery, e diversos outros artistas não-creditados da Marvel. John Romita me disse que nos primeiros dias, Kida e Frank Giacoia ocasionalmente ajudavam-no, arte-finalizando alguns quadros quando o prazo final apertava. Os leitores mais atentos identificaram o trabalho de George Tuska e de Vinnie Colletta, dentre outros, em várias das tiras do começo dos anos 1980. Nosso quinto volume trará um novo artista na tira, alguém que mesmo os leitores de longa data nunca associariam com nem a Marvel Comics como com o Homem-Aranha. Tenho certeza de que qualquer um com tempo livre pode procurar na internet e aprender mais sobre o nome desse “Grande Talento” e sua impressionante lista de créditos pré-Aranha, mas não irei revelar sua identidade aqui. O mistério vai servir como motivação pro quinto volume!</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Quando você começou a ler as tiras do Homem-Aranha?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Acredite se quiser, eu fui um leitor esporádico das tiras do Aranha por muito tempo da minha vida. O Boston Globe publicava, mas, durante o período em que Stan e John começaram a mandar ver, a vida ficou complicada e eu passaria a ler o Globe de vez em quando — talvez duas ou três vezes por mês. Eu sempre dava uma olhada pra ver o que estava acontecendo com o Teioso nessas ocasiões, mas perdi muito da continuidade das histórias. Com a vinda da internet, passei a encontrar uma ou outra história em sites como este [o Bleeding Cool], que referenciavam a tira, e eu leria essas histórias, o que me deixava mais a par do que estava acontecendo nos jornais. Ainda assim, eu ainda lia milhares e milhares de histórias dos gibis do Aranha, então não tinha me dedicado com afinco às tiras. Como você pode notar, isso mudou nos últimos três anos desde que a LOAC passou a desenvolver e publicar a coleção das tiras do herói!</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>A tira do Homem-Aranha é uma coisa pela qual eu possuo um enorme carinho, já que meu jornal local publicava as histórias nos anos 1990 e eu me lembro de recortar e colecionar cada tira. Voltei às tiras e passei a acompanha-las online desde 2005 no site do [Sindicato] King Features. Mas, ao tentar voltar no tempo e ler as tiras antigas nas inúmeras tentativas de coletâneas, existem muitas histórias que nunca foram republicadas. Quais histórias você conhece que ainda não foram republicadas?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Ah, cara! Tem décadas de histórias que nunca virão a luz do dia novamente desde que foram publicadas nos jornais! O Aranha enfrentando mais gângsteres, robôs e mentes diabólicas do que você pode contar e jogar sua teia — a tia May até se apaixonou, dentre todas as pessoas do mundo, pelo Toupeira (em tiras que começaram a sair em outubro de 2010). O Rei do Crime, Kraven o Caçador e o Doutor Octopus fazem seus retornos, enquanto vilões como Electro, Duende Macabro e Morbius decidem migrar pro formato de tiras. E a vida amorosa do Peter nunca se afasta do centro da atenção na tira. Além disso, uma imensidão de heróis da Marvel sempre dá as caras de tempos em tempos. Acabamos de republicar a primeira aparição do Namor no quarto volume da série.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>E quantas tiras do Homem-Aranha você já leu?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Eu geralmente fico por volta de dois anos à frente da data final do livro mais recente que a gente publicou, então eu estou entre as tiras de 1985 e 1986, dado que o quarto volume republicou os anos de 1983 e 1984.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Sempre foi o [Sindicato] King Features quem publicou as tiras?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Não. A Marvel fez o primeiro contrato com o Sindicato Register and Tribune, os que lançaram The Family Circus [O Circo Familiar] e The Spirit [O Spirit] aos jornais. Se você olhar pras letras pequenas que trazem os créditos que saem entre os quadros de todas as tiras dos quatro primeiros volumes, você vai ver que o Register and Tribune é o sindicato creditado. Foi em 1986 que o King Features comprou o Register and Tribune, e a tira do Aranha passou a integrar o poderoso time de tiras do King Features.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Você escreveu algumas maravilhosas introduções para os volumes da coleção “O Espetacular Homem-Aranha: As Tiras” e, no quarto volume, teve uma entrevista maravilhosa com Jim Shooter, antigo Editor-Chefe da Marvel. Primeiro, você poderia dar uma pista das entrevistas nas quais você está trabalhando para os próximos volumes?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Como mencionei, John Romita Sr. e Larry Lieber já falaram comigo sobre a tira e eu incluí suas palavras nos primeiros volumes. Também tive a sorte grande de conseguir 20 minutos do tempo valioso do Stan Lee em 2015 — e suas palavras foram incluídas no segundo volume da série.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>Para o quinto volume, vou dizer que já fiz entrevistas com membros da família de um artista do Aranha que não está mais conosco e, junto dos insights que eles me providenciaram, nosso próximo livro trará exemplos nunca antes vistos do artista que não revelarei cujas pessoas próximas foram boas o suficiente para providenciar para nós. Eles nos deram tanto trabalho que estou pensando em fazer uma postagem-bônus em nosso website — talvez duas! — só para compartilhar com os leitores mais sobre o que descobrimos deste talento não-apreciado.</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>E segundo, com quem você gostaria de conversar sobre as tiras do Homem-Aranha que você ainda não conseguiu conversar?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Eu quero entrevistar o Alex Saviuk, que é amigo de um amigo meu, Lee Weeks. Lee me disse que o Alex é um cara gente fina, então eu espero poder falar com ele em algum momento no futuro. E Joe Sinnott, é claro. Eu já encontrei o Joe muitas vezes, somos ambos fanáticos por beisebol, Joe é fã dos [San Francisco] Giants, eu, dos [Boston] Red Sox. Nesses encontros, a gente sempre conversava sobre beisebol e quadrinhos. Joe tem algumas pinturas belíssimas no Baseball Hall of Fame [Hall da Fama do Beisebol] e todo fã de quadrinhos que também ama beisebol devia dar uma olhada nos trabalhos que estão no Hall em Cooperstown, Nova Iorque. Eu também quero falar com o Roy Thomas, por uma variedade de motivos, quando for a hora certa.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Interessante você mencionar o Roy Thomas. Uma coisa que tem sido consistente quanto às tiras de jornal do Homem-Aranha é que o nome do Stan Lee está em todas as tiras. Aliás, mesmo as tiras publicadas ainda hoje saem com o nome dele sendo creditado como o escritor, com seu irmão Larry Lieber sendo o artista nas diárias e o Alex Saviuk como o artista das dominicais. Entretanto, uma coisa que eu li há alguns anos na revista Alter Ego foi o Roy Thomas falando sobre trabalhar na tira com o Stan Lee, e o Jim Shooter também mencionou esse trabalho do Roy na entrevista. Uma interpretação possível pra isto é que o nome do Stan estava na tira, mas eram outros escritores que a escreviam por ele. Se isso for verdadeiro, quer dizer que Stan Lee não foi o único escritor a fazer isso, assim como o nome do Bob Kane aparecia nas tiras do Batman que ele não desenhou. Porém, sua entrevista com o Shooter sugere que alguém mais estava escrevendo as histórias por um tempo, um artista desenhava as tiras em cima dessas histórias (a maioria foi o próprio Larry Lieber por muitos anos) e então o Stan escrevia os diálogos, significando um envolvimento dele desde 1977. Você consegue providenciar alguma informação sobre isso e que entendimento você tem sobre como a tira era feita?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Bem, vamos dar um pouco de perspectiva histórica a essa conversa: o jogo das tiras de jornal é complicadíssimo — não é pra qualquer um! Os criadores têm de trabalhar por semanas à frente da data atual, e tem de estar ainda mais à frente nas dominicais, em comparação às diárias — por conta do trabalho adicional que dá ter de colorir essas tiras em específico —, e eles precisam manter novas ideias surgindo a todo momento, e então escrever, desenhar, arte-finalizar e letreirar essas ideias para trazê-las à vida nas páginas e, mais recentemente, telas digitais.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>Esse preâmbulo é providenciado para clarear as razões por traz da minha próxima afirmação: não é incomum nas histórias das tiras de jornais que assistentes não-creditados ou os “fantasmas” (são duas coisas diferentes) ajudem a produzir as ideias que eles cresceram lendo diariamente. Basta voltarmos ao comecinho dos anos 1930: bem antes de Alex Raymond nos dar Flash Gordon e, mais tarde, Rip Kirby [Nick Holmes], ele ajudou os irmãos Young em suas duas tiras — primeiramente em Blondie, de Chic Young e depois em Tim Tyler’s Luck [A Sorte de Tim Tyler], de Lyman Young. As alegações de maus tratos e falta de pagamentos de Al Capp enquanto ele auxiliava Ham Fisher na sua Joe Palooka [Joe Sopapo] colocou os dois numa briga que durou aproximadamente duas décadas — e temos falado sobre isto em detalhes na série de livros da tira Li’l Abner [Ferdinando]. O sobrinho de Norman Rockwell, Richard, gastou 35 anos ao lado de Milton Caniff na produção de Steve Canyon. Existem muitos outros exemplos. Não é incomum, e as extenuantes requisições para o trabalho podiam às vezes demandar até que os maiores nomes da indústria entrassem no jogo.</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>Portanto, sim, é de conhecimento comum que Stan teve assistência não-creditada nas ideias para as tiras do Aranha, mas o mesmo Stan também “deu voz” à tira com essa assistência. Em alguns artigos recentes, vejo sarcasmo sendo usado sobre os roteiros de Stan, até mesmo com relação aos clássicos trabalhos da Era de Prata dele na Marvel. Isso só me faz balançar a cabeça por conta da pura ignorância sendo mostrada pelos autores desses artigos. Quem é considerado o melhor escritor de diálogos nos gibis de hoje? Brian K. Vaughan? Tom King? Dan Slott? Warren Ellis? Brian Michael Bendis? Alguém mais? Quando meus contemporêneos e eu líamos os gibis da Era de Prata, Stan Lee era todos esses caras juntos. As referências à cultura pop, a habilidade de providenciar formas de fala distintas para diversos personagens, as piadas e o senso de humor — ele era a cabeça E os ombros dos seus parceiros dos anos 1960 e você não passa de um Peter David para os autores “realistas” de hoje como King e Slott e os outros se não tivesse um Stan Lee no começo de tudo. O que quero dizer com tudo isso é: se Stan precisava de ajuda com ideias pra tira do Aranha, isso é algo aceitável para mim como um leitor se o deixava livre para focar nos roteiros.</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Todos são ótimos pontos e isso significa dizer que realmente era o Stan Lee escrevendo e idealizando as tiras desde 1977. Mesmo se ele tivesse outros dando ideias pra tira, é algo impressionante trabalhar numa mesma coisa por 40 anos! Existem outras tiras que tiveram seus criadores tendo tamanha longevidade?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Claro, definitivamente, foram muitas. A própria Blondie começou em 1930 e seu criador, Chic Young, trabalhou nela até morrer, em 1973, e a tira segue existindo sob trabalho de outros artistas desde então. Beetle Bailey [Recruta Zero] e Peanuts [Minduim] ambas foram lançadas em 1950. Peanuts saía diariamente até o autor, Charles “Sparky” Schulz, morrer em 2000, enquanto que Beetle Bailey segue firme e forte até hoje! Sendo numa versão dominical ou diária, Flash Gordon começou em 1934 e só acabou no começo desse século. E isso é só uma pequena parte de uma gigantesca lista. As tiras de jornal foram colocadas no forno para a cultura norte-americana faz um bom tempo!</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Hoje, as tiras de jornal do Aranha são bem diferentes se comparadas aos gibis e nos seus primeiros anos ela focava em (1) diversos vilões das antigas como o Doutor Octopus, o Doutor Destino e o Rei do Crime; (2) a relação do Peter com a tia May; e (3) as muitas namoradas de Peter, incluindo Mary Jane e uma grande variedade de mulheres que não existem nos gibis, geralmente uma a cada nova história. Por conta disso e com o foco em criar vilões que não existem nos gibis e também os diálogos bem Stan Lee, a tira tem uma “reputação negativa”, mesmo com a longevidade. De onde você acha que essa reputação vem?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Eu creio que ela vem do aspecto dos fãs de quadrinhos terem resumido a tira a “essa versão do personagem não é a minha versão do personagem”. E, ei, eu entendo, porque também pensei assim por um tempo da minha vida. Cresci sendo um grande fã do Quarteto Fantástico — e eles seguem numa lista pequena de personagens que eu adoraria escrever um dia —, mas, quando John Byrne começou a escrever e desenhar os gibis, eu achei que ele tinha mudado a coisa toda, por vários motivos que nem são importantes. Como muita gente sabe, a maioria dos leitores adorou o trabalho do Byrne, o que só me deixou ainda mais frustrado. Como todo mundo não conseguiu notar que o Quarteto Fantástico do Byrne não era O Quarteto Fantástico?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>O que eu descobri depois foi que o problema era comigo. Não era o Quarteto Fantástico do Byrne que não era O Quarteto Fantástico, era que o Quarteto Fantástico do Byrne não era o MEU Quarteto Fantástico. Tudo bem que eu reagisse negativamente, por conta de todos os anos que eu tinha investido nos personagens e em suas histórias até aquele momento, mas também estava tudo bem que os outros gostassem do que Byrne estava fazendo. Qualquer um que tente dar uma “reputação” à tira do Aranha provavelmente estaria fazendo melhor se apenas aceitasse que a versão do Aranha para os jornais não é a sua favorita e só seguisse adiante.</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Você acha que é uma reputação válida?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Para aqueles que têm uma impressão negativa sobre a tira, ei, você é livre pra isso. Você é livre para ter sua opinião e investir seu tempo e dinheiro naquilo que você realmente gosta.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>Mas pense na quantidade de Homens-Aranha que já vimos: o original dos gibis criados por Stan Lee, Steve Ditko e John Romita, as animações de 1967, a versão do Spidey Super Stories, a série de TV do Nicholas Hammond, a versão Spider-Man and His Amazing Friends [Homem-Aranha e seus Espetaculares Amigos], e..., e..., e..., até chegarmos no Peter Parker atual (e o Miles Morales também) nos quadrinhos e também os filmes com Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland. Eu acho que é crueldade demais julgar qualquer uma dessas versões. Todas elas existem, cada uma delas se conecta com outra e se mescla com outra. Com o passar dos anos, um truque que aprendi — e que pode ser aplicado a qualquer coisa, incluindo o Homem-Aranha — é focar naquilo que eu gosto e passar o menor tempo possível com aquilo que não me deixa entusiasmado. É fácil enfatizar o negativo, mas é muito melhor valorizar o positivo. Uma vida inteira lendo quadrinhos me ensinou que é um trabalho mais gostoso trabalhar no lado da luz do que no lado das trevas.</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Quais das primeiras histórias você acha que ganharam essa reputação? Por exemplo, o arco com o abuso na infância?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Eu duvido que alguma história ou série de histórias em específico tenham alimentado qualquer sentimento contra a tira do Aranha que possa existir. É mais uma reação comum ao tom e à ênfase da tira, quando comparados ao tom e à ênfase dos gibis.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>O Espetacular Homem-Aranha é uma das poucas tiras modernas que poderiam falar sobre abuso infantil, indiferente de quão bem-sucedido ou malsucedido alguém veja essa história em particular. É precisa uma certa quantidade de coragem para colocar um assunto tão polêmico numa série que é destinada ao público em geral. Sabe, algumas pessoas hoje tem um desdém das edições 96 a 98 do gibi do Aranha em 1971, que trouxe a história sobre drogas que foi publicada sem a autorização do Comics Code Authority [Autoridade do Código dos Quadrinhos], algo impensável na época. Eu estava lá, comprei aquelas edições nas bancas quando elas saíram, e, sendo uma criança de dez anos, elas me marcaram e reforçaram ainda mais as mensagens contra as drogas que falavam na época. Falar sobre tópicos complexos numa mídia como os quadrinhos, onde é um tanto difícil lidar com complexidades, é sempre algo arriscado. E, sendo nos gibis ou nas tiras de jornal, O Espetacular Homem-Aranha merece um crédito por dar uma chance.</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>E esse arco vai sair em breve na coleção. No próximo volume, se não me engano, certo? E o que mais você pode falar das histórias do volume 5?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Você está certíssimo, a história sobre o abuso infantil vai sair no próximo volume. Eu diria que a maior surpresa do volume 5 — além dos detalhes artísticos que já falamos sobre — é a Mary Jane Watson passando a ganhar um maior destaque na tira com o Peter. Então, para os fãs da MJ, quando sair o próximo volume... “Aceitem, gatões, vocês ganharam na loteria!”</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Quais são os pontos fortes do Homem-Aranha no formato de tira para jornal? Ela acaba de completar seus 40 anos de vida — e eu fico surpreso de ninguém ter falado sobre isso — então dá pra ver que as histórias do Aranha funcionam nesse formato...</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Eu acho que a tira do Aranha tem algumas grandes vantagens. Primeiramente, o Homem-Aranha e Peter Parker são personagens muito únicos, e estão muito mais próximos de uma pessoa comum do que a maioria dos super-heróis. Eles não têm poderes que abalam estruturas, como o Superman, ou uma fonte inesgotável de dinheiro e apetrechos como Tony Stark ou Bruce Wayne. Eles não são deuses antigos como o Thor ou Novos Deuses como Orion. Isso significa que ambos Peter e o Aranha sofrem para alcançar algum sucesso e isso se assemelha aos humanos e ao jeito de viver, já que poucos de nós conseguimos as coisas de bandeja.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>Em segundo, a tira do Aranha traz um certo sabor do super heroísmo para o público em geral que comprava e lia os jornais diariamente e agora usa a internet pra receber sua dose diária de notícias e entretenimento — incluindo as tiras. Dos anos 1970 a 1990, essa tira era a principal ligação entre os super-heróis e os cidadãos comuns. Hoje, os filmes de super-heróis preenchem essa lacuna, mas a tira do Aranha segue viva, dia após dia, ao contrário dos filmes que saem de meses em meses, e isso é algo que dá certo poder à tira.</i></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Mesmo sem a aparição de outros heróis na tira por mais de uma década — exceto duas aparições e histórias com Namor, se não me engano —, as tiras não tiveram “aparições especiais” até 1992, com o Dr. Estranho, e então o Demolidor e a saga Agenda Mutante com o Fera. Que outros heróis apareceram na tira?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Tenho certeza de que não consigo fazer uma lista sem consultar minhas anotações, mas, de cabeça, consigo dizer que o Wolverine já apareceu uma vez, o Hulk algumas também, e sei que o Coisa já deu as caras porque sou um grande fã do Ben Grimm (ele aparece no arco da tia May com o Toupeira), e também teve o Tony Stark e sua armadura do Homem de Ferro numa história. Ah, sim! O Rocky Racum dos Guardiões da Galáxia se juntou ao Aranha no ano passado! E, é claro, temos muitos vilões familiares da Marvel como o Shocker, o Cabeça-de-Ovo, Tyrannus, Homem-Areia e Electro. O resultado é que os leitores sempre tinham um saborzinho do gigantesco Universo Marvel — ao menos na versão em tiras desse Universo.</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Eu sei que, em minhas leituras das tiras que começaram em 1992, as aparições especiais se tornaram mais comuns — desde os mencionados Dr. Estranho e Demolidor, que fazem bastante sentido. O Justiceiro apareceu em 2004, e o encontro das tiras e gibis no arco Agenda Mutante, com o Aranha e o Fera contra o Duende Macabro chegaram a ser adaptados pra série de TV animada. Vocês têm planos de continuar coletando as tiras até a coleção atingir os anos mais recentes? (Chegar em 2017 significaria 20 volumes.)</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Estamos felizes com os números de vendas dos primeiros quatro volumes da série, e vamos continuar produzindo enquanto eles venderem. Se o público quer ler as tiras do Aranha, vamos continuar as trazendo!</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BLEEDING COOL:</b> <i>Pessoalmente, eu estou ansioso para ver os volumes 6 e 7, pois os anos de 1988 e 1989 são os que eu mais me lembro de ler, com a história do sobrinho do J. Jonah Jameson fazendo uma tira diária tirando sarro do Homem-Aranha, além da tia May e o lutador russo... Alguns arcos são bem estranhos (risos). Olhando para outras tiras, existe alguma chance de termos uma coletânea das tiras do Hulk? Além disso, as outras duas que a Marvel lançou — Howard o Pato e Conan o Bárbaro — não foram republicadas (no caso do Conan, não por completo), então há planos pra elas também?</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div></blockquote></blockquote></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>BRUCE CANWELL:</b> <i>Já expressamos interesse em lançar todas as três tiras — eu mesmo sou um grande fã das tiras do Howard, então vivo falando delas pro Dean —, mas, até o momento, nenhum acordo foi fechado. Somente o tempo irá dizer...</i></div></div></blockquote></blockquote></blockquote></blockquote><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As tiras do Homem-Aranha estão sendo lançadas no Brasil pela Panini Comics — que usa os mesmos livros da IDW como base. Até o momento, somente os 5 volumes que foram mencionados na entrevista foram lançados lá nos EUA — e o mesmo está para acontecer aqui. Ficamos na torcida para que o resto das tiras sejam compiladas e lançadas algum dia!</div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-20337720532215134852023-02-12T00:00:00.006-03:002023-02-27T16:59:15.917-03:00Charles Schmidt: biografia resumida<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVP2r7oSv982GduPIPSrH9XUhpNm00diTcPp3o_ftFrQnKBGfkXdE_6H_83JpT2_-j6olClFlYP_JtNxNOATSiBXolwSZymVB4ABjLORliSLMvIIt4TnsEojjVAZq-02cnIAVwR0DIST45c6LKw21neXE5KMwrmG40YC60WxC8XZ-hTOCJMmNKXw/s382/schmidt2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVP2r7oSv982GduPIPSrH9XUhpNm00diTcPp3o_ftFrQnKBGfkXdE_6H_83JpT2_-j6olClFlYP_JtNxNOATSiBXolwSZymVB4ABjLORliSLMvIIt4TnsEojjVAZq-02cnIAVwR0DIST45c6LKw21neXE5KMwrmG40YC60WxC8XZ-hTOCJMmNKXw/w348-h400/schmidt2.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Charles Schmidt em sua prancheta.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>“ELES ESTÃO ME MATANDO”,</b> os visitantes na casa de Charles Schmidt, em Winthrop, Massachusetts, talvez ouviriam. E mais, “Trabalho? Não faço nada além disso!”, ou também “Ando tão ocupado nos últimos dias que acho que vou parar num sanatório!” ou “Se vocês, cartunistas, precisassem fazer apenas metade do trabalho que eu faço...”, entre outras frases.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>E então Charlie boceja. Seus visitantes vieram ao muro errado para lamentar. Eles estão de frente a um homem que REALMENTE sabe o significado de trabalho.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Nos últimos quinze anos, sua vida numa casca de noz tem sido: acordar, ir para o emprego nos escritórios Hearst em Boston como um artista contratado, trabalhar o dia inteiro, chegar em casa, comer sua janta... E então começar a trabalhar em sua tira de ação frenética intitulada <i>Sergeant Pat of Radio Patrol</i> [<i>Sargento Pat da Rádio Patrulha</i>], licenciada pelo sindicato King Features. Todos os cinco dias úteis da semana. Os outros dois dias restantes variam entre a rotina de ficar em casa descansando ou trabalhar o dia inteiro em mais aventuras do inigualável Pat.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIvhdrzOgDiZZZ0wVd0EBE42VlATIEOTODXwchV8DxI3e3aW46Vhbxh1SwwAbcUWdljUXYEcWoKLei87zoZ9blDdn49Kmmb4iZFjrvYYI7Cisc9h7CyUwyTGzB9mv3ma6y-Yo9wJ-eyG9QBphmkh67W08y-tUglDey0H6xwn6DipHr3SEOYt6BhQ/s2788/1945-05-27.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2788" data-original-width="1818" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIvhdrzOgDiZZZ0wVd0EBE42VlATIEOTODXwchV8DxI3e3aW46Vhbxh1SwwAbcUWdljUXYEcWoKLei87zoZ9blDdn49Kmmb4iZFjrvYYI7Cisc9h7CyUwyTGzB9mv3ma6y-Yo9wJ-eyG9QBphmkh67W08y-tUglDey0H6xwn6DipHr3SEOYt6BhQ/w418-h640/1945-05-27.jpg" width="418" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Tira dominical datada de 27 de abril de 1945.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Eu deveria estar enlouquecido tendo dois empregos que ocupam todo meu tempo”, Charlie diz com um sorriso no rosto, “mas já faz quinze anos agora e a única coisa que me aconteceu nesse meio tempo foi que fiquei quinze anos mais velho!”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Schmidt, que desenha Sargento Pat em sua continuidade providenciada pelo escritor Eddie Sullivan, nasceu no Brooklyn em 1897 e “sempre desenhou, desde o primeira vez em que segurou um lápis”. Muito baixo para os esportes na escola, ele se graduou em um colégio de Freeport, Long Island, com uma ambição ardente em mente: se tornar um cartunista. Mas os ganhos da família eram pequenos e ele precisou trabalhar como responsável pelas cobranças numa casa comercial. Pelo menos ele conseguiu os esforços de se tornar um homem de negócios. Depois de uma semana, ele abandonou o emprego e correu para o departamento de arte da New York American. Durante três anos, foi um office boy. E então, num certo dia mágico, se tornou membro da equipe.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Em 1917, ele foi enviado para Boston para cobrir um buraco no departamento de artes de lá — e nunca mais saiu do lugar, até hoje. Reconhecido como um dos mais valiosos artistas no ramo, um mestre na arte de retoques, criador de leiautes e mapas, letrista e também caricaturista, ele não conseguia abandonar aquele emprego mesmo que quisesse. Seus editores de Boston — um dos quais era Walter T. Howey, que teve a ideia do Sargento Pat — não deixariam. Ele também não sairia porque possui uma tinta de impressora em seu sistema interno e quer estar por perto onde puder respirar mais tintas, e ele também gosta das variações no tipo de trabalho que sua equipe lhe oferece.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A tira do Sargento Pat estreou em 1933 e foi impressa durante seus nove primeiros meses no Boston Record com o nome de <i>Pinkerton Jr.,</i> antes do King Features a tomar para si no ano seguinte, mudar seu nome para <i>Sargento Pat da Rádio Patrulha</i> e distribuí-la nacionalmente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ_hD6QF1OHNgbC9YXZ37k9oxiD9DicSNXp37ksayH3E2fCgAI89kr0KbHI8MItfI4-44gxsyUVx8mW1dsiwrQK0nY5jEzz4OGRj25dSQw4BnkfygtP9jRnXXL38Fn3fCYYoWeWyfOkNcok3ss8qgGnacHcOHwRRW4TREjP8af9_ykO32eiMXnsg/s2941/1946-01-13.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2941" data-original-width="1970" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ_hD6QF1OHNgbC9YXZ37k9oxiD9DicSNXp37ksayH3E2fCgAI89kr0KbHI8MItfI4-44gxsyUVx8mW1dsiwrQK0nY5jEzz4OGRj25dSQw4BnkfygtP9jRnXXL38Fn3fCYYoWeWyfOkNcok3ss8qgGnacHcOHwRRW4TREjP8af9_ykO32eiMXnsg/w428-h640/1946-01-13.jpg" width="428" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Tira dominical datada de 13 de janeiro de 1946.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Diferente de muitos artistas”, ele comenta, “Eu desenho os personagens primeiro e coloco os balões depois. É um hábito meu e eu às vezes me encontro numas enrascadas, sem ter espaço suficiente para colocar as letras. Mas talvez isso seja algo bom, porque acaba forçando uma redução nos diálogos e previne que a tira se torne algo muito maçante. Eu mesmo não gosto de ler texto demais numa pequena tira.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Ele não usa modelos, conscientemente, “mas alguns amigos acabam vendo que dois dos meus personagens são parecidos com minha filha e meu filho.” De vez em quando ele tira um de seus sapatos do armário só pra copiá-lo. “Ah, e você sempre vai saber quando eu comprei um carro novo: ele sempre vai aparecer nas tiras.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Para os artistas aspirantes, Charlie tem um conselho: “Vão pra uma escola de Belas Artes — foi algo que eu não fiz. Estudem os diferentes estilos e técnicas dos que fizeram sucesso e, então, quando vocês tiverem uma ideia, rezem e torçam para que ela seja um sucesso também.” O mais importante requisito para um cartunista, ele responde, é o senso de humor.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>No seu tempo livre, ele gosta de ler e se divertir com seu trem elétrico e sua ferrovia em miniatura. “Espera um pouco?”, ele ri, “Você disse ‘tempo livre’?”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Schmidt é agora um avô orgulhoso de quatro robustos meninos que estão sempre pedindo ao vovô para desenhá-los. Ele até consegue achar um tempo pra cumprir essa demanda. Seu filho, um ex-piloto de caças do exército, acabou de se juntar ao Departamento de Arte do Boston Hearst também — e Charlie espera que, um dia, ele possa continuar do ponto em que o pai parou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;"><i>Texto originalmente encontrado no Catálogo de</i></div><div style="text-align: right;"><i>Artistas e Roteiristas de 1949, distribuído pelo King</i></div><div style="text-align: right;"><i>Features Syndicate. Traduzido por Lucas Cristovam</i></div><div style="text-align: right;"><i>em 9 de fevereiro de 2023.</i></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-34310660997416349492022-11-06T00:00:00.001-03:002022-11-06T00:00:00.190-03:00A diferenciada enfermeira Myra North<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpXNgJO9Ufx8WK3IlkOwJX6gSFTmR0BRZds2bgaobgMaO9TIfKzrRGY8nMf4KxDBK6SR7_0tmlk-4bkFbIeLR2TR1j0LZyB5c61FefJp3USDguSyk7wrj6waM54_nKSnuyaWWX9RCwEPlZ42FWU4cgMsrZ_929A4uNr2S-SOXFpSZl98hjHskxrw/s1600/s-l1600.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1084" data-original-width="1600" height="349" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpXNgJO9Ufx8WK3IlkOwJX6gSFTmR0BRZds2bgaobgMaO9TIfKzrRGY8nMf4KxDBK6SR7_0tmlk-4bkFbIeLR2TR1j0LZyB5c61FefJp3USDguSyk7wrj6waM54_nKSnuyaWWX9RCwEPlZ42FWU4cgMsrZ_929A4uNr2S-SOXFpSZl98hjHskxrw/w515-h349/s-l1600.jpg" width="515" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Uma tira dominical datada de 27 de novembro de 1938.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A partir do título, um leitor poderia esperar que <i>Myra North, Enfermeira Especial</i> iria se tratar de uma novela em quadrinhos e não teria nada de ação intensa. Mas note a última palavra do título: qualquer um que esperasse que a tira tratasse de uma vida simples e pacata de uma enfermeira não faz ideia do quão especial Myra North foi. As pessoas que ela encontrava no seu dia a dia incluíam doutores, pacientes e hipocondríacos — mas a lista também incluía espiões, lunáticos e mestres do crime.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>As aventuras de Myra nos jornais diários norte-americanos começaram numa segunda, dia 10 de fevereiro de 1936. O artista era Charles Coll, que trabalhou como cartunista mas não era conhecido por nenhuma tira até aquele momento. O escritor era Ray Thompson, que já tinha escrito algumas tiras de <i>Somebody’s Stenog</i> [Estenógrafo de Alguém] para A.E. Howard, e criaria também as propagandas em quadrinhos para o chiclete Dubble Bubble [na época, um dos grandes chicles que rivalizou com o Bazooka Joe]. Tudo foi distribuído pela Newspaper Enterprise Association, o sindicato de tiras como <i>Alley Oop</i> [Brucutu], <i>Out Our Way</i> [Saiam do Nosso Caminho] e outras.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO_OWj9nWs3errmbiCDDBQnmfx_c0iRg92PTIxrPA9EATt4WuiM9duinaHQ87CMPoggnpLT9Qe5HJLKhq83xrDgnVPTryDXAGEesS0C-9oEVtzgYKsGB_N-uKp45NSbBtjBs9w2100tEG_GXsRbzitpA8aSyxEDQyFhJJ4ojYenlkdbce7K8OzDA/s1600/s-l1600%20(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1125" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO_OWj9nWs3errmbiCDDBQnmfx_c0iRg92PTIxrPA9EATt4WuiM9duinaHQ87CMPoggnpLT9Qe5HJLKhq83xrDgnVPTryDXAGEesS0C-9oEVtzgYKsGB_N-uKp45NSbBtjBs9w2100tEG_GXsRbzitpA8aSyxEDQyFhJJ4ojYenlkdbce7K8OzDA/w450-h640/s-l1600%20(1).jpg" width="450" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A tira dominical de 9 de fevereiro de 1941.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Myra às vezes passava pelas emoções de uma vida razoavelmente normal, realizando atividades que enfermeiras realizam e se encontrando com seu namorado, Jack Lane. Mas ela era continuamente interrompida por pacientes assassinos, colegas realizando experimentos ilícitos e outras coisas do tipo. Ela também foi atrás dos problemas certa vez, viajando pelo mundo em busca de conquistadores e outros super vilões.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>De começo, a tira pareceu ser muito bem recebida pelos leitores. Ela ganhou uma versão dominical a partir de 6 de dezembro do mesmo ano de lançamento e também um Big Little Book em 1938. Mas, mesmo tendo esse modesto sucesso, sua vida foi curta.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A tira diária de Myra terminou em 25 de março de 1939 enquanto que a dominical foi até 31 de agosto de 1941. Thompson e Coll trabalharam nela do começo ao fim.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;"><i>Texto-base por Donald D. Markstein.</i></div><div style="text-align: right;"><i>Tradução e adaptação por Lucas Cristovam.</i></div><div style="text-align: right;"><i><br /></i></div><div><div style="text-align: right;"><i>02 de novembro de 2022,</i></div><div style="text-align: right;"><i>Parnamirim, Rio Grande do Norte, Brasil.</i></div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-90073954197473158142022-05-01T00:00:00.003-03:002022-05-01T00:00:00.203-03:00Sobre o "Lanterna Verde" de Grant Morrison e Liam Sharp<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtVUxsTHT01VLUqm-rbB_2zRvEqOzXnS0rsAsAGgjRXB_UtVYapHqaDIY-yFd0MpsgLXPnR81FPvWoxvx_7b30tD3xoVsknAk9JmiylW70_8-K2_xq2zaF0rn9_K-yepZBL5Tp0ji_mB0CfEg20WyDn6FgoPuAOWyqIpDUq5R8HdQTt1yhWZmC_A/s800/d90485eea8a3e2d49001a6209861f5cb.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="577" data-original-width="800" height="289" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtVUxsTHT01VLUqm-rbB_2zRvEqOzXnS0rsAsAGgjRXB_UtVYapHqaDIY-yFd0MpsgLXPnR81FPvWoxvx_7b30tD3xoVsknAk9JmiylW70_8-K2_xq2zaF0rn9_K-yepZBL5Tp0ji_mB0CfEg20WyDn6FgoPuAOWyqIpDUq5R8HdQTt1yhWZmC_A/w400-h289/d90485eea8a3e2d49001a6209861f5cb.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>As oito edições que compõem a primeira temporada<br />de </i>Lanterna Verde,<i> lançadas pela Panini Comics<br />entre 2019 e 2020.</i></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Lanterna Verde</i> está sendo minha primeira experiência Morrisoniana e... eu realmente não sei como explicar o que tô sentindo sobre tudo que tô lendo. Acho que vale a pena criar tópicos pra isso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;">• A história é curiosamente confusa e, ao mesmo tempo, clara. Eu acho que essa é a parte mais complexa de explicar, mas, em muitos momentos da leitura (me encontro no volume 7 dos 13 da coleção no momento), eu sempre me pego pensando <i>“Mas que p***a tá acontecendo??”,</i> enquanto que, em outros, a leitura é fluida e suave.</div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;">• A arte do Liam Sharp é SURREAL. E eu digo isso em ambos os sentidos, figurado e literal. O cara desenha muito mesmo, mas, ao mesmo tempo, esses desenhos são uma coisa bizarra, que parecem combinar com os roteiros do Morrison num nível inacreditável. Tem páginas que possuem tantos detalhes que eu perco um tempo interpretando o que tá rolando só pra não deixar nada passar.</div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;">• O letreiramento original foi feito pelo mestre Tom Orzechowski, um dos meus ídolos na arte de fazer balões, e a parte brasileira foi cuidada pela mestra Valéria Calipo, que é a minha letrista brasileira favorita (ao lado da Lilian Mitsunaga, claro), e os dois conseguem fazer um trabalho tão incrível que eu nem sei como pôr em palavras. É cada diagramação única nos balões que eu me sinto ainda mais motivado a seguir nesta área no meio dos quadrinhos!</div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;">• Os <b><i>DIÁLOGOS</i></b> possuem uma quantidade <b><i>IMENSA</i></b> de <b><i>DESTAQUES.</i></b> A cada duas frases, <b><i>TRÊS DELAS</i></b> possuem <b><i>ALGUMA PALAVRA</i></b> em <b><i>NEGRITO</i></b>. E, às vezes, nem é coisa tão <b><i>IMPORTANTE</i></b> assim. Ou talvez <b><i>SEJA.</i></b> Vai <b><i>ENTENDER</i></b> a <b><i>CABEÇA</i></b> do Morrison nessas horas? (E eu digo isso porque, quando escrevo as minhas histórias, também tenho o costume de dar destaque demais às palavras.)</div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;">• O Morrison parece ser um cara que realmente conhece o que tá fazendo. O bicho encheu esses trecos de referências e personagens antigos do Universo DC. Eu tenho pesquisado muito pra saber melhor quem é quem e o cara realmente não parece ter colocado as personagens ali de propósito, sabe?</div></div></blockquote></blockquote><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O saldo que estou tendo até o momento é: drogado sem nunca ter usado drogas. Aliás, tem até um lanterna <i>hipster</i> no meio disso tudo que só confirma o quão DOIDO o negócio é.</div></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mas eu tô amando! Acho que é justamente por ser tão único e diferente de tudo que já tinha lido antes.</div></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Vocês já leram essa loucura que é <i>Lanterna Verde</i>?</div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-3160859407228390762022-03-13T00:00:00.002-03:002022-03-28T10:03:48.988-03:00A vida secreta de Stan Lee<div style="text-align: center;"><i>Ele revolucionou os quadrinhos e virou um ícone da criação de super-heróis. Mas também acumulou rixas por não dar crédito aos parceiros de criação. Conheça o lado B do símbolo-mor da Marvel, que faria 100 anos em 2022.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: right;"><i>Por Rafael Battaglia para a revista Superinteressante</i></div><div style="text-align: right;"><i>18 de fevereiro de 2022, 07h43</i></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiKTnH5JXn1iJKBoSzCmjnv8EWi1pf1Em-5a0AUNhoLdkJvW_kHCjqK517FK7eaSFuxUJbldNOUY5oA8Jz9byLEENwbLqrQU-O0XB1pHK0cO-XcecnpRsO6KvPAFY1bHDSaGMiLJ5WZV6-kJWzW9p5uAl6RikjzbSCb94Cewq-AbzNk4VErvI-x2A=s1024" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="682" data-original-width="1024" height="323" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiKTnH5JXn1iJKBoSzCmjnv8EWi1pf1Em-5a0AUNhoLdkJvW_kHCjqK517FK7eaSFuxUJbldNOUY5oA8Jz9byLEENwbLqrQU-O0XB1pHK0cO-XcecnpRsO6KvPAFY1bHDSaGMiLJ5WZV6-kJWzW9p5uAl6RikjzbSCb94Cewq-AbzNk4VErvI-x2A=w485-h323" width="485" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Stan Lee, pelo traço de Thobias Daneluz.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Stanley Martin Lieber nasceu em 28 de dezembro de 1922, em Nova York. Era filho de Jack e Celia, imigrantes judeus que fugiram de uma Romênia assolada pela crise econômica e por uma onda de antissemitismo.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Consumidor voraz de qualquer tipo de mídia – tiras de jornal, programas de rádio, cinema… –, Stanley ganhou, como um dos primeiros presentes de sua mãe, um suporte de livros, para que pudesse ler enquanto comia. E na escola, participando de concursos de redação, descobriu o gosto pela escrita.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A família vivia com o orçamento apertado – o pai custava a conseguir empregos estáveis nos EUA da Grande Depressão dos anos 1930. Stanley, então, fazia todo tipo de bico: foi entregador de sanduíches, lanterninha de cinema e, mais em linha com seu talento, redator de obituários antecipados de celebridades.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Naquele começo do século 20, quadrinhos ainda eram vistos como uma arte de quinta categoria. O jogo só virou em 1938 com a HQ <i>Action Comics</i> #1 – a estreia do Superman. Essa revista mensal da National Allied Publications (futura DC Comics) inaugurou o gênero de super-heróis, alcançou milhões <span style="white-space: pre;"> </span>em vendas e virou o mercado de cabeça para baixo.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Foi nesse cenário efervescente que Stan, ainda moleque, começou a trabalhar com quadrinhos. Mas sua entrada do ramo não foi exatamente por mérito. Foi nepotismo mesmo. Martin Goodman, chefão da Timely Comics (futura Marvel), era casado com uma de suas primas e deu um emprego ao garoto.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Goodman estava longe de ser um visionário. Empresário do ramo de distribuição de revistas, criava empresas de fachada para fugir de impostos e prezava pela quantidade, e não qualidade, dos seus produtos – se algo estava fazendo sucesso, bastava copiar. Com os super-heróis, não foi diferente. Em 1939, a Timely lançou a HQ <i>Marvel Comics</i> #1 com os primeiros heróis da casa, Namor e Tocha-Humana, e contratou quadrinistas para desenvolver histórias para a editora. Dentre eles, Jack Kirby e Joe Simon, que criaram o Capitão América, em 1940.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O primeiro cargo de Stan por lá foi como assistente de Joe Simon. Ele fazia entregas, apagava traços de lápis em artes finalizadas, pegava café. Quando as tarefas acabavam, ficava tocando flauta doce no escritório. A virada veio num dia qualquer de 1941. Simon, sobrecarregado, passou a Stan a tarefa de escrever uma história curta para o Capitão América. E ele arrebentou. Lee teve a ideia de o Capitão usar seu escudo como bumerangue (algo que desafia as leis da física, mas que virou a marca do herói). Na hora de assinar, preferiu a versão contraída de seu nome: “Stan Lee”. E não parou mais de escrever.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Enquanto o jovem dava seus primeiros passos, Kirby e Simon estavam revoltados com Goodman: o chefe não tinha dado a eles a porcentagem de lucro prometida (25%) das vendas dos gibis do Capitão. Passaram, então, a trabalhar escondidos para a rival – a National.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Não tinha como dar certo: a dupla logo foi descoberta e demitida. Bom para Lee, que, com apenas 19 anos, assumiu como editor da HQ e passou os meses seguintes escrevendo diversas histórias para a Timely.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, Stan serviu o Exército redigindo materiais educativos. Em 1945, voltou para Nova York com uma ideia surpreendente: sair do ramo de quadrinhos. Não foi um surto momentâneo, mas sim algo que o acompanharia por toda a vida. “O engraçado é que eu nunca fui um leitor de quadrinhos”, diria mais tarde, em 1999. “Eu só escrevia.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Nessa tentativa de virada profissional, Lee tentou começar um negócio de livros didáticos e fez trabalhos para rádios. Enquanto isso, passou a supervisionar cada vez mais os quadrinhos da Timely – e a escrever, de fato, cada vez menos. No final dos anos 1940, Goodman percebeu que valia mais a pena trabalhar com <i>freelancers</i> e mandou Stan demitir toda a redação.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Em 1947, o quadrinista conheceu a modelo inglesa Joan Clayton Boocock. Eles se apaixonaram e casaram poucos meses depois. Dessa união, em 1950, nasceu Joan Celia (ou, como ficou conhecida, JC). O nome foi uma homenagem à mãe de Stan, que morreu três anos antes. O casal teve ainda uma segunda filha, Jan, mas que não sobreviveu ao dia do parto.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Apesar das perdas, a família Lee teve uma vida estável nos anos 1950. Eles viviam numa casa espaçosa em Long Island, nos arredores de Nova York, e organizavam festas com frequência. Mas Stan seguia frustrado com o trabalho.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>E, verdade seja dita, o mercado também não colaborava. Naquela década, críticos ao fenômeno das HQs diziam que elas eram as responsáveis pelo mau comportamento dos jovens – algo semelhante ao que acontecia com os discos de rock nessa mesma década.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O ápice da repressão foi em 1954, quando se instituiu um código de conduta para as revistas. As histórias não poderiam, por exemplo, mostar “sinais de violência exacerbada”. Como acontece em qualquer cenário de censura, a criatividade acabou tolhida. Os gibis de heróis perderam força e as vendas diminuíram.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Stan e a Timely então focaram em outros enredos, como faroestes e romances leves. Em 1958, Jack Kirby voltou para a editora. Mas o clima não poderia ser pior: um mau negócio de Goodman o forçou a contratar a distribuidora Independent News, que pertencia à National. Isso limitou a circulação da Timely, que acabou cortando 80% de sua produção.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>As coisas só melhorariam em 1961, quando o tal código de conduta já não apitava (tem lei que pega, tem lei que não pega…). Durante uma partida de golfe, Goodman ouviu um executivo da National se gabar de um novo sucesso da editora, a Liga da Justiça. Então não pensou duas vezes: correu e mandou Stan criar um time de super-heróis. Nascia ali o Quarteto Fantástico, que chegaria às bancas em novembro de 1961 – mesmo ano em que a Timely mudou de nome para “Marvel”.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A HQ marcou o início da revolução da Marvel nos quadrinhos. Na história, Reed Richards, Ben Grimm e os irmãos Sue e Johnny Storm ganham poderes após uma tempestade cósmica e se tornam o Quarteto Fantástico. A história era inovadora: os personagens viviam brigando, e as cenas em que eles adquirem suas habilidades eram agonizantes – quase um filme de terror.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Tanto Stan quanto Jack Kirby, cocriador do Quarteto, contam versões diferentes sobre a origem do supergrupo. A mais consagrada é a de Lee, que diz ter feito toda a concepção dos personagens, enquanto Kirby cuidou só do visual. Kirby, por sua vez, afirmava ser responsável também por boa parte das histórias, não apenas das ilustrações. Essa questão se repete na avalanche de personagens que vieram depois: Hulk, Thor, Homem-Formiga, Homem de Ferro, os X-Men, Doutor Estranho e Homem–Aranha – no caso desses dois últimos a rusga pela primazia criativa foi com outro parceiro, o quadrinista Steve Ditko.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O cerne desse problema está no que ficou conhecido como “Método Marvel”, consolidado nos anos 1960. Normalmente, escritores entregam a ilustradores um roteiro bem detalhado da HQ, com enredo, diálogos e indicações do que vai entrar em cada quadrinho. Lee bolava sinopses das histórias e as entregava para Kirby, Ditko e outros artistas, que desenvolviam a trama a partir daí; Lee, por fim, adicionava os balões de diálogo.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Só que havia uma falha aí: o método escondia a dupla função dos desenhistas, que, ao desenvolver as histórias, também faziam as vezes de roteiristas. Para completar, a editora não tinha o hábito de registrar reuniões, esboços e outros bastidores das revistas. Prevaleceu, então, a narrativa de que Lee era o principal cérebro por trás das criações. A falta de crédito apropriado levou Ditko a deixar a Marvel em 1965 e a nunca mais trabalhar com Stan.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>O fenômeno…</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As histórias da Marvel chacoalharam a cultura pop. Os heróis, antes tratados como figuras divinas, eram agora mais humanos – e falhos. O Quarteto Fantástico retratava uma família disfuncional. Os X-Men funcionavam como uma analogia à segregação racial dos EUA. E Peter Parker era um quebrado com o aluguel atrasado. A identificação dos leitores foi automática – e as vendas explodiram.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A “revolução Marvel” passou a ser destaque em jornais, revistas e programas de rádio. Lee era o porta-voz da editora – outros artistas quase nunca eram mencionados. Ele se firmou como o carismático rosto da Marvel. Dava palestras em universidades e recebia na redação celebridades que eram fãs dos gibis. No escritório, era visto jogando golfe com copos no lugar dos buracos, e não raro subia nas mesas para imitar os movimentos que ele queria que os heróis fizessem nas páginas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Seu maior trunfo foi a maneira de se comunicar com os leitores. Ele idealizou a criação de um fã–clube oficial da Marvel e batia ponto na seção de cartas das revistas. Ali, agradecia aos elogios, tirava dúvidas e narrava o dia a dia da redação – tudo isso em textos recheados de piadas, trocadilhos e que terminavam com “Excelsior!” (“sempre em frente”, em latim), seu lema de vida. O que empresas fazem hoje nas redes sociais, tentando se aproximar do público, Stan já tirava de letra.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>… E o marasmo</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 1968, Goodman se aposentou e Stan virou presidente da Marvel. Foi também o ano em que seu pai, Jack, morreu. Os motivos nunca foram esclarecidos (uma hipótese é a de que ele teria cometido suicídio devido a um erro médico na dosagem de antidepressivos). Stan se sentiu culpado pela tragédia e se afastou da família – incluindo de seu irmão, Larry, que escreveu e desenhou histórias para a Marvel até 2018. As conversas com ele eram, quase sempre, restritas a motivos profissionais.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Nos anos 1970, Stan se afastou do desenvolvimento das histórias. Sem Kirby, que trocou a Marvel pela DC, Lee investiu em publicações de gosto duvidoso, como uma revista de celebridades comandada pela esposa, Joan. Nenhuma das empreitadas fora do mundo dos super-heróis vingou.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Em 1980, Stan e a família se mudaram para Los Angeles. O plano era desenvolver filmes e séries em Hollywood por meio da divisão Marvel Productions. Mas, mesmo que Stan fosse ovacionado por fãs de HQs, ele ainda era um desconhecido em meio aos figurões do show business. Encontros com artistas e chefões de estúdio raramente rendiam, e suas tentativas de criar live actions da Marvel para o cinema não emplacavam.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Em 1994, Stan assinou um contrato vitalício com a Marvel. Aos 72 anos (e morando do outro lado do país há 14), ele já não apitava mais nas decisões da editora, mas continuou a representar a marca em eventos e entrevistas. Só que as coisas logo se complicaram. No ano seguinte, investimentos errados do chefão da Marvel, Ron Perelman, fizeram a empresa entrar com um pedido de falência, com quase US$ 1 bilhão em dívidas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Para sair da pindaíba, a companhia fez um saldão dos direitos de seus personagens mais famosos para estúdios de Hollywood – pagando pouco, pelo jeito, eles topavam a ideia de pensar em filmes com os heróis da Marvel. A companhia precisou também renegociar contratos – como o de Lee, que ganhava US$ 1 milhão para, bem… não fazer nada. O novo acordo oferecia US$ 250 mil anuais, mas Stan recusou. O valor não dava conta do estilo de vida que ele havia adquirido – Joan e a filha eram consumidoras compulsivas, o que sempre forçou Stan a continuar trabalhando.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Péssimos negócios</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Stan e a Marvel chegaram a um acordo no final de 1998, mas o desgaste o fez considerar novos voos. Ele criou a empresa Stan Lee Media (SLM) para desenvolver produtos para cinema, TV e internet (ainda uma novidade).</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O parceiro de Stan nessa empreitada foi Peter Paul, um advogado que conheceu em eventos beneficentes em Los Angeles. Com a ajuda de Paul, a SLM entrou na bolsa de valores, teve mais de 140 funcionários e US$ 300 milhões em valor de mercado (US$ 100 milhões a mais que a Marvel).</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mas tudo foi por água abaixo. No final de 2000, as ações despencaram e quase todos os funcionários foram demitidos. Mais tarde, descobriu-se que Paul era um golpista, que divulgava relatórios falsos para inflar as ações da SLM. Acabou fugindo para o Brasil para escapar dos processos, mas foi preso pela Interpol.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Stan e alguns remanescentes da SLM, então, fundaram a POW! Entertainment numa tentativa de juntar os cacos. Fundada em 2001, ela atirou para todos os lados. Desenvolveu animações (Stripperella, sobre uma stripper que combate o crime), cosméticos (uma colônia do Stan Lee vendida a US$ 25), reality shows e mais uma série de projetos que nunca decolaram – como um desenho em parceria com a Playboy. A POW! existe até hoje, mas nunca lançou um hit.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Sanguessugas</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os últimos anos de Stan Lee foram conturbados. Por um lado, ele se tornou mais famoso do que nunca com suas participações em filmes e séries da Marvel (foram 60). E era o centro das atenções quando aparecia nos eventos de estreia dos longas – embora nunca ficasse até o final para assisti-los.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mas as aparências da vida pública estavam longe da verdade. Ingênuo, Stan acabou cercado de interesseiros. “Um por um, indivíduos de moral instável foram entrando na vida dele, prometendo riqueza, desde que ele não fizesse muitas perguntas a respeito de como isso seria feito”, escreve Abraham Riesman na biografia Invencível: a ascensão e a queda de Stan Lee, lançada em 2021.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Um desses indivíduos foi Mark Anderson, um segurança que virou amigo de Lee e sugeriu que o escritor poderia lucrar com suas aparições públicas. Junto a ele, Lee passou a cobrar centenas de dólares por autógrafo – e milhares por participações em convenções (mais tarde, descobriu-se que Anderson chegou a roubar objetos pessoais de Lee).</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mas talvez o relacionamento mais desgastante de Stan tenha sido com sua filha. JC Lee sempre gerou preocupação: tinha problemas com álcool e vivia às turras com os pais – geralmente, para pedir mais dinheiro. No 64º aniversário de JC, insatisfeita com um presente que ganhou de Lee (um carro), agarrou o pai pelo pescoço.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Stan morreu no dia 12 de novembro de 2018, aos 95 anos, após uma parada cardíaca. No final, sua vida foi tão imperfeita quanto a dos personagens que o consagraram – e quanto a de cada um de nós. Com uma diferença: Stan foi mestre em cultivar a própria imagem. A p0nto de suas aparições-relâmpago na tela, em suas últimas décadas de vida, causarem tanto fascínio quanto os heróis da mitologia contemporânea que deu ao mundo.</div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-19223112804842276302022-03-06T00:00:00.002-03:002022-03-08T10:02:02.878-03:00Do rádio à TV e, então, às tiras de jornal: Dragnet<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhnO4_7ukVV8BnRt2tmYGzMSExpbn2A47UNH_PHPjHQaTd5B62hp56etDRw7h2Uo2knfdTpjZMDEyUWO5vyJ4vXzRDGPJ_8V0vb4voQapOAF-1ECLIeRzqFo-ZdIHpUkyNvpUTrnYvBwLzm6UOAy601SxY90oMT55nz2x_jt3sr1Grpl_ckFSc5dQ=s1478" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="831" data-original-width="1478" height="287" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhnO4_7ukVV8BnRt2tmYGzMSExpbn2A47UNH_PHPjHQaTd5B62hp56etDRw7h2Uo2knfdTpjZMDEyUWO5vyJ4vXzRDGPJ_8V0vb4voQapOAF-1ECLIeRzqFo-ZdIHpUkyNvpUTrnYvBwLzm6UOAy601SxY90oMT55nz2x_jt3sr1Grpl_ckFSc5dQ=w510-h287" width="510" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Os atores Jack Webb e Harry Morgan.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><i>DRAGNET</i> FOI PROVAVELMENTE</b> o motivo pelo qual seriados como <i>C.S.I.</i> [<i>C.S.I.: Investigação Criminal</i>], <i>Law & Order</i> [<i>Lei & Ordem</i>], <i>Criminal Minds</i> [<i>Mentes Criminosas</i>], entre vários outros seriados do gênero “investigação forense”, hoje possuam fama. Sua primeira versão foi lançada para o rádio, indo ao ar entre 1949 e 1957 na rádio NBC. O criador da série, Jack Webb, teve a ideia de lançar um programa que trouxesse um foco grande no dia a dia dos detetives e investigadores, mostrando como o trabalho policial tinha o “repetitivismo” e a penosidade, mas também os perigos e os dramas derivados de cada caso com o qual a força de segurança tinha de lidar. Funcionou.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Webb prezava pelo realismo da série, e esse foi o principal fator pelo seu sucesso. Ele participava ativamente de visitas à delegacias, e até participou de cursos da Academia de Polícia só para aprender termos e detalhes que ele poderia vir a utilizar em seu personagem, o sargento Joe Friday. Webb chegou a incluir detalhes reais como os nomes de oficiais e chefes do Departamento de Polícia de Los Angeles — cidade em que a série era ambientada.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mas talvez o que mais marcou a série foi seu anúncio inicial, feito por George Fenneman em uma voz única: <i>“Senhoras e senhores: a história que vocês irão ouvir é verdadeira. Somente os nomes foram alterados para proteger os inocentes.”</i> A introdução era seguida de passos e da voz de Webb explicando as situações iniciais: <i>“Terça-feira, dia 4 de julho. Fazia frio em Los Angeles. Estávamos trabalhando num caso de assassinato. Meu parceiro é Ben Romero. O chefe dos detetives é Ed Backstrand. Meu nome é Friday.”</i> Todos os episódios possuíam o mesmo começo, apenas alterando datas, climas e alguns detalhes de descrição. Junto a tudo isso, o tema de <i>Dragnet, Danger Ahead!</i> [“Perigo à Frente!”] era escutado — tema este que foi problema de tribunal, tendo Walter Schumann, o compositor da música, sido acusado de plágio pelos <i>publishers</i> do filme <i>The Killers</i> (1946). De acordo com os <i>publishers,</i> Schumann tinha visitado o estúdio de gravação do filme, e acabou ouvindo uma parte do tema, gravado por Miklós Rózsa. A solução veio com um acordo que dividia os direitos do tema de <i>Dragnet</i> entre Schumann e os <i>publishers.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/Hj-qhIGTXdU" width="320" youtube-src-id="Hj-qhIGTXdU"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>O SUCESSO DE <i>DRAGNET</i></b> no rádio foi tão grande que, dois anos após sua estreia no rádio, o programa migrou para a TV. Filmado nos Estúdios Walt Disney, a série de TV elevou <i>Dragnet</i> a um novo patamar. Mesmo em preto e branco, agora era possível ver todas as ações e reações narradas no rádio. Além disso, a série trazia as mesmas identidades que já usava em áudio, além dos mesmos atores. A mesma NBC foi a produtora responsável.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Uma curiosidade interessante de se notar é que Webb não queria atuar na TV: ele chegou a recusar o papel de Joe Friday, indicando inclusive um ator para tal — o famoso Lloyd B. Nolan —, mas acabou sendo convencido pela própria NBC a realizar o papel, afinal já era conhecido pelo público do rádio e, talvez, poderia ocorrer uma falta de identificação por parte do mesmo caso a mudança fosse feita.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A série foi longa. Com um total de 276 episódios, distribuídos em 8 temporadas, ela saiu, ano após ano, entre 1951 e 1959. E essa foi apenas a primeira versão. Outras três viriam — a segunda, lançada entre 1967 e 1970, teve 4 temporadas e 98 episódios; a terceira (nomeada de <i>O Novo Dragnet</i>) saiu entre 1989 e 1990, com duas temporadas de 26 episódios cada; e a última e mais recente, <i>L.A. Dragnet,</i> em 2003, teve somente duas temporadas, mas com apenas 22 episódios (sendo que os dois últimos nem foram ao ar nos EUA, pois a série foi cancelada prematuramente). Porém, nenhuma das subsequentes conseguiu o mesmo sucesso da primeira versão — mesmo com a segunda tendo o mesmo Jack Webb voltando ao seu papel clássico.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgC3wNT5Qj7PxFA8IvfK6Vpk1nNmDhLlyfucipES5LyXOuYw5HyK7dbvVjKnsGcC_b1JWJPQe35X7ndbYymfjQR_60GhPKQP3Ba6vFkBjN1zYMRWaHS2iRj3_05hEQrBcxMho_MP2KORNQYNwh8VnXNuQMnJNzc2sGj95JvPLl9q-H1Pp9Imqat0w=s1600" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgC3wNT5Qj7PxFA8IvfK6Vpk1nNmDhLlyfucipES5LyXOuYw5HyK7dbvVjKnsGcC_b1JWJPQe35X7ndbYymfjQR_60GhPKQP3Ba6vFkBjN1zYMRWaHS2iRj3_05hEQrBcxMho_MP2KORNQYNwh8VnXNuQMnJNzc2sGj95JvPLl9q-H1Pp9Imqat0w=w400-h300" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Imagem de divulgação da série de 1967, com<br />os atores Harry Morgan e Jack Webb.</i></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh_vozGoyIXT1URtKdPK3BS36Mq9nJ8b5RGXdSF3Ey0WDXhRfuln6rQX7mXAOrv5qDSdcwUytkqGfpZpTmqgDKwRiToUrK5Ag-xJVBJ6212opiy41laez4e-OqzeEjQ-PAnvMYcKlKS-Dj14xzfk1h2oAHsv4HesiLgD8BoOX-mS6m-WWDASqznuw=s2560" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2560" data-original-width="1920" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh_vozGoyIXT1URtKdPK3BS36Mq9nJ8b5RGXdSF3Ey0WDXhRfuln6rQX7mXAOrv5qDSdcwUytkqGfpZpTmqgDKwRiToUrK5Ag-xJVBJ6212opiy41laez4e-OqzeEjQ-PAnvMYcKlKS-Dj14xzfk1h2oAHsv4HesiLgD8BoOX-mS6m-WWDASqznuw=w300-h400" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O pôster de </i>Dragnet, o Filme<i> com<br />Dan Aykroyd e Tom Hanks.</i></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span><i>Dragnet</i> também foi parar nas telas de cinema em três ocasiões distintas: 1954, 1966 e, finalmente, 1987. Esta última foi a mais famosa: uma comédia do tipo <i>buddy cop</i> — estilo que traz duas pessoas com diferentes personalidades tendo de agir juntas em prol da resolução de um crime — com ninguém mais, ninguém menos que Dan Aykroyd como Joe Friday (que, aqui, é o sobrinho do Friday da série de TV) e Tom Hanks como Pep Streebek, parceiro de Friday. Rendeu 67 milhões de dólares de bilheteria mundial.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>MAS O NOME <i>DRAGNET</i></b> não parou por aí. E foi em 23 de junho de 1952 que a tira baseada na série deu as caras nas páginas dos jornais dos Estados Unidos. Três artistas passaram pela tira: Joe Sheiber, que ficou até setembro daquele ano; Bill Ziegler, que assumiu logo após, mas não assinou seu nome até março de 1953, ficando na tira até janeiro de 1954; e Mel Keefer, que levou a tira até o fim, em maio de 1955. Os roteiros ficaram por conta de Jack Robinson, um dos roteiristas da série de TV.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg5m-bhyHzARKZ9lgHCIT0h_hUSD63BjAyMDSod-e782b7LUdT8woRkD_RlPvti5cyqLw5wng6B1LIYzvZvxChO4k47DdOKTLWoMCf4JKf6G4uX7XrdBGi4nYTWrKrDhING9BC6nlNWwq7E6YK93XJqH9V-9a4tZehvcpAZfFbCU9a3ZmK3Mq-3iA=s1280" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="375" data-original-width="1280" height="188" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg5m-bhyHzARKZ9lgHCIT0h_hUSD63BjAyMDSod-e782b7LUdT8woRkD_RlPvti5cyqLw5wng6B1LIYzvZvxChO4k47DdOKTLWoMCf4JKf6G4uX7XrdBGi4nYTWrKrDhING9BC6nlNWwq7E6YK93XJqH9V-9a4tZehvcpAZfFbCU9a3ZmK3Mq-3iA=w640-h188" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A primeira tira de Dragnet, datada de 23 de junho de 1952.<br />Roteiro por Jack Robinson e arte de Joe Sheiber.<br />Tradução e letreiramento por Lucas Cristovam.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A tira, assim como a série de TV, também seguiu os mesmos passos do programa de rádio, e, a cada começo de arco, trazia os mesmos dizeres iniciais das versões já conhecidas. E ela teve sucesso em adaptar perfeitamente para os quadrinhos os detalhes que trouxeram sucesso ao rádio e à TV: todos os diálogos em sua forma eram semelhantes e as narrativas feitas por Friday estavam presentes como quadros com uma fonte de máquina de escrever. A arte da tira, simples e direta, também valorizava demais o todo — apesar de fontes dizerem que a mudança de artistas se deu porque Webb queria um que o desenhasse o mais “fiel e bonito” o possível, como ele “merecia ser desenhado”; de todos os artistas que passaram pela tira, Mel Keefer foi o que mais se aproximou disso.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mesmo curta, a tira teve uma boa quantidade de histórias. Foram mais de 20 arcos durante os três anos de vida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>FELIZMENTE, É POSSÍVEL</b> encontrar o programa de rádio, a série de TV e as tiras de jornal online. Os dois primeiros encontram-se facilmente no YouTube — 308 dos 314 episódios da série de rádio estão <a href="https://www.youtube.com/playlist?list=PLvu2oOrWFl_NAWjb60sL9rhpjykvxsgLh" target="_blank">neste link,</a> enquanto que 24 episódios de variadas temporadas da série TV estão <a href="https://www.youtube.com/playlist?list=PLzsMwrfIl-ezYMEmlY41d-WALGp6NlFIT">neste link.</a> A tira de jornal é encontrada no blog <i><a href="https://newspapercomicstripsblog.wordpress.com/2016/01/16/dragnet/" target="_blank">Newspaper Comic Strips,</a></i> onde a contribuição foi feita por este que lhes escreve. Reuni todas as tiras que pude encontrar online e disponibilizei a série completa ao dono do blog — cujo objetivo é distribuir tiras de jornais dos mais variados anos para download, um blog importantíssimo para manter viva a memória desta mídia tão querida por mim.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Longa vida ao sargento Joe Friday e a <i>Dragnet!</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: right;"><i>Lucas Cristovam, 18 de fevereiro de 2022,</i></div><div style="text-align: right;"><i>Parnamirim, Rio Grande do Norte, Brasil.</i></div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-22937041121210521102022-02-27T00:00:00.004-03:002022-02-27T00:00:00.212-03:00"Kissing a Fool", por George Michael: a Melhor Música do Ano de 2021<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjK_YLS1zhLjE3y5Mc0aW_mEu6KvSlkJ5Ur46ZmGeIJn6Kj7hz7iQo4dOmtGpUQgSuwiEGVLojHgDLNWGnXRSEeMUUpJOfMrACnbfRVtka3x175a2kQwe6g0XFmQ6ZjcQuoW8eJPEJqtKxH0DPu3vCAyfTjWOWIgpv2opNbv0mRkXytLDM7x7RxDQ=s1418" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1412" data-original-width="1418" height="399" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjK_YLS1zhLjE3y5Mc0aW_mEu6KvSlkJ5Ur46ZmGeIJn6Kj7hz7iQo4dOmtGpUQgSuwiEGVLojHgDLNWGnXRSEeMUUpJOfMrACnbfRVtka3x175a2kQwe6g0XFmQ6ZjcQuoW8eJPEJqtKxH0DPu3vCAyfTjWOWIgpv2opNbv0mRkXytLDM7x7RxDQ=w400-h399" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Capa do álbum </i>Faith.</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><b>COM CERTEZA ESTA</b> foi a música que eu mais escutei em 2021.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Abro 2022 falando sobre a canção Kissing a Fool, de George Michael em seu álbum de estreia nomeado Faith. A música foi um sucesso total, mesmo não sendo a de mais sucesso na época do lançamento. Sendo o único dos cinco singles que não ocupou o primeiro lugar da Billboard Hot 100 nos E.U.A. — os outros quatro sendo Faith, Father Figure, One More Try e Monkey —, chegou ao primeiro lugar da Hot Adult Contemporary Tracks.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Michael disse que escreveu a música a caminho do Japão para um tour do Wham! que aconteceria em 1985, porém, assim como aconteceu com outras músicas que ele escreveu na época, Kissing a Fool não podia ser usada para o Wham! por causa de algumas restrições pra imagem da dupla. Por isso ela só saiu em 1987, no primeiro álbum solo do cantor.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>De acordo com Michael, “Eu não acho que fui influenciado por outros amigos sobre com quem eu devia ou não sair. Kissing a Fool não é sobre isso. É sobre um relacionamento que tive com alguém que eu não podia sustentar devido a quem eu era. Na época, a recepção da música me surpreendeu. Primeiro porque eu não sabia o quanto eu tinha conquistado e segundo porque eu não sabia que ela podia ter suas limitações. Eu a pensei naquele estilo para dançar agarradinho porque eu acho que aquele período musical estava rejeitando isso. É uma daquelas músicas pra se ouvir juntos tarde da noite.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Deixo abaixo a música e sua tradução — como de praxe quando trago músicas neste blog.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/omsBhh8vA7c" width="320" youtube-src-id="omsBhh8vA7c"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>"Beijando um Tolo", por George Michael</b></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Você está distante</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quando eu poderia ter sido sua estrela</i></div><div style="text-align: center;"><i>Você deu ouvido às pessoas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Que te assustaram e afastaram do meu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i>Estranho que você foi tão forte</i></div><div style="text-align: center;"><i>Por ter até começado</i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas você nunca vai encontrar</i></div><div style="text-align: center;"><i>Paz interior</i></div><div style="text-align: center;"><i>Até que ouça o seu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Pessoas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Você nunca pode mudar o jeito que sentem</i></div><div style="text-align: center;"><i>Melhor deixá-las fazer o que elas desejam</i></div><div style="text-align: center;"><i>Para o bem delas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Se você deixá-las</i></div><div style="text-align: center;"><i>Roubarem seu coração de você</i></div><div style="text-align: center;"><i>Pessoas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Sempre farão um apaixonado parecer um tolo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas você sabia que eu te amava</i></div><div style="text-align: center;"><i>Nós poderíamos ter mostrado a todos</i></div><div style="text-align: center;"><i>Nós deveríamos ter visto o amor além de tudo isso</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Iludiu-me com lágrimas em seus olhos</i></div><div style="text-align: center;"><i>Cobriu-me de beijos e mentiras</i></div><div style="text-align: center;"><i>Então adeus</i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas por favor não leve meu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Você está distante</i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas eu nunca serei sua estrela</i></div><div style="text-align: center;"><i>Eu catarei os pedacinhos</i></div><div style="text-align: center;"><i>E repararei meu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i>Talvez eu serei forte o bastante</i></div><div style="text-align: center;"><i>Eu não sei por onde começar</i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas eu nunca encontrarei</i></div><div style="text-align: center;"><i>Paz interior</i></div><div style="text-align: center;"><i>Enquanto eu ouvir o meu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Pessoas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Você nunca pode mudar o jeito que sentem</i></div><div style="text-align: center;"><i>Melhor deixá-las fazer o que elas desejam</i></div><div style="text-align: center;"><i>Para o bem delas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Se você deixá-las roubarem seu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i>E pessoas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Sempre farão um apaixonado parecer um tolo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas você sabia que eu te amava</i></div><div style="text-align: center;"><i>Nós poderíamos ter mostrado a todos</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas lembre-se disso</i></div><div style="text-align: center;"><i>Qualquer outro beijo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Que você der</i></div><div style="text-align: center;"><i>Enquanto nós dois vivermos</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quando você precisar da mão de outro homem</i></div><div style="text-align: center;"><i>Alguém para quem você possa realmente se render</i></div><div style="text-align: center;"><i>Esperarei por você</i></div><div style="text-align: center;"><i>Como sempre faço</i></div><div style="text-align: center;"><i>Há algo aí</i></div><div style="text-align: center;"><i>Que não se pode comparar</i></div><div style="text-align: center;"><i>Com nada mais</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Você está distante</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quando eu poderia ter sido sua estrela</i></div><div style="text-align: center;"><i>Você deu ouvido às pessoas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Que te assustaram e afastaram do meu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i>Estranho que eu estivesse tão errado</i></div><div style="text-align: center;"><i>Em pensar que você me amava também</i></div><div style="text-align: center;"><i>Eu acho que você estava beijando um tolo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Você devia estar beijando um tolo</i></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-47240265409280491872022-02-20T00:00:00.011-03:002023-05-18T23:22:31.608-03:00Roy Thomas sobre o fim da tira do Homem-Aranha<div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhhT0Fe2M784NOYL8HeVT6eX0RmOZth7t9tJTa1-wEl1NBr0AciMycBfgAfHGsd82qAJFqXy7UBsTrdqG9v9h0vJPm8KxUlVF1q1LYIzk4HXIHFAYNxBCEBu24kNd2FNhVzR5Tt4cuvMVD1ZgEYpEZZFdar32Da6Z6avUtC8ksuXuNbCT0cAdUEWw=s1200" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="672" data-original-width="1200" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhhT0Fe2M784NOYL8HeVT6eX0RmOZth7t9tJTa1-wEl1NBr0AciMycBfgAfHGsd82qAJFqXy7UBsTrdqG9v9h0vJPm8KxUlVF1q1LYIzk4HXIHFAYNxBCEBu24kNd2FNhVzR5Tt4cuvMVD1ZgEYpEZZFdar32Da6Z6avUtC8ksuXuNbCT0cAdUEWw=w505-h282" width="505" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O lendário Roy Thomas.</i></td></tr></tbody></table></div><i><div><i><br /></i></div><b>EM ALGUM PONTO</b> nos primeiros meses dos anos 2000, eu mandei uma mensagem pro Stan Lee dizendo que adoraria fazer algum trabalho pra </i>Stan Lee Media<i> — a companhia bem-divulgada, multi-equipe, online do Stan — se ele precisasse de mim. Ele me respondeu que, além de que ele gostaria de trabalhar comigo novamente, eu teria de estar em algum lugar de Los Angeles para trabalhar pra SLM, mas também disse que, por coincidência, ele realmente precisava de um escritor pra trabalhar com ele na tira de jornal </i>O Espetacular Homem-Aranha,<i> pra resumir e escrever o primeiro roteiro da tira de sete dias do [Sindicato] King Features. Eu disse que achava tranquilo (mesmo que eu nunca tivesse trabalhado escrevendo mesmo o Homem-Aranha como trabalhei escrevendo o Quarteto Fantástico, os Vingadores, o Conan, etc.). Ele respondeu com uma risada dizendo que talvez eu devesse esperar até ouvir a oferta que ele tinha, porque o dinheiro era pouco: só 300 dólares semanais. Eu ri e disse a ele que ele não tinha ideia do quão pouco me custava pra viver no meu terreno de 40 acres</i>[1]<i> no meio da Carolina do Sul. Então, um negócio foi rapidamente feito, e eu comecei a trabalhar, com minha primeira tira (uma de segunda, é claro) saindo no dia 17 de julho de 2000.</i><div><i><br /></i></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEheM8GuJZeYVItMZnGjnZtwrMt_EgpuwjLVXXj7OUwjSjZfdYG3OCmByxjMLBPK3WEItQsDfPnuXz_42NXLENHdd2FWYyFPJ_M_GjgGfy_oE-MeT0vX50TgWgFYX1BUq01Syd-ZHyFU_GEQgySXqfJNM9uLHY-cLPSgbl9H_-hrC0K-DP6PM5VTUQ=s1536" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="492" data-original-width="1536" height="176" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEheM8GuJZeYVItMZnGjnZtwrMt_EgpuwjLVXXj7OUwjSjZfdYG3OCmByxjMLBPK3WEItQsDfPnuXz_42NXLENHdd2FWYyFPJ_M_GjgGfy_oE-MeT0vX50TgWgFYX1BUq01Syd-ZHyFU_GEQgySXqfJNM9uLHY-cLPSgbl9H_-hrC0K-DP6PM5VTUQ=w547-h176" width="547" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A tira de 17 de julho de 2000. A tira de 16 de julho, domingo, trazia<br />no último quadro que dizia o que aconteceria a seguir os dizeres:<br />"Um novo começo".</i></td></tr></tbody></table><br /></div><div><span style="font-style: italic; white-space: pre;"> </span><i>Conforme o andar da coisa, mesmo não recebendo um aumento em 18 anos e meio, eu basicamente escrevi a tira de forma anônima (porém, até os últimos anos, com as mãos de Stan editando), mas foi uma jornada ótima. Eu gastava talvez uns dois dias do mês escrevendo quatro semanas de tiras, e outros dois ou três dias no ano escrevendo quais seriam as próximas histórias. </i><br /><span style="font-style: italic; white-space: pre;"> </span><i>Depois que o Stan parou suas atividades há alguns anos, após ter de instalar seu marcapasso, trabalhei primeiramente com seu assistente antigo Michael Kelly, com algumas indiretas verbais do próprio Stan, e, de certas formas, eu gostava ainda mais de trabalhar assim, já que Stan e eu estávamos apenas 80% na mesma página sobre o que fazia uma tira de jornal ser boa. Apesar da sua conhecida (e correta) visão do quão importante a escrita era para o sucesso da Marvel Comics de 1961 pra frente, ele falava constantemente sobre como era a arte que vendia bem uma tira de jornal. Eu não achava que isso refletia as realidades da situação, particularmente depois que o John Romita saiu da tira, alguns anos depois do começo dela, e como as tiras foram diminuindo e diminuindo cada vez mais nos jornais. O irmão de Stan, Larry Lieber, era um desenhista experiente (e Alex Saviuk era consideravelmente melhor), mas os artistas não tinham muito espaço, especialmente com as tiras diárias, pra fazer o tipo de arte que iria empolgar os leitores do jeito que, por exemplo, Milton Caniff conseguiu fazer em sua </i>Terry and the Pirates<i> </i>[<i>Terry e os Piratas</i>]<i>. Uma cena com o Aranha ou o Dr. Octopus numa tira pode atrair algumas pessoas, mas a escrita devia trazer os leitores de volta, dia após dia, já que o Aranha e o Peter e a MJ e o Dr. Octopus seriam basicamente sempre os mesmos, apertados em painéis pequenos — sem chance de termos uma página inteira como teríamos nos gibis. E, sim, eu escrevi um pouco mais de texto e diálogo do que ele fez, mas era algo parcial, porque eu não tinha a certeza de que as pessoas iriam acompanhar a tira diariamente, ou pelo menos, nenhum novo leitor iria começar a acompanhar a tira se ela fosse difícil de ser lida a partir de qualquer momento [de uma história]. <br /><span style="white-space: pre;"> </span>Na maioria das vezes, entretanto, o Stan e eu nos demos muito bem. Na maior parte do tempo, ele gostava do que eu enviava, aceitando a maioria (mas não todas) das ideias que eu tinha para as histórias, e até alguns anos atrás frequentemente “sugeria” (ou insistia em) alterações nelas. Por alguns anos, ele chegou a reescrever um painel ou balão aqui e ali, ou até mais, enquanto que outras diárias ou dominicais passavam direto sem nenhuma mudança. <br /><span style="white-space: pre;"> </span>A maior mudança que eu tentei realizar, depois do primeiro filme do Homem-Aranha, foi tentar voltar num tempo quando a Mary Jane e o Peter não eram casados. Stan concordou e parecia até entusiasmado sobre a mudança no começo, e fizemos uma história inteira (envolvendo o Electro) com essa premissa. Mas quando o Stan mudou de ideia, eu percebi de cara que não seria capaz de reverter tudo. Então eu escrevi uma cena do tipo </i>Dallas[2]<i> em que Peter acordava (depois de ir dormir no apartamento da tia May estando solteiro) e descobria que estava casado (de novo) com a Mary Jane, e foi assim que a gente manteve os dois desde então. E, na verdade, eu fiquei plenamente satisfeito com aquilo, pois foi uma alternativa às enrolações feitas nos gibis, em que o casal esqueceu completamente um ao outro e seu casamento, e sabe-se lá o que aconteceu entre ambos. Deixado inteiramente às minhas capacidades, e baseado na carreira de modelo da Mary Jane nos gibis, eu gradualmente a retirei do trabalho que ela tinha numa loja de computadores para fazer com que ela se tornasse uma estrela da Broadway e uma atriz de filmes, fazendo o papel de uma super-heroína chamada Marvella (antes mesmo da Capitã Marvel ser o que ela é hoje, ou talvez foi durante o período em que ela começou a ser), mas mantive ela junto ao Peter, de certa forma incongruente, em seu relativamente pequeno apartamento no Manhattan (exceto quando eles foram pra Los Angeles, claro), mas às vezes eles faziam compras caras. <br /><span style="white-space: pre;"> </span>Nos últimos anos, eu aumentei consideravelmente o número de participações especiais na tira: Wolverine, Homem de Ferro, Thor, Viúva Negra, Homem-Formiga, e, mais recentemente, o Punho de Ferro e o Luke Cage. A gente nunca se preocupou em tentar seguir a atual continuidade da Marvel, pois o Stan não queria mesmo fazer isso, exceto que, eu suponho, de tempos em tempos a gente dava umas pausas bruscas ou recomeços, como o exemplo dito do Peter e Mary Jane não estarem casados. Se existiam eventualmente múltiplos universos de Homens-Aranha nos quadrinhos (com diferentes Homens-Aranha, Mulher-Aranha, entre outros), bom, nosso universo na tira era somente mais um, porém o único, nos tempos mais recentes, em que Peter e Mary Jane ainda estavam juntos e casados, continuando a direção original tomada anos atrás nos gibis. A gente tinha muito orgulho disso. <br /><span style="white-space: pre;"> </span>Quando a tira morreu (ou melhor, foi morta), o Teatro Mammon em que a Mary Jane estava se apresentando foi fechado por conta de um dano crítico (claro, causado por uma luta do Homem-Aranha), e o “Marvella 2” acabou cancelado, então o casal decidiu viajar pra Austrália para tirar umas férias, e eu escrevi algumas semanas dessa continuação (com a aprovação total do Michael Kelly) envolvendo o vilão Kangaroo [Canguru]. Então, a Marvel decidiu encerrar a tira e não imprimir as últimas semanas, e eu me recusei a escrever as últimas tiras de modo a torná-las num “adeus”. Meu sentimento era que eu tinha aceitado o farelo da tira, então não tornei algo pessoal. Foi apenas um negócio — mesmo acontecendo que, quando eu soube que a tira ia acabar, eu não fiquei sabendo que, talvez porque aqueles que me disseram a notícia não sabiam dessa parte, a Marvel estava planejando ou reviver a tira com uma nova equipe criativa ou começar uma nova tira que não seria apenas do Homem-Aranha, mas algo mais parecido com o que a DC fez com a tira </i>The World’s Greatest Superheroes [<i>Os Maiores Super-Heróis do Mundo</i>],<i> que tinha a participação de diversos dos heróis da DC (e, futuramente, passou a focar apenas no Superman). Eu senti que tinha escrito o que precisava ser escrito pra tira, e eles tinham a liberdade de fazer o que quiser com o roteiro (desde que eu fosse pago por aquilo que tinha feito originalmente), mas preferi não mexer mais. Quando eu termino alguma coisa, eu realmente termino essa alguma coisa. <br /><span style="white-space: pre;"> </span>Alex Saviuk, que seja abençoado, graciosamente redesenhou a última tira para mostrar nós dois juntos, e adicionou uma manchete com </i>“‘Nuff said!”<i> no Clarim Diário. Talvez ele fosse mais prático para as coisas do que eu, e eu realmente o admiro por isso, já que ele gastou mais de duas décadas desenhando a tira dominical do Aranha e ainda tinha sido promovido a desenhar também as diárias perto do fim, só pra ver a tira ser cancelada pouquíssimo tempo depois, deixando-o sem um trabalho regular. Eu espero mesmo que ele encontre um. Ele merece.</i></div><div><i><br /></i></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi6OqgH4Fm_U7VniNy2CSxFJgKiSUaeyx7vGaDPEWYnEeO5VSJfio_E_Xm59jQPiWidaiSC8AfTD6c8M7ikB18gD5SqJyeUdntxQvSg_Kd2F--tEXFkNITiqKpglqZn8AKle3BzjvERvSl8jtt5AUv_th2APScpcE1QuwMvClnTuA60z74TQ3euA=s1536" style="font-style: italic; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="475" data-original-width="1536" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi6OqgH4Fm_U7VniNy2CSxFJgKiSUaeyx7vGaDPEWYnEeO5VSJfio_E_Xm59jQPiWidaiSC8AfTD6c8M7ikB18gD5SqJyeUdntxQvSg_Kd2F--tEXFkNITiqKpglqZn8AKle3BzjvERvSl8jtt5AUv_th2APScpcE1QuwMvClnTuA60z74TQ3euA=w542-h168" width="542" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A última tira do </i>O Espetacular Homem-Aranha,<i> datada de 23 de março<br />de 2019. Roteiro de Roy Thomas e arte de Alex Saviuk.</i></td></tr></tbody></table><div></div><div><br /></div><div><i><span style="white-space: pre;"> </span>Naturalmente, eu senti muito pelo fim da tira (ainda mais porque isso significava o fim da única tira de aventura que ainda saía e que tinha sido lançada depois da metade do século passado), assim como também pelo fato de que nunca pude receber o crédito nas tiras pelo trabalho que nelas eu fiz — mesmo que eu, é claro, tenha feito aquelas tiras de </i>Conan the Barbarian [<i>Conan, o Bárbaro</i>]<i> no fim dos anos 1970. Mas, pelo menos, sei que certa vez Stan escreveu vagamente, talvez há uma década, em sua introdução ao livro </i>Marvel Visionaries: Roy Thomas [<i>Os Visionários da Marvel: Roy Thomas</i>],<i> que eu “o ajudava” com a tira do Aranha. Todo mundo com meio cérebro sabia com o que eu contribuía com a tira, de todo jeito. Aquilo não incomodou o Stan, nem me incomodou. A tira era criação do Stan, e eu estava feliz de escrevê-la, mesmo tendo de usar o nome dele, mas eu não gostaria de seguir fazendo essa escrita anônima depois que ele faleceu, se essa alternativa me tivesse sido feita. <br /><span style="white-space: pre;"> </span>Trabalhar com o Stan Lee e o Michael Kelly, assim como com Larry Lieber, Alex Saviuk e o incrível Joe Sinnott — que foi ocasionalmente auxiliado por Jim Amash ou Terry Austin — na tira do Homem-Aranha foi uma experiência muito boa, e eu sou grato ao Stan por ele ter me oferecido esse “negócio” lá em 2000. A tira se tornou a última de nossas muitas colaborações, entre as várias que fizemos, que começou quando, no começo de julho de 1965, eu escrevi uma história de Modelling with Millie [Modelando com Millie], com arte do Stan Goldberg, que teve toda a supervisão feita por ele [o único Stan Lee].</i></div><div><i><br /></i></div><div><div style="text-align: right;">Roy Thomas escreveu está carta</div><div style="text-align: right;">para o Bleeding Cool em 2019.</div><br /><div style="text-align: justify;">_____</div><div style="text-align: justify;">Notas:</div><div style="text-align: justify;">[1] 161.874 metros quadrados.</div><div style="text-align: justify;">[2] Exibida entre 1978 e 1991 nos Estados Unidos, a série de TV Dallas foi de grande sucesso, tendo um total de 357 episódios distribuídos em 14 temporadas. Roy faz referência à série pois a nona temporada se revelou, no fim, somente um sonho de uma das personagens.</div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-15797843965437595212022-02-13T00:00:00.025-03:002022-02-13T00:00:00.229-03:00Um dia por vez: a tira de jornal do Espetacular Homem-Aranha<div style="text-align: center;"><i>Matéria originalmente publicada na revista da editora TwoMorrows </i>Back Issue<i> #44, de setembro de 2010.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;"><i>Por Dewey Cassell</i></div><div style="text-align: right;"><i>Tradução por Lucas Cristovam</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjWTnCjDRdLIWEX-V0fcMH0p_gdehZvgncMl8YBSvrkdnNkDP1MaqDtygwI9J40sIpzGDQKh23UqT86BQi31Aesh3JI5amhNZLzHfPzOmpWN8s8pKrY647OKR14YsqDzyJLme68nl31zv5nS6A-Uu4xbMF-7Yt4k7Z-qnAUm-3txGaPYzWtZq7k7g=s1017" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="1017" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjWTnCjDRdLIWEX-V0fcMH0p_gdehZvgncMl8YBSvrkdnNkDP1MaqDtygwI9J40sIpzGDQKh23UqT86BQi31Aesh3JI5amhNZLzHfPzOmpWN8s8pKrY647OKR14YsqDzyJLme68nl31zv5nS6A-Uu4xbMF-7Yt4k7Z-qnAUm-3txGaPYzWtZq7k7g=w538-h178" width="538" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Painel de abertura da tira dominical do </i>Homem-Aranha,<br /><i>com arte de John Romita.</i></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><b>A PARTE MAIS DIFÍCIL</b> era sempre a espera. Ao fim de cada edição do gibi <i>O Espetacular Homem-Aranha,</i> o teioso estaria prestes a ser derrotado pelas mãos do mais novo vilão, e eu teria de esperar até o próximo mês para descobrir como a história se desenrolaria. Era uma tortura sem medida, pelo menos para um garoto de 12 anos. Se ao menos eu pudesse ter uma dose diária do Aranha...</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Com o sucesso contínuo do Homem-Aranha nos gibis, desenhos animados e outras mídias, não era surpresa que a Marvel tentaria se juntar à página de quadrinhos dos jornais como outra forma de espalhar a palavra do lançador de teias. De fato, o editor e roteirista Stan Lee e o artista John Romita Sr. da Marvel prepararam uma proposta para uma tira do Homem-Aranha por volta de 1970, com duas semanas de tiras tendo um vilão chamado Phantom Burglar [algo como “Ladrão Fantasma”], mas ela nunca decolou. Não foi até 1977 que o mascote da Marvel teve estreia nos jornais, uma cortesia do Sindicato Register e Tribune (que foi comprado posteriormente pelo Sindicato King Features).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgGxnbBiIrPY9pMt3h-gNPYmeqwBfUfGjCR8zamWjmTBUOjHS23qRkpn9e2lO7lb7etF_dmRNqrVhrugMovUuNWRc_WSbkCuy_nRBbaKsYBBJ1NeXrRhLHejhmb14jpbVkXhamuKWyN91SRL7Z2eFT8vpy8i_2Q7XqjGGJCnTrfQ7-3HeUD6p4BnA=s2130" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="2130" height="375" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgGxnbBiIrPY9pMt3h-gNPYmeqwBfUfGjCR8zamWjmTBUOjHS23qRkpn9e2lO7lb7etF_dmRNqrVhrugMovUuNWRc_WSbkCuy_nRBbaKsYBBJ1NeXrRhLHejhmb14jpbVkXhamuKWyN91SRL7Z2eFT8vpy8i_2Q7XqjGGJCnTrfQ7-3HeUD6p4BnA=w400-h375" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi1cgL47UfI658Iu238qYN_ZsGdX3fhD5NNmP0dfWyGncRxSG0FPwH2usxzuZAtNtQK3GTPVaMVIPTSIWiEW0udHPitF_skHGV7ONAOtoCYGOQck946PMPbhYI8fN_ijzC3n-9VSiSP2rqNZl2PWJBfyNh5QXetYokFYKvej7OCyrpurjMn6C45Dg=s2130" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2012" data-original-width="2130" height="377" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi1cgL47UfI658Iu238qYN_ZsGdX3fhD5NNmP0dfWyGncRxSG0FPwH2usxzuZAtNtQK3GTPVaMVIPTSIWiEW0udHPitF_skHGV7ONAOtoCYGOQck946PMPbhYI8fN_ijzC3n-9VSiSP2rqNZl2PWJBfyNh5QXetYokFYKvej7OCyrpurjMn6C45Dg=w400-h377" width="400" /></a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhWwAd5wUN-QK6VpobOydwDTLhVzqCknXoIGJK8UL09i_diPn51PB7ZrLvY3G9K-tTxQv5O6sOvRuiJZs9Hgk5EcQtDVqLzckMy3KStiegDPvY2LjaZHMBfIGgQ5Nr2pMyATIC6_RBZaX9SRGmOsuN-HxJEEcqvPcCn9gMoT0BUJNrooVCsectCvg=s2146" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2135" data-original-width="2146" height="397" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhWwAd5wUN-QK6VpobOydwDTLhVzqCknXoIGJK8UL09i_diPn51PB7ZrLvY3G9K-tTxQv5O6sOvRuiJZs9Hgk5EcQtDVqLzckMy3KStiegDPvY2LjaZHMBfIGgQ5Nr2pMyATIC6_RBZaX9SRGmOsuN-HxJEEcqvPcCn9gMoT0BUJNrooVCsectCvg=w400-h397" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A primeira semana de tiras do Homem-Aranha,<br />de 3 a 9 de janeiro de 1977.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Converter um gibi numa tira era mais difícil do que se pode pensar. O desafio tinha certa escala, como Stan Lee explicou na edição #1208 da <i>Comics Buyer’s Guide</i> [Guia do Comprador de Gibis]: “O maior problema era como fazer uma cena de luta numa tira de jornal. Se o Homem-Aranha desse um soco na cara de um personagem, você teria de esperar até o dia seguinte só para ver esse personagem cair no chão!”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>STAN “THE MAN” E “JAZZY” JOHNNY</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para encarar tal desafio, Lee se juntou ao vivaz artista do Aranha, e também diretor de arte da Marvel, John Romita. Juntos, eles conseguiram “reduzir” Peter Parker às tiras, focando tanto em Parker como em seu alter ego. (Lee chegou até a dizer que a tira era uma “novela de super-herói”.) De certa forma, não é difícil assumir que a fórmula deu certo, dado que era o lado humano falho do Homem-Aranha que deixava o personagem tão carismático nos gibis.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Com o passar dos anos, a tira teve a participação de diversos heróis dos gibis da Marvel — incluindo o Doutor Estranho, o Demolidor e Namor —, assim como os vilões clássicos do teioso — como o Doutor Destino, Kraven o Caçador, o Rei do Crime, Mystério e o Doutor Octopus —, mas as temáticas da tira eram inteiramente únicas. Alguns personagens de apoio, como Flash Thompson e Harry Osborn, apareceram nos primeiros anos da tira, mas desapareceram com o passar do tempo. Parte da ideia de não manter uma continuidade com o universo dos gibis é tida porque os leitores de jornal podem não ter tanta familiaridade com o que acontece nas revistas. Só tiveram três ocasiões em que a tira foi direta e paralelamente ligada aos gibis. A primeira vez foi com o casamento de Peter Parker e Mary Jane Watson, em junho de 1987. A versão em gibi foi publicada como <i>O Espetacular Homem-Aranha Anual</i> #21, e até uma celebração ao vivo foi feita no Shea Stadium, com o próprio Stan Lee sediando o evento. A segunda ocasião foi com o arco <i>“Homem-Aranha: A Agenda Mutante”,</i> que saiu entre dezembro de 1993 e março de 1994, tendo o Fera dos X-Men e o vilão Duende Macabro como participantes, no primeiro crossover entre dois formatos. A terceira e mais recente ocasião foi o arco <i>“Brand New Day”</i> [<i>“Um Novo Dia”,</i> no Brasil] de 2008, que reiniciou os personagens à época em que ambos não estavam casados. Entretanto, as reações dos leitores quanto às mudanças na tira de jornal foram tão negativas que Stan Lee decidiu que tudo aquilo era apenas um sonho ruim e restaurou a tira ao que ela era originalmente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIsejff5XEnRzP7SKqugq_d9V8RCJu2eb-4UqbvOS7WTgCJw0CLFYMK-pTaT5-w3MpYMt542ovfAhDAozvgbPofUCP91AXpd7N6cY5c_tJXGjXNj-ZQRDxAnuF2GhAvtPsOdl07be1WBmgnEHMAHrFYdZ4HucYxu8Q_ScPBScqOO3AlqAU0FsdFg=s1372" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="676" data-original-width="1372" height="316" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIsejff5XEnRzP7SKqugq_d9V8RCJu2eb-4UqbvOS7WTgCJw0CLFYMK-pTaT5-w3MpYMt542ovfAhDAozvgbPofUCP91AXpd7N6cY5c_tJXGjXNj-ZQRDxAnuF2GhAvtPsOdl07be1WBmgnEHMAHrFYdZ4HucYxu8Q_ScPBScqOO3AlqAU0FsdFg=w640-h316" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Página dominical de 21 de junho de 1987, com o casamento<br />de Peter Parker e Mary Jane Watson. Roteiro de Stan Lee<br />e arte de Flor Dery.<br /></i></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhV--S5TLLXa2m-9-hXQT_-VnewAi71HcxfXnA5HuLsntuJl8EN7iNz5cnxyiL4uEQCQMrYRILblEbBDh6sGt2gIUUVGjW09SpoH89yMWjTZfZUov_NdJOFDnciyzCLuGmIrDTdESNkY9UpKefKNPC43z5tQt_UaV3x3OtSXQiKlS--bxFVdI5wFQ=s2449" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="771" data-original-width="2449" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhV--S5TLLXa2m-9-hXQT_-VnewAi71HcxfXnA5HuLsntuJl8EN7iNz5cnxyiL4uEQCQMrYRILblEbBDh6sGt2gIUUVGjW09SpoH89yMWjTZfZUov_NdJOFDnciyzCLuGmIrDTdESNkY9UpKefKNPC43z5tQt_UaV3x3OtSXQiKlS--bxFVdI5wFQ=w640-h202" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjgsjGDhHZo8lZgAsmHDdvkGSYW0lLC8HAh4-Kmiu46q07VJughLzZfQ5tCu8Am6aZojsIC2fskqZ1xFoeb9tu1zvvoBujywVVPBKO1xjEtgm9fQhWIoqs-vvY4SEifQRzX9yiq8hDd4HL9tNhIQART4F8jCg9NdSSiafedHZq_u3-0WnpAW862ew=s2450" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="781" data-original-width="2450" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjgsjGDhHZo8lZgAsmHDdvkGSYW0lLC8HAh4-Kmiu46q07VJughLzZfQ5tCu8Am6aZojsIC2fskqZ1xFoeb9tu1zvvoBujywVVPBKO1xjEtgm9fQhWIoqs-vvY4SEifQRzX9yiq8hDd4HL9tNhIQART4F8jCg9NdSSiafedHZq_u3-0WnpAW862ew=w640-h204" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjRdikGIIXFobXbHprfThhBuJXA71uRCHe_-VKNpUcOBJ7Wh3VQd2J7DheNE4oMGdfXYpJylr2W9BhDTbcL_c4ure0vfByMmIbrNy6FjF7fvnfjjgVi61o7uobXvo59QFmXEteqTh-iAjx2yV7T507AwVnzyW2sDLe7c-8GjvWZMBNQzwiv1E2PCQ=s2450" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="763" data-original-width="2450" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjRdikGIIXFobXbHprfThhBuJXA71uRCHe_-VKNpUcOBJ7Wh3VQd2J7DheNE4oMGdfXYpJylr2W9BhDTbcL_c4ure0vfByMmIbrNy6FjF7fvnfjjgVi61o7uobXvo59QFmXEteqTh-iAjx2yV7T507AwVnzyW2sDLe7c-8GjvWZMBNQzwiv1E2PCQ=w640-h200" width="640" /></a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh_iL1QBe8tmBQre8kpQtCaoTde-pQ4TbNEre4kVfBBETqMjBG9gDeQDdakK1Qm-8Fl6eyRfXJUUMEXQDuzTQQwYmER-W_6gROrLC9mpmjobY1AH9ITt2ku93TUvyLFBhnIOHlEYip-4xxs--lO1obkThxhvcbgjNyxhrkeI4G1_46QsILc5E3D1w=s2440" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="781" data-original-width="2440" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh_iL1QBe8tmBQre8kpQtCaoTde-pQ4TbNEre4kVfBBETqMjBG9gDeQDdakK1Qm-8Fl6eyRfXJUUMEXQDuzTQQwYmER-W_6gROrLC9mpmjobY1AH9ITt2ku93TUvyLFBhnIOHlEYip-4xxs--lO1obkThxhvcbgjNyxhrkeI4G1_46QsILc5E3D1w=w640-h204" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Algumas tiras do arco </i>A Agenda Mutante,<i> que foi um </i>crossover<i> entre a<br />tira e o gibi em 1994. </i><i>Roteiro de Stan Lee e arte de Larry Lieber.</i></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhdPUySB17gN_8oxnMCAZHWEsGSUtnfN7MOJTJYiSoneevEM0PqPJQBw5LoGlnm_sPMSqzBR6J6m30d3URh7IHXhH1sBUGQ_siR8ta4b_icHCq38RIyP8o3QnJMx7YwHrNeHaR97yHdVnpd9IiBbriyaXT4bTMTjKhcHk0xwdf7kEJjCrMhXwQ-Lg=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="486" data-original-width="1536" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhdPUySB17gN_8oxnMCAZHWEsGSUtnfN7MOJTJYiSoneevEM0PqPJQBw5LoGlnm_sPMSqzBR6J6m30d3URh7IHXhH1sBUGQ_siR8ta4b_icHCq38RIyP8o3QnJMx7YwHrNeHaR97yHdVnpd9IiBbriyaXT4bTMTjKhcHk0xwdf7kEJjCrMhXwQ-Lg=w640-h202" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi9W0rAsHkj-odmdiJTp1E8C1_3pXg2uyn2uUN9fAr1sfYaS1iHrLqinulDwy3_0Ey5YMqcKQmPLabKfv4jHeKoBz7OJEEHik6qUyH5dUeej1hIW_F_PHT5nmAenQ83SvaqR8BuUakWypFdVFb_nkm1mpTL6buL2oJeBydS8UvNizICo7mlyAq11Q=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="485" data-original-width="1536" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi9W0rAsHkj-odmdiJTp1E8C1_3pXg2uyn2uUN9fAr1sfYaS1iHrLqinulDwy3_0Ey5YMqcKQmPLabKfv4jHeKoBz7OJEEHik6qUyH5dUeej1hIW_F_PHT5nmAenQ83SvaqR8BuUakWypFdVFb_nkm1mpTL6buL2oJeBydS8UvNizICo7mlyAq11Q=w640-h202" width="640" /></a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjstDZYPWNews8aur4whTinMAx6tWREF3b5nFsBMCR3Qy2eSvKAWpXM9UzUKDCZu6ZUYc4tiqTZDT9TU0wY7LFmavCK5O8jS0t8Pj9BMfmQYMNw9321EcTozJc9oGmziez6wEwAKnCBKkKKsaQ9FvT-gwQL_UBrhKgqRvjKJY3t9dRpMUJ_CljHZQ=s1536" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="485" data-original-width="1536" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjstDZYPWNews8aur4whTinMAx6tWREF3b5nFsBMCR3Qy2eSvKAWpXM9UzUKDCZu6ZUYc4tiqTZDT9TU0wY7LFmavCK5O8jS0t8Pj9BMfmQYMNw9321EcTozJc9oGmziez6wEwAKnCBKkKKsaQ9FvT-gwQL_UBrhKgqRvjKJY3t9dRpMUJ_CljHZQ=w640-h202" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>As três primeiras tiras do arco que reiniciou a vida de Peter Parker<br />nas tiras de jornal, lançadas entre 31 de dezembro de 2008 e 2 de<br />janeiro de 2009. Roteiro de Roy Thomas e arte de Larry Lieber.</i></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Lee escreveu <i>O Espetacular Homem-Aranha</i> desde o começo. Os arcos variavam em tamanho, durando, em média, de oito a doze semanas, mas algumas histórias chegaram a sete meses enquanto que outras tiveram apenas dez dias. Tais arcos não possuíam título — mas, por um breve período, novas histórias começavam com um logo no primeiro quadro da primeira tira. Hoje, a narração ao fim do último quadro da tira dominical é o responsável por geralmente anunciar qual será a próxima história. Quando perguntado sobre como ele mantinha a tira atual e interessante depois de todos os anos, Stan respondeu, “É difícil, mas, ei, esse é meu trabalho. É por isso que eu escrevo quadrinhos ao invés de trabalhar num laboratório ou ser um astronauta”.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Romita ficou na tira pelos quatro primeiros anos, desenhando tanto as diárias quanto as dominicais, com ocasionais assistências de Fred Kida e John Verporteen. Romita desenhou diversos novos personagens que eram exclusivos da tira de jornal, incluindo vilões como o Rattler [Crotalus] e o Protector [Protetor], assim como um interesse amoroso para Peter Parker chamada Carole Jennings. Durante aquela época, Romita também manteve seu papel de diretor de arte na Marvel, suspeitando de que a tira não iria longe. Sobre se arrepender ou não de ter deixado a tira, Romita comentou em seu A arte de John Romita: “Tenho emoções mistas sobre ela. Era um trabalho complicado, mas eu amava a ideia de alcançar pessoas no mundo todo através de seus jornais diários”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>LARRY LIEBER E FRED KIDA</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Romita foi sucedido durante um pequeno tempo por Larry Lieber, e então, subsequentemente, por Fred Kida, que desenhou as tiras diárias de agosto de 1981 a julho de 1986. Quando perguntado sobre como ele se envolveu com a tira diária de forma regular, Kida recorda: “Foi o John Romita que me pediu pra fazer”. E ele não achava que a tira era algo tão complexo assim. “Eu sempre gostei de desenhá-la. Não tinha nada de complicado [sobre a tira]”. Porém, ele chegou a um ponto em que não queria mais desenhá-la. Quando questionado sobre o motivo de abandoná-la, ele somente disse: “[A tira] tinha muita violência”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgbRqD1-TQzA6K-68ouWn7QbjURQwMDvkqeyp3dsfPixW7PGJZ0l1wUXBnbFSRomVdwZBU5tOf_zCSINqe4Lmt_HpF5CI36WwzNTF5TNpV0S0NxwNczqvPixk_m1mW25whUVHUE48CyxjD_s3JId0YWGe6ldF7RXv_YTty1E78zbO10_Ld8Mbj_jQ=s3000" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1023" data-original-width="3000" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgbRqD1-TQzA6K-68ouWn7QbjURQwMDvkqeyp3dsfPixW7PGJZ0l1wUXBnbFSRomVdwZBU5tOf_zCSINqe4Lmt_HpF5CI36WwzNTF5TNpV0S0NxwNczqvPixk_m1mW25whUVHUE48CyxjD_s3JId0YWGe6ldF7RXv_YTty1E78zbO10_Ld8Mbj_jQ=w640-h218" width="640" /></a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhk7Bsb4o6SPA3HL6gXPjcetGduDJExlKY_DBJXog7JnuMabMx1L5hYdMS2Q-kVxZE-46WyZBcKZliT0Lw-6KOWkXJu3rh-aFFqh5F_wmrkv0twPk_AN8mA7DNRWIS-j3klgyZZL2XOVn3xD4x0754Yaj83CJghU-dvq_y_l6a7Gzfr_OwMnJAp3g=s3000" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1029" data-original-width="3000" height="220" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhk7Bsb4o6SPA3HL6gXPjcetGduDJExlKY_DBJXog7JnuMabMx1L5hYdMS2Q-kVxZE-46WyZBcKZliT0Lw-6KOWkXJu3rh-aFFqh5F_wmrkv0twPk_AN8mA7DNRWIS-j3klgyZZL2XOVn3xD4x0754Yaj83CJghU-dvq_y_l6a7Gzfr_OwMnJAp3g=w640-h220" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A bela arte de Fred Kida em duas tiras datadas de 9 e 18 de junho de 1983.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Depois de Kida sair da arte, Dan Barry teve uma curta passagem na arte diária antes de Larry Lieber retornar em janeiro de 1987, onde se encontra até os dias de hoje. Floro Dery ficou por dez anos fazendo o lápis das páginas dominicais, seguido por uma série de artistas, incluindo Ron Frenz, Sal Buscema, Paul Ryan e Alex Saviuk, que desenhou a tira dominical começando em 1997 e segue nela até os dias de hoje, realizando a arte-final também. Outros arte-finalistas incluem Mike Esposito, Frank Giacoia, Joe Giella, Tom Morgan, Dave Simons e Joe Sinnott, que auxilia Saviuk hoje. Um grande número de artistas participou de forma anônima na tira com o passar dos anos, incluindo George Tuska.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>De todos os artistas que desenharam a tira <i>O Espetacular Homem-Aranha,</i> nenhum deles é mais associado a ela do que Larry Lieber. Lieber já estava desenhando a tira <i>O Incrível Hulk</i> desde sua criação em 1978, mas não foi exatamente um começo suave com o Aranha. Lieber relembra: “Eu já havia tentado previamente, quando o Romita saiu, mas não fui capaz de manter o cronograma. Assim que você termina uma semana, já tem que começar com as artes da próxima. Eu não era rápido o suficiente. Então eu fiz algumas páginas dominicais aqui e ali por um tempo até que Fred Kida assumiu o cargo. Então, por algum motivo, ele quis sair, depois de um tempo. O Stan encontrou alguém pra seguir na tira, mas não deu certo. Então ele me perguntou se eu queria fazê-la. Tentei dessa vez e aí consegui manter o cronograma. Tanto que já estou fazendo a tira por 23 anos.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O segredo pra manter tal cronograma finalmente provou ser um problema de entender seus limites, como Lieber comenta: “Comecei só fazendo o lápis da tira, enquanto outra pessoa finalizava, e, depois de um tempo, eu senti que queria finalizar sozinho. Não tinha feito a arte-final de forma profissional na indústria até então. Só os lápis. Mas senti que queria finalizar minha própria tira. E eu gostei do jeito que fiz porque refletiu pra onde eu estava querendo ir ao fazer o lápis, e era só continuar com a tinta. Mas era trabalhoso demais. Fiz esse trabalho por anos e, nos últimos anos, me encontrava sentado virando a noite na prancheta. Acabou se tornando algo pesado pra mim. Então finalmente deixei essa parte e outras pessoas estão no comando desde então.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhM8zx6UiBgV13CYNw6P4vi-jyT3PDuNTG7uTB8fBc8Zjls2f6pgPJ5e9GKTlx-WlMYKvufIyI0H4VBcqC8zKeDsAP3kIJYgAzOSK_ml1aFWVSI6KCgqiE44MbFKq_8nNB1NEzevFM7J-gaphtI4jIkj9qAKLgFvB_d9czfx9lJCNCXK_OjGD0OjQ=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="481" data-original-width="1536" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhM8zx6UiBgV13CYNw6P4vi-jyT3PDuNTG7uTB8fBc8Zjls2f6pgPJ5e9GKTlx-WlMYKvufIyI0H4VBcqC8zKeDsAP3kIJYgAzOSK_ml1aFWVSI6KCgqiE44MbFKq_8nNB1NEzevFM7J-gaphtI4jIkj9qAKLgFvB_d9czfx9lJCNCXK_OjGD0OjQ=w640-h200" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgKAed6UGTNz-jR3PktAls9qLyvZaxIj7GEraxCdGk9IGM2PME-QzQDVL-15NdERHajdAW34EKm5_grq49o_I_z8Wdk-XRR5s8-0OWJpYPXWJp7DvUQCiIOzGfx-Q7se5noUNKLCNTJTn4i4-caJ-hCzNSPAEozf4G_Y-6allpkcD81Uw_C8-BBvA=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="481" data-original-width="1536" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgKAed6UGTNz-jR3PktAls9qLyvZaxIj7GEraxCdGk9IGM2PME-QzQDVL-15NdERHajdAW34EKm5_grq49o_I_z8Wdk-XRR5s8-0OWJpYPXWJp7DvUQCiIOzGfx-Q7se5noUNKLCNTJTn4i4-caJ-hCzNSPAEozf4G_Y-6allpkcD81Uw_C8-BBvA=w640-h200" width="640" /></a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi7NZF8ARReZu1JJoXbGBfQosdTNYdGmxg1zdrTM0Q55V9KHlkKfxRWuvb7aNamauWxN2x8__5i6weyOFYDbm7fOXgDvLUl0N5CnlO81x4pUb6LxOtqvEJzuvyU2zMhb35zK7Ud8lmGde5RDaxTydKKqUh9XuQWK76hj4cYblSkSIM4ZC3kT0PaEg=s1536" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="482" data-original-width="1536" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi7NZF8ARReZu1JJoXbGBfQosdTNYdGmxg1zdrTM0Q55V9KHlkKfxRWuvb7aNamauWxN2x8__5i6weyOFYDbm7fOXgDvLUl0N5CnlO81x4pUb6LxOtqvEJzuvyU2zMhb35zK7Ud8lmGde5RDaxTydKKqUh9XuQWK76hj4cYblSkSIM4ZC3kT0PaEg=w640-h200" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Três tiras diferentes com arte de Larry Lieber. Datas: 14 de março e 16 de julho<br />de 2007 e 31 de março de 2008.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Diferente do “método Marvel”, usado nos gibis, em que o artista recebia apenas uma sinopse da história, a tira de jornal é produzida com roteiro completo. Felizmente, Lee e Lieber, que são irmãos, se falam bem e com constância. Lieber comenta: “Recebo roteiros completos. Posso até fazer certas mudanças, se eu quiser, e tudo o mais, mas o roteiro é fechadinho, o que é ótimo. [Stan] me manda os roteiros e eu desenho, por isso ligo pra ele todas as semanas. Reduzo os lápis e mando para ele. Tento até enviar a tira já finalizada, mas às vezes não é possível, então ele vê apenas esboços, mas isso é o suficiente pra ele ver se eu desenhei a cena corretamente. Então ele comenta um pouco, e geralmente muda coisas nas falas, às vezes em alguns desenhos. Quando ele pedia certas mudanças, eu concordava. Eu posso ter sentido que talvez não era tão importante, mas pelo menos eu concordava. É um bom relacionamento que já dura anos.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mas é claro, a tira também apresenta algumas dificuldades. Sobre qual a coisa mais difícil em desenhar a tira, Lieber responde: “Pra mim, acho que é a mudança de aspecto da tira, que é meio romântica às vezes, quando Peter está com a Mary Jane, e eu preciso achar o clima pra torna-los atraentes e tento buscar as melhores expressões e poses, e também pensar de forma romântica, como um artista de romances. E então eu tenho de mudar para um artista de quadrinhos de super-herói. Você vai de um para outro — o que é o motivo que torna o Homem-Aranha um personagem desafiante, pois ele tem ambos os casos.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mas algumas dificuldades são resultadas da economia. Lieber adiciona: “Também tem o fato de a tira agora tem que ser bem, bem pequena para os jornais. É um desafio gigante tentar colocar algo como o Homem-Aranha em um espaço tão pequeno, por causa da natureza das histórias. Ele se balança em suas teias pelo meio da cidade e também sai subindo e descendo, escalando os prédios. E você ainda precisa deixar espaço pras letras e balões, tem os diálogos e narrativas, então não dá pra fazer algo pequeno demais ou seria ilegível. Então fazer isso tudo de um modo que dê pra compreender é bem difícil. Existem vários outros veículos e mídias para o Homem-Aranha que são visualmente empolgantes, e eu tenho minha pequena tira e preciso fazê-la interessante o suficiente para que os leitores queiram lê-la.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Não tenho um tempo tão grande, mas tento fazer alguns prédios realistas,” Lieber continua. “Eu não tento desenhar alguma rua em específico, mas tento fazer um prédio real que existiria em Nova Iorque. Tento dar o ‘sabor’ de Nova Iorque, com as roupas, a moda, mas não sou um dos modernos. Eu ainda gosto de certos padrões nas roupas, e hoje em dia as pessoas não usam muito esses padrões. Eu tento que seguir o que é feito na tira dominical o máximo que posso, porque é tudo contínuo, a mesma história, e a tira dominical é desenhada antes da diária. [Mas] muitos jornais não imprimem as duas, e se existe alguma variação, é melhor deixá-la entre uma dominical e uma diária do que entre uma diária e outra diária.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhbqpHXIvj_4QwAMwXVhtDHEhE_YJQFMlke0gIdzmXmdRuKuR4U0qrdSUXJfr6DKqyubgWXiveE641sUX2OIYrZmomRCO7ia_d6-x_VLVfD-oy1RQqcS98fTZHGqhvmUmn4bZmL7V-rUFfQCsXx_gO0NWVVu7NDtBtKN1eSNlV5OD7mnu9yewDQLw=s1536" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1092" data-original-width="1536" height="456" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhbqpHXIvj_4QwAMwXVhtDHEhE_YJQFMlke0gIdzmXmdRuKuR4U0qrdSUXJfr6DKqyubgWXiveE641sUX2OIYrZmomRCO7ia_d6-x_VLVfD-oy1RQqcS98fTZHGqhvmUmn4bZmL7V-rUFfQCsXx_gO0NWVVu7NDtBtKN1eSNlV5OD7mnu9yewDQLw=w640-h456" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Página dominical de 28 de dezembro de 2014, com lápis de Alex Saviuk<br />e arte final de Joe Sinnott.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Em certos aspectos, a tira dominical é mais fácil porque é colorida. “As cores são uma vantagem imensa, eu acho, pelo propósito de tornar algo mais claro. Se você tem uma camisa vermelha e calça verde ou algo, vai ser algo bem diferente com as cores, como se fossem coisas distintas mesmo. Mas, se está tudo em preto e branco, se você não tem as cores pra distinguir, então vai parecer uma coisa só, como se fosse um livro de colorir que não ganhou cor, a menos que alguma coisa seja totalmente preta. Pra tentar tornar diferente, é preciso adicionar sombras ou pintar tudo de preto. É preciso fazer isso pra tornar o desenho mais interessante no preto e branco.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Quando perguntado sobre ter um vilão favorito que ele gosta de desenhar, a resposta de Lieber é interessante: “Não um vilão. Meu personagem favorito pra desenhar é o [J. Jonah] Jameson. Eu adoro o Jameson. Ele é o mais divertido de fazer. Ele é humano demais e eu adoro as variedades de expressão que dá pra fazer. A Mary Jane — independente do que seja feito — é complicada, porque o primeiro critério é que ela precisa ser atrativa. Então não posso dar uma expressão qualquer que a deixaria menos atraente. E o Peter também precisa ser atraente. Então o Jameson é menos complicado por isso. Eu acho divertidíssimo explorar diferentes expressões. Geralmente, nos dias antigos, os artistas de quadrinhos tinham só duas expressões possíveis: ou um sorriso grande, ou uma cara de raiva com os dentes à mostra. Não existia meio termo. E, como dizem, ‘o meio termo não tem lugar nos quadrinhos’. Mas, nas tiras de jornais, existiram artistas que conseguiam fazer o meio termo. O que mais me influenciou foi o Stan Drake. Ele desenhou <i>The Heart of Juliet Jones</i> [<i>O Coração de Juliet Jones</i>]. Eu acho que ele foi o melhor que já existiu em fazer isso. A meta é ter uma combinação de sentimentos românticos de um Stan Drake com todo o poder de Jack Kirby.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Por último, quando questionado se ainda gosta de fazer a tira <i>O Espetacular Homem-Aranha,</i> Lieber responde: “Sim. As pessoas me perguntam, ‘Você não fica entediado depois de tanto tempo?’, e eu não fiquei entediado porque eu considero a tira um desafio desde sempre. E eu acho que o que eu estou desenhando hoje é melhor do que o que eu desenhei quando comecei. Eu gosto do que fiz no passado, mas estou mais confiante agora. De certa forma, tem sido um processo de aprendizado. E, se você está aprendendo, não tem como ser entediante.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>SEGUINDO FIRME E FORTE</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Durante o fim dos anos 1970, a Marvel lançou outras tiras de jornal relacionadas aos gibis, incluindo <i>Howard the Duck</i> [<i>Howard, o Pato</i>] (1977–1978), <i>Conan the Barbarian</i> [<i>Conan, o Bárbaro</i>] (1978–1981) e <i>O Incrível Hulk</i> (1978–1982). E a Distinta Competidora [DC] também se juntou à tendência no mesmo período, com <i>The World’s Greatest Superheroes starring Superman</i> [<i>Os Maiores Super-Heróis do Mundo estrelando Superman</i>] (1978–1985) e, posteriormente, <i>Batman</i> (1989–1991). Todas foram escritas e desenhadas por alguns dos melhores talentos da indústria, mas nenhuma provou ter o poder de vir pra ficar como a tira do Aranha.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhxnvsFqOASrexYL4yB3ruWKzSyqZ8_W9ctB1cXXTJOzyszsG2EPZ1ApMpB2K5PCdBlEu5K_H-jABdbRIHORSA01JsFd6hNHjlim1nfVFkSazgYNEr8nRLdtO6gTGeB_oF1da47I0xFMhYaMlkLXVMqhBHwG1_gMB1H5xf5Toeyu5kuDlYB0dZCmA=s2756" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="851" data-original-width="2756" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhxnvsFqOASrexYL4yB3ruWKzSyqZ8_W9ctB1cXXTJOzyszsG2EPZ1ApMpB2K5PCdBlEu5K_H-jABdbRIHORSA01JsFd6hNHjlim1nfVFkSazgYNEr8nRLdtO6gTGeB_oF1da47I0xFMhYaMlkLXVMqhBHwG1_gMB1H5xf5Toeyu5kuDlYB0dZCmA=w640-h198" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgREx_qR3ZoFtllCSwMP9DYozE_YIUcYL8W-HqT5hzgjY4REfgRzlOCORqYLI1XPSU2zRXo5w4ccCgGLb6eilY7ZpOEO_nKKGzl3URaXyaQQ1rqSwBuvEiggLgokL6TIL0Vc-K6vYpFy8SFgbEakmtYzz5lMheRjVBImovhn0I479ico6ty5VtAWQ=s2327" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="715" data-original-width="2327" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgREx_qR3ZoFtllCSwMP9DYozE_YIUcYL8W-HqT5hzgjY4REfgRzlOCORqYLI1XPSU2zRXo5w4ccCgGLb6eilY7ZpOEO_nKKGzl3URaXyaQQ1rqSwBuvEiggLgokL6TIL0Vc-K6vYpFy8SFgbEakmtYzz5lMheRjVBImovhn0I479ico6ty5VtAWQ=w640-h196" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhvPRhpq_5bxW-KTfAhXJ2JxT7LKsUYyySjWuRaKVSttGGj9BIByH06HbOZjjjVu50unPAnPViCnbB4j5kVKlVfz0bXjtFnRU3qgoCINJdjbkRaO4xBZ9kSwFSx3wCamsEyRbKI6gXEVIJZjpOF6NUv4uvj6g_xlc4Pu7-gIQlILNktTQNH2sVotg=s2294" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="718" data-original-width="2294" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhvPRhpq_5bxW-KTfAhXJ2JxT7LKsUYyySjWuRaKVSttGGj9BIByH06HbOZjjjVu50unPAnPViCnbB4j5kVKlVfz0bXjtFnRU3qgoCINJdjbkRaO4xBZ9kSwFSx3wCamsEyRbKI6gXEVIJZjpOF6NUv4uvj6g_xlc4Pu7-gIQlILNktTQNH2sVotg=w640-h200" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhWaM8Qy9BygjUF5NKWzAVI12kbRlCiudTn1Xcxv-TSHSloGJvDkU4NQjidxV7p_w21afxmcync-4f6KGUcOwCxybG5oqYwzcM5zsJBZeUsJxe-XKzBDUXceDVGcRyMED061yELFBTGtc27AwgP1he27n1v4Y0Gdos1quzVFsOiX5XFpkPYNoV9LA=s2684" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="844" data-original-width="2684" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhWaM8Qy9BygjUF5NKWzAVI12kbRlCiudTn1Xcxv-TSHSloGJvDkU4NQjidxV7p_w21afxmcync-4f6KGUcOwCxybG5oqYwzcM5zsJBZeUsJxe-XKzBDUXceDVGcRyMED061yELFBTGtc27AwgP1he27n1v4Y0Gdos1quzVFsOiX5XFpkPYNoV9LA=w640-h202" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjgOqT61RFw-Waw1OWIkuE_V36kAYihUDPIcvhHiqMfEP-kMDunAHsl9bp1FnchV7n0ZnAeUbGm4vdUVSP6-TNH0ZXPCcO1l9dDp97ZzSJtjXETkGHwkVEn9DTvekja9IMaat5ObXtYHdS1O5ob_-V_ej5pEMu6P42kBd38tVm1e7hG_tOdkGt83w=s2138" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="654" data-original-width="2138" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjgOqT61RFw-Waw1OWIkuE_V36kAYihUDPIcvhHiqMfEP-kMDunAHsl9bp1FnchV7n0ZnAeUbGm4vdUVSP6-TNH0ZXPCcO1l9dDp97ZzSJtjXETkGHwkVEn9DTvekja9IMaat5ObXtYHdS1O5ob_-V_ej5pEMu6P42kBd38tVm1e7hG_tOdkGt83w=w640-h196" width="640" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Perguntado sobre o que torna a tira tão especial, Stan Lee responde: “Tem algo sobre o Peter Parker/Homem-Aranha que parece apelar para os leitores no mundo inteiro. Talvez seja o fato de que Peter é um personagem tão empático.” Fred Kida tinha sua própria perspectiva: “As pessoas gostam do Homem-Aranha. Ele é um herói que sempre faz coisas boas.” Larry Lieber chama um interessante paralelo para outra tira: “Pra mim, é incrível que <i>Blondie</i> [Belinda, no Brasil] esteja saindo por tantos e tantos anos como ainda sai e continua sendo interessante como foi no começo. Não tenho a certeza do porquê. Acho que foi por causa de um forte apelo e de fortes personagens que apelavam em qualquer lugar ou tempo. Acho que é a mesma ideia [com o Homem-Aranha]. Talvez as pessoas gostem mais do personagem, Peter Parker, um homem simples com sua esposa. Ele não é diferente. Tem lá suas peculiaridades, mas é como todo mundo.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Nota: Após 42 anos de vida, a tira do Homem-Aranha teve seu fim em março de 2019. Larry Lieber se aposentou em 2018 e Alex Saviuk assumiu a arte até os últimos dias. Por mais que assinatura de Stan Lee estivesse presente na tira até o último dia, ele já não a escrevia desde 2000, sendo substituído pelo lendário Roy Thomas. Uma continuação foi prometida ao fim da tira, mas, até o presente momento, não foi cumprida nem pela Marvel nem pelo Sindicato King Features.</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjQI8w0O-56K6DkSnXECxh7k_Ji8hdaOuJacnsUp5K3tRdM4Wp2L2OZ8rIO2uRKCO4IPb-gIEiWYgwOBQc2vm3Ehqsa8OT11VXQXclXbS6l7OdioU7zUKqcUKIT2jlVyjE2QuKZpmTZgxV54JyhuTktbrFDGpKZtwdqu0wDJptIO4QOSdV96X7B_A=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1536" height="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjQI8w0O-56K6DkSnXECxh7k_Ji8hdaOuJacnsUp5K3tRdM4Wp2L2OZ8rIO2uRKCO4IPb-gIEiWYgwOBQc2vm3Ehqsa8OT11VXQXclXbS6l7OdioU7zUKqcUKIT2jlVyjE2QuKZpmTZgxV54JyhuTktbrFDGpKZtwdqu0wDJptIO4QOSdV96X7B_A=w640-h450" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhhkKegRKdj8b9lE-kYaFC526seDXM3j6s47zGP3_n8UelZyxPmGd63Hcc4Jg3I9Lwczjb5slqcAIL-BOm7AO6uLMD-arH9x_FFld7xNw6wKD4vw9p7pBbWbsNjj68edZ1NgMYvW3-vb9_3p3UbLvtQ9twDmKMU6nHLwFd1YBLBivgDyprsboLnEA=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="1536" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhhkKegRKdj8b9lE-kYaFC526seDXM3j6s47zGP3_n8UelZyxPmGd63Hcc4Jg3I9Lwczjb5slqcAIL-BOm7AO6uLMD-arH9x_FFld7xNw6wKD4vw9p7pBbWbsNjj68edZ1NgMYvW3-vb9_3p3UbLvtQ9twDmKMU6nHLwFd1YBLBivgDyprsboLnEA=w640-h198" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi2rwjYwP22PvVmqL20Ae3rh-ecX7XvMPaFq8AzgLqc7_WW5IbWKCpkZaYzWbps964iaI_lBLF2gtVUfH1JB1A8kzu9UnGSKPjJOWf1OI7mNUZczGRU6zKtGXu6CWWog61c5S4PHYKEg3AZ8wTBCVFUbjrf3SsIWpqhs6FESFVVXUm3ofmQAKRmLQ=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="474" data-original-width="1536" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi2rwjYwP22PvVmqL20Ae3rh-ecX7XvMPaFq8AzgLqc7_WW5IbWKCpkZaYzWbps964iaI_lBLF2gtVUfH1JB1A8kzu9UnGSKPjJOWf1OI7mNUZczGRU6zKtGXu6CWWog61c5S4PHYKEg3AZ8wTBCVFUbjrf3SsIWpqhs6FESFVVXUm3ofmQAKRmLQ=w640-h198" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiPOi1kSkD1zeMnQwpWjSOi8aXcYIYbcPkxPfK5YmD7GcBtjKfvFiq0g4oZbSlatALfH7AK2VpIbWUMkhjb3zI8NHHmnCWgi-5MP361grXxUbdC3jY3KZVCVZ1AityWlBbi8hHigYilKbCjR4f-y42IRrpqeXrUG_5SdFsq5mHC5rUdQdt9CdIGMg=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="475" data-original-width="1536" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiPOi1kSkD1zeMnQwpWjSOi8aXcYIYbcPkxPfK5YmD7GcBtjKfvFiq0g4oZbSlatALfH7AK2VpIbWUMkhjb3zI8NHHmnCWgi-5MP361grXxUbdC3jY3KZVCVZ1AityWlBbi8hHigYilKbCjR4f-y42IRrpqeXrUG_5SdFsq5mHC5rUdQdt9CdIGMg=w640-h198" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiTB8QkQewTbSNo-tLFlywfIiKVSRubDATCPW8PGABqbgiWaKKNJ7t7J2GGjB0SSnMECGH7Hb1bgFrQUBM2MajZYYsEMPc416fIG5Xuo9HMaYn-4zmQUC8QU3K6Wj_Kt773HkuZnjiQ69vnOaq7ahBS5YXAMjm-yF7cFySlpDrIqv8DXQA2Kpo67Q=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="468" data-original-width="1536" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiTB8QkQewTbSNo-tLFlywfIiKVSRubDATCPW8PGABqbgiWaKKNJ7t7J2GGjB0SSnMECGH7Hb1bgFrQUBM2MajZYYsEMPc416fIG5Xuo9HMaYn-4zmQUC8QU3K6Wj_Kt773HkuZnjiQ69vnOaq7ahBS5YXAMjm-yF7cFySlpDrIqv8DXQA2Kpo67Q=w640-h196" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjr731xzQRi97lz8V0YVOfcMiLjGI7qrAuHsEzJ1eJn56lQsewN2CvZ6IPprekwX44oQEYQrIMX8yJl7AX7mxfC9LSMisjH_9o524o1aeBngm-iYSjrHwsROnhRFSG3qnsXwjM50RNMPvn3cjzrsjOfU8qGjsqK3VgJmoOFh89KTTGqY6IRNPnejg=s1536" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="478" data-original-width="1536" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjr731xzQRi97lz8V0YVOfcMiLjGI7qrAuHsEzJ1eJn56lQsewN2CvZ6IPprekwX44oQEYQrIMX8yJl7AX7mxfC9LSMisjH_9o524o1aeBngm-iYSjrHwsROnhRFSG3qnsXwjM50RNMPvn3cjzrsjOfU8qGjsqK3VgJmoOFh89KTTGqY6IRNPnejg=w640-h200" width="640" /></a></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj1qkfy5qU_t5RAtKDJuHICfZByrya-vscl7TpGbJYThN_QEDw5QrANR5EDgMv5lmlax0H3xDFz-NxRr2enQe55kxWEJkJdZ8rLw5u85nE8J1li9_GnN4YXDVKzo2BWU3VmtXfA3NRmscGzEpZxNZnrDQkjbwnHu40ZTjhXi9iBNVxOxtOIWDV8ow=s1536" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="475" data-original-width="1536" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj1qkfy5qU_t5RAtKDJuHICfZByrya-vscl7TpGbJYThN_QEDw5QrANR5EDgMv5lmlax0H3xDFz-NxRr2enQe55kxWEJkJdZ8rLw5u85nE8J1li9_GnN4YXDVKzo2BWU3VmtXfA3NRmscGzEpZxNZnrDQkjbwnHu40ZTjhXi9iBNVxOxtOIWDV8ow=w640-h198" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A última semana das tiras do Homem-Aranha, que saíram entre 17 e 23<br />de março de 2019. Roteiro de Roy Thomas, arte de Alex Saviuk e arte-final<br />de Joe Sinnott (na página dominical). A letrista foi Janice Chiang.</i></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>No Brasil, a editora Panini Comics está lançando os livros que compilam as tiras do Homem-Aranha desde o começo. Dois volumes foram publicados até o momento desta publicação. O <a href="https://loja.panini.com.br/panini/produto/Comics-Marvel-Homem-Aranha-As-Tiras-(1977-1979)-Edicao-Definitiva-64626.aspx?oid=85629" target="_blank">primeiro</a> compila as tiras de 1977 a 1979. O <a href="https://loja.panini.com.br/panini/produto/Comics-Marvel-Homem-Aranha-As-Tiras-Vol-02-1979-1981-Edicao-Definitiva-99078.aspx" target="_blank">segundo</a> contém as tiras de 1979 a 1981. O livro é baseado na edição norte-americana, publicada pela editora IDW.</i></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-84460171689663372702022-02-06T00:00:00.043-03:002022-02-06T00:00:00.208-03:00Esmagando os sindicatos: a história da tira do Incrível Hulk<div style="text-align: center;"><i>Matéria originalmente publicada na revista da editora TwoMorrows </i>Back Issue<i> #70, de fevereiro de 2014.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;"><i>Por Dewey Cassell</i></div><div style="text-align: right;"><i>Tradução por Lucas Cristovam</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPvzUpvhNYzfCp-iwhKIV2zjLsPYNl4nUY_Dwd8n7_s6rUE9RY3yp6HQUPAYJ0iv3JJldVF7X33haM9nYsCr8Jes_9kez05xCHDKxT_dgoDV9e4MoQMSruADg9DrXd7Ljg72nbunmE/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="519" data-original-width="1600" height="170" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPvzUpvhNYzfCp-iwhKIV2zjLsPYNl4nUY_Dwd8n7_s6rUE9RY3yp6HQUPAYJ0iv3JJldVF7X33haM9nYsCr8Jes_9kez05xCHDKxT_dgoDV9e4MoQMSruADg9DrXd7Ljg72nbunmE/w523-h170/image.png" width="523" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Painel de abertura da tira dominical do </i>Incrível Hulk,<br /><i>com arte de Larry Lieber.</i></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>COMO MUITAS COISAS</b> na Marvel Comics, tudo começou com Stan Lee. O ano era 1977 e a Marvel tinha lançado uma tira de jornal diária baseada no <i>Espetacular Homem-Aranha,</i> com Lee escrevendo os roteiros e o veterano artista dos gibis do Teioso John Romita Sr. desenhando os quadros. A tira do Homem-Aranha foi um sucesso, e logo a Marvel começou a vasculhar os arquivos por outros personagens que pudessem ser inseridos neste universo das páginas grandes de jornal. Logo depois do Aranha, <i>Howard o Pato,</i> saiu em junho de 1977, seguida por <i>Conan o Bárbaro,</i> que começou a sair em em setembro do ano seguinte.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Então, na segunda, 30 de outubro de 1978, <i>O Incrível Hulk</i> apareceu nos jornais. Assim como <i>Homem-Aranha, Howard o Pato</i> e <i>Conan,</i> a tira foi distribuída pelo sindicato Register and Tribune, mas, enquanto as outras tiras da Marvel possuíam personagens recorrentes dos gibis, a tira do Hulk não tinha, porque quando ela começou a ser lançada, existia um outro lugar em que o Gigante Esmeralda era mais reconhecido que os gibis: a televisão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJSjWzy23Id52TqzobYmxRL1LXpeI2w9-YcFN3NzRCa5GHni0JWdAKzwA3HjlDBSNtX_FG6z4yTph_f0PmahYYDyTFK6LuczPYIA1_UPbzWum3vamFRfkIKkXE0iO7PccQeWBQNSwc/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="1147" data-original-width="780" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJSjWzy23Id52TqzobYmxRL1LXpeI2w9-YcFN3NzRCa5GHni0JWdAKzwA3HjlDBSNtX_FG6z4yTph_f0PmahYYDyTFK6LuczPYIA1_UPbzWum3vamFRfkIKkXE0iO7PccQeWBQNSwc/w435-h640/image.png" width="435" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Com 5 temporadas e 82 episódios, a série do Hulk trazia<br />Bill Bixby como o protagonista David Banner.</i></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Com o gigantesco sucesso da série de TV <i>O Incrível Hulk,</i> Stan Lee decidiu usar sua fórmula de roteiro do Hulk como fugitivo como base para a tira de jornal do personagem. Adultos eram a maioria dos leitores de jornais, e eles provavelmente assistiam mais a série de TV do que liam os gibis. Entretanto, as histórias do Hulk nos jornais eram únicas: elas não espelhavam a série de TV, mesmo utilizando a mesma premissa. Além disso, não foram utilizados os atores da série como personagens da tira. Porém, assim como a série, o Hulk não falava e não era tão forte ou resiliente como era nos gibis.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A tira de jornal do <i>Incrível Hulk</i> foi inicialmente escrita por Lee e desenhada por seu irmão, Larry Lieber. Lieber já estava escrevendo e desenhando gibis para a Marvel desde 1950. Mas Lee em breve descobriria que tinha muita comida no seu prato e Lieber acabou pegando um pouco da fatia para si assumindo os roteiros também — inicialmente como escritor-fantasma mas logo depois tendo seu nome na assinatura principal.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_D1fkm4SWfGt3qdZSimYueLIOQ4oH-h_gqnKkat_feZpD0S8yxrYCwhWUP1Wl8EkiYLTqYtYjByZEK4QKhypdShkwFcQydMIvvkO9G3YCCKpAyi0MM1NDr5OhZxXl-MjadbrDmyVX/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="591" data-original-width="1800" height="175" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_D1fkm4SWfGt3qdZSimYueLIOQ4oH-h_gqnKkat_feZpD0S8yxrYCwhWUP1Wl8EkiYLTqYtYjByZEK4QKhypdShkwFcQydMIvvkO9G3YCCKpAyi0MM1NDr5OhZxXl-MjadbrDmyVX/w534-h175/image.png" width="534" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Primeira tira do</i> Incrível Hulk,<i> de 30 de outubro de 1978.<br />Roteiro de Stan Lee e arte de Larry Lieber.<br /></i></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>BONS TEMPOS</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lieber gostava de trabalhar na tira do Hulk: “Tudo começou com Stan escrevendo e eu desenhando. Mas, depois de um tempo, ele desistiu da escrita e a entregou para mim. Ele meio que a deixou nas minhas mãos mesmo. Então passei a escrever e desenhar, e eu adorava fazer isso. Era algo total e somente meu quando eu escrevia. É uma história com quadrinhos, mas a parte principal era justamente a história. Eu creio que, se você tem lindos quadros desenhados, mas tem uma história fraca, você não tem uma boa tira. Se você tiver uma ótima história, mas quadros fracos, ainda assim você pode ter uma ótima tira. Sempre senti que a história era a parte mais importante da coisa. A maioria dos leitores não são críticos de arte.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“O artista que mais bem desenhava do que todos que eu já conheci era John Buscema”, Lieber continua. “Mas eu não sei se seu trabalho teria sido vendido somente pelos seus desenhos. <i>Dick Tracy</i> não possuía uma arte bonita, mas era uma tira muito popular. Quando eu escrevi a tira do Hulk, tentei fazer que ela fosse tão boa quando os filmes que eu tinha assistido e curtido naquela época, pois eu pensava que estava escrevendo algo parecido e importante.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Lieber era um fã da série de TV do Hulk, e isso refletia em seu trabalho na tira de jornal. Lieber relembra: “Eu era influenciado pela série porque parecia que ela trazia pessoas de verdade em situações de verdade. Tentei repetir o mesmo na tira. Criei personagens próprios. Eu ainda me recordo de algumas dessas histórias. Fiz uma sobre um boxeador e sua filha. Ela era modelo e ele, lutador, e ela odiava ele porque ele abandonou a mãe dela e tudo o mais. Teve outra história com o Hulk e três mulheres, uma era uma lutadora de lama, outra era expert em caratê e a terceira era uma garota do textas que tinha um pai rico do qual ela estava fugindo. Eu realmente adorava escrever e desenhar essas mulheres, e o modo que elas se relacionavam com David Banner e o Hulk. Escrevi até uma história sobre um xerife e um lobisomem, no meio de um pântano ao sul. Eu realmente me divertia fazendo aquilo.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Não foi o Hulk, porém, mas sim seu alter ego que realmente encantava Lieber, como ele explica: “Eu preferia escrever sobre os humanos — e adorava desenhar pessoas. Eu tentei seguir o realismo, porque era o que eu mais gostava. Talvez foi por isso que eu gostei de fazer o Rawhide Kid[1] no passado. Escrevi e desenhei o personagem por sete anos. Para mim, ele não era um super-herói. Eu o tratava como uma pessoa de verdade. E fiz o mesmo com a tira do Hulk, fazendo o David Banner se relacionar com outras pessoas. De certa forma, o Hulk era o menos importante pra mim — era com o David que eu mais me importava.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSw61y3-wuwrMQoHSmA-xbnkXRqy9NHW6XWh-RvNx14ytC4ZEKumOvSO2dQhRsvSa3dtvbKL9kWcBsTgvLaKruZ5pj9vCyoiHnjTzVaGvWD6_Jd-r8juQpZlIU5G-w_a6TnLQnxjmP/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="583" data-original-width="1787" height="176" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSw61y3-wuwrMQoHSmA-xbnkXRqy9NHW6XWh-RvNx14ytC4ZEKumOvSO2dQhRsvSa3dtvbKL9kWcBsTgvLaKruZ5pj9vCyoiHnjTzVaGvWD6_Jd-r8juQpZlIU5G-w_a6TnLQnxjmP/w543-h176/image.png" width="543" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Incrível Hulk<i> de 1 de novembro de 1978.<br />Roteiro de Stan Lee e arte de Larry Lieber.<br /></i></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Lieber demonstrou ter muita criatividade na tira, incluindo o uso de quadros verticais, um em cima do outro [e não lado a lado, como é comum em tiras de jornal], uma técnica que ele também usou quando começou a desenhar as tiras do Aranha anos depois. “Eu não faço isso hoje em dia,” Lieber explica. “Mas, na época, eu fazia demais sempre que a história permitia. Sabe, se o protagonista derrotou cinco pessoas, você pode colocar um quadro grande pra mostrar elas ali caídas. Eu achava que funcionava. Mas só fazia quando achava que tinha sentido e parecia bom.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>MUDANÇAS ARTÍSTICAS</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na primavera de 1979, Lieber começou a procurar ajuda para a tira e falou com o artista Rich Buckler. Buckler explica: “Eu estava trabalhando quase que exclusivamente para a Marvel na época e eu acabei conhecendo Larry Lieber. Larry estava escrevendo a tira no lugar do Stan e também a desenhava. Ele me perguntou certo dia se eu tinha interesse em desenhá-la, porque ele estava se sentindo sobrecarregado. Larry sabia que eu tinha alguma experiência com tiras de jornal (desenhei <i>Agente Secreto Corrigan</i> para o Al Williamson, <i>O Fantasma</i> para o Sy Barry, e <i>Flash Gordon</i> para o Dan Barry). Desenhei a tira no lugar do Larry por um mês. Fiz algumas páginas diárias e dominicais sem receber os créditos. Foi algo bem informal no começo. Enquanto as coisas progrediam, Larry me colocou em foco, e os créditos da tira mudaram para <i>‘O Incrível Hulk por Stan Lee e Rich Buckler’.</i> Trabalhar com o Larry era, como sempre, extremamente prazeroso. Eu fazia meus próprios leiautes e Larry me dava total liberdade artística. Não dava pra fazer aquele tipo de ação desenfreada que é característica do Hulk porque não havia espaço pra isso. Ainda assim, eu fiz o que era possível pra tornar a tira o mais empolgante possível.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEizOeR7l0ybVvisY27AC_sWD1kwDkA9yWtIRuiiGVDolW_KTCvLCtZNEH5SzqmmspfNSDRBMLSKhSoJ-c4Pl3M8eefNRGe8uqh7R0g7Xhx24cv4cfkShVr87fVBtbebZOGs7h6ksF3nXznMj3RUWrTY0JhVMLR7I15be-C88BfS-OFD6YUJhGcn_A=s2321" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="827" data-original-width="2321" height="189" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEizOeR7l0ybVvisY27AC_sWD1kwDkA9yWtIRuiiGVDolW_KTCvLCtZNEH5SzqmmspfNSDRBMLSKhSoJ-c4Pl3M8eefNRGe8uqh7R0g7Xhx24cv4cfkShVr87fVBtbebZOGs7h6ksF3nXznMj3RUWrTY0JhVMLR7I15be-C88BfS-OFD6YUJhGcn_A=w533-h189" width="533" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Incrível Hulk<i> de 27 de setembro de 1979.<br />O roteiro já era de Larry Lieber, mesmo sendo<br />creditado ao Stan Lee. Arte de Rich Buckler.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Aquela liberdade criativa se estendia para o sindicato Register e Tribune também. Buckler relembra: “Raramente ouvíamos algo deles. Eu lembro que teve uma pequena correção que precisei fazer num desenho do Banner. Ela foi solicitada por Sol Brodsky, que, na época, estava no comando da parte de produção artística (preparando as artes que eram enviadas para o sindicato). Tirando isso, não tinha literalmente nenhum ajuste a ser feito.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Desde o começo, tiveram uma variedade de arte-finalistas na tira do Hulk. Como Buckler nota: “A arte final era feita na própria Marvel, então sempre tinha um olhar Marvel. A maior parte da arte final da tira era feita pelo Frank Giacoia e o Joe Sinnott, com ocasionais assistências do Mike Esposito. Eu fiz a arte final em algumas tiras no começo, mas era difícil manter o prazo, já que eu também desenhava gibis pra Marvel, então eu me concentrei em fazer apenas o lápis. Desenhei a tira por aproximadamente seis meses.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2XiAedlNdjXvD51OI-z8wwT9pJ9dgB7q-SvP8tXlWZFRhkefG8T24R2VBjkkaMLTTGR-LdE3HrvoW9TUn0jeAt6qks4BMV4W_vWvcPeDUS7HeNC4bhPMgFi7w6zY3QBIItf5rzW2H/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="678" data-original-width="1952" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2XiAedlNdjXvD51OI-z8wwT9pJ9dgB7q-SvP8tXlWZFRhkefG8T24R2VBjkkaMLTTGR-LdE3HrvoW9TUn0jeAt6qks4BMV4W_vWvcPeDUS7HeNC4bhPMgFi7w6zY3QBIItf5rzW2H/w549-h190/image.png" width="549" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Incrível Hulk<i> de 27 de maio de 1980. Roteiro de<br />Larry Lieber, arte de Alan Kupperberg e arte final<br />de Frank Giacoia.</i></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O substituto de Buckler não era uma pessoa estranha com as tiras de jornal: Alan Kupperberg. Kupperberg explica como começou: “Rich Buckler trabalhou na tira antes de mim. Acho que ele estava muito atarefado ou não conseguia mais disponibilidade pra fazê-la. Eu estava desenhando as tiras do Howard e do Conan, então, quando eles precisaram de ajuda na tira do Hulk, eles naturalmente pensaram em mim. É claro, eu já conhecia o Larry, pois trabalhamos juntos na época da Atlas Comics para o Martin Goodman.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Como Buckler, Kupperberg também desenhou de forma anônima algumas tiras, mas, ao fim de novembro de 1979, seu nome já aparecia nos créditos. Lieber ainda fazia o lápis de algumas tiras, assim como o artista Charles Nicholas, mas Kupperberg fez a maior parte do trabalho artístico das histórias futuras, inclusive assumindo também o roteiro. “Eu também passei a escrevê-la, próximo ao fim,” Kupperberg lembra. “Achei que algumas sequências pareciam melhores que outras. Eu realmente gostei do visual da tira no episódio do Homem-Montanha.” Kupperberg planejou introduzir uma rara aparição de supervilões na tira, mas não conseguiu fazer isso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgfpJBljj2SD_7nrtLSMaQe5sJlakfrW5ItKk4cAALKQVc6kB6eZ4gaSlkXMDh7MBUrBGzDHtiEli2B3tLHTn3Q6T79hRc1wXOoy4oqX1lH-SXCFMBKhZfgrDiglEgYqZ86PkSrU668IM4987FW_ckjo8CnIFJZYElN6doDaJQMH8GEz4eNxTqLxg=s2621" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="911" data-original-width="2621" height="184" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgfpJBljj2SD_7nrtLSMaQe5sJlakfrW5ItKk4cAALKQVc6kB6eZ4gaSlkXMDh7MBUrBGzDHtiEli2B3tLHTn3Q6T79hRc1wXOoy4oqX1lH-SXCFMBKhZfgrDiglEgYqZ86PkSrU668IM4987FW_ckjo8CnIFJZYElN6doDaJQMH8GEz4eNxTqLxg=w531-h184" width="531" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Incrível Hulk<i> de 20 de maio de 1982. Mesmo tendo o<br />roteiro e a arte de Alan Kupperberg, os créditos acima<br />da tira eram dados à Marvel Comics.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“A tira acabou no meio de uma história. Sol chegou no escritório num dia, ao fim da tarde, e falou, ‘A tira acabou’. Mas ainda tínhamos de dar um fim e precisamos de mais 6 dias pra isso. Fui pra casa e fiz as seis tiras restantes. Voltei umas 19 horas depois com as tiras em mão pra concluir a história, que tinha o Hulk caminhando em direção ao pôr-do-Sol, ou algo do tipo. Eu estava planejando levá-lo pra Nova Iorque, para enfrentar o Mister Hyde e o Cobra. Ia fazer com que o Hulk tivesse um ajudante ou amigo temporário, baseado num amigo meu da vida real.” Várias tiras com Hyde e Cobra já estavam prontas, mas nunca foram publicadas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Kupperberg também gostava de trabalhar com o Hulk, mas também mantinha tudo sob certa perspectiva: “Quando estava desenhando Howard, eu morava em Nova Iorque. Ela era publicada, se não me engano, no The New York Post, e eu reparei que, conforme ia andando pela cidade, encontrava meu trabalho jogado em latas de lixo. Enquanto isso, meus gibis, esses sim eram guardados e colecionados.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A tira do Incrível Hulk durou ainda mais tempo do que ambas a do Howard e a do Conan, tendo seu fim no dia 5 de setembro de 1982, (O último episódio da série de TV do Hulk foi ao ar no dia 2 de junho de 1982.) No começo dos anos 1980, a Ace/Tempo Books republicou várias histórias das tiras do Incrível Hulk em edições de capa cartão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi2QZM6nWDWBehvuHK2yp0MqbJ2nAoHOLFP5QJbNKICUhPolJOahMQQM2Tvl-iHoLXJOb5UdW9qd1-ncEDmzO7fSU3V8Hx_92KvD_eOH5c-W8rq24sbF9PUetKoWCAknKaANaXHtVlRxfuIkaAmABohwRKFx5U0PDyvL7B8zvv4qnHhFW0RNwNaog=s1065" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="490" data-original-width="1065" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi2QZM6nWDWBehvuHK2yp0MqbJ2nAoHOLFP5QJbNKICUhPolJOahMQQM2Tvl-iHoLXJOb5UdW9qd1-ncEDmzO7fSU3V8Hx_92KvD_eOH5c-W8rq24sbF9PUetKoWCAknKaANaXHtVlRxfuIkaAmABohwRKFx5U0PDyvL7B8zvv4qnHhFW0RNwNaog=w640-h295" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A última tira do </i>Incrível Hulk,<i> de 5 de setembro de 1982.<br />Roteiro e arte de Alan Kupperberg.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A tira do Espetacular Homem-Aranha ainda está em publicação e Lieber continua nos desenhos, algo que faz há 26 anos[2]. Mas ele ainda tem memórias carinhosas de sua outra tira: “Eu gostava do Hulk e de fazer a sua tira. Tive grande orgulho quando o Stan olhou pra ela e disse que ela estava sendo muito bem escrita. Lembro que ele disse certa vez que ‘Ela é ainda mais dramática que a tira do Homem-Aranha!’”.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span><i>'Nuff said!</i>[3]</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">_____</div><div style="text-align: justify;">Notas:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">[1] Conhecido como Billy Blue no Brasil, o Rawhide Kid é um cowboy da Marvel, cujo nome verdadeiro era Johnny Bart. Sua primeira aparição foi em março de 1955, quando a Marvel ainda era Atlas Comics. Foi criado por Stan Lee e Bob Brown.</div><div style="text-align: justify;">[2] A tira do Homem-Aranha teve seu fim em março de 2019, e Larry Lieber já não estava mais a desenhando — tendo se aposentado da tira em 2018 e passando a arte para o arte-finalista Alex Saviuk.</div><div style="text-align: justify;">[3] O termo “'nuff said” foi muito utilizado por Stan Lee e não possui tradução precisa para o português, mas pode ser adaptada como "Já disse tudo".</div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-10911872607687686912021-06-13T00:00:00.002-03:002021-06-13T00:00:00.226-03:00"Ainda Bem", por Vanessa da Mata<div style="text-align: justify;"><b>MÚSICA QUE FEZ</b> parte da trilha sonora da novela <i>Pé na Jaca, Ainda Bem</i> abre o álbum <i>Essa Boneca Tem Manual,</i> segundo disco da cantora Vanessa da Mata. A letra foi escrita pela própria Vanessa em companhia de Liminha, importante produtor musical brasileiro.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Abaixo, sem muitas delongas, a letra da música e o áudio oficial dela:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/h9-LLQqAOXQ" width="320" youtube-src-id="h9-LLQqAOXQ"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>"Ainda Bem", por Vanessa da Mata</b></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><i>Ainda bem</i></div><div style="text-align: center;"><i>Que você vive comigo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Porque senão</i></div><div style="text-align: center;"><i>Como seria esta vida?</i></div><div style="text-align: center;"><i>Sei lá!</i></div><div style="text-align: center;"><i>Nos dias frios em que nós estamos juntos</i></div><div style="text-align: center;"><i>Nos abraçamos sob o nosso conforto de amar</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Se há dores, tudo fica mais fácil</i></div><div style="text-align: center;"><i>Seu rosto silencia e faz parar</i></div><div style="text-align: center;"><i>As flores que me manda são fato d</i><i>o nosso cuidado e entrega</i></div><div style="text-align: center;"><i>Meus beijos sem os seus, não dariam</i></div><div style="text-align: center;"><i>Os dias chegariam sem paixão</i></div><div style="text-align: center;"><i>Meu corpo sem o seu, uma parte</i></div><div style="text-align: center;"><i>Seria o acaso e não sorte</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div><div style="text-align: center;"><i>Neste mundo de tantos anos</i></div><div style="text-align: center;"><i>Entre tantos outros</i></div><div style="text-align: center;"><i>Que sorte a nossa, hein?</i></div><div style="text-align: center;"><i>Entre tantas paixões</i></div><div style="text-align: center;"><i>Esse encontro,</i></div><div style="text-align: center;"><i>Nós dois, esse amor</i></div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-33077917408630686422021-06-06T00:00:00.000-03:002021-06-06T00:00:00.196-03:00"Classic", por Adrian Gurvitz: um clássico, literalmente<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAXU99ndgX6iP3g8rkOkXU_apOKtUoKh5yNkJDI4qyFPCYgnSIUp5ePBA52ad8V97eM9K-O7rbrQb2z6iDifchyphenhyphengTAr12G_Zu3xIvB76XCERUjyP-oa6KDjtvOmwsWIX2GbcDJYYU1/s599/Classic%252C+Adrian+Gurvitz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="599" data-original-width="599" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAXU99ndgX6iP3g8rkOkXU_apOKtUoKh5yNkJDI4qyFPCYgnSIUp5ePBA52ad8V97eM9K-O7rbrQb2z6iDifchyphenhyphengTAr12G_Zu3xIvB76XCERUjyP-oa6KDjtvOmwsWIX2GbcDJYYU1/w400-h400/Classic%252C+Adrian+Gurvitz.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Capa do álbum </i>Classic<i> (1982)</i></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>LANÇADA EM 1982</b> no álbum que leva o mesmo nome da canção, <i>Classic</i> foi uma música popular no Reino Unido durante a década de 1980, chegando à oitava posição do UK Singles Chart. O cantor, Adrian Gurvitz, já era popular, tendo participado de quatro bandas antes de lançar <i>Classic,</i> seu quarto disco.</div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="white-space: pre;"> </span>A letra é uma declaração feita à pessoa amada pelo eu lírico, que diz estar buscando a todo custo escrever uma música para dedicar ao seu amor, que agora não se encontra mais com ele. Curiosamente, a versão da música para o vídeo omite um dos versos:</div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>Expressando minhas palavras</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>Uma por vez a cada linha</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>E então rasgando as folhas</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>Porque nada rima</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>Sozinho em meu quarto</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>Longe do seu amor</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>O que quer que eu escreva</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>Não é bom o suficiente</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>E não é o que eu quero dizer</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>Quero dizer, não é o que parece ser</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>Eu estou vivendo sonhos</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><span style="white-space: pre;"> </span>Abaixo, deixo a letra da versão do clipe traduzida, além do próprio vídeo:</div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/SUs6Z8U_QYs" width="320" youtube-src-id="SUs6Z8U_QYs"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>"Clássico", por Adrian Gurvitz</b></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso escrever um clássico</i></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso escrevê-lo no meu sótão</i></div><div style="text-align: center;"><i>Querida, eu sou um viciado agora</i></div><div style="text-align: center;"><i>Um viciado no seu amor</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Eu era um garoto disperso</i></div><div style="text-align: center;"><i>E você era minha melhor distração</i></div><div style="text-align: center;"><i>Achava fácil incomodar você</i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas você era diferente do resto</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>E eu te amei de todas as formas erradas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Agora ouça o que eu estou dizendo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Se mudasse pra uma outra forma</i></div><div style="text-align: center;"><i>Alguma diferença estaria fazendo?</i></div><div style="text-align: center;"><i>Por acaso seria um clássico?</i></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso te enviar essa música agora</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso escrever um clássico</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Estou mal e fora de mim sem o seu amor)</i></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso escrevê-lo no meu sótão</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Meu sangue não flui, não há vida sem você)</i></div><div style="text-align: center;"><i>Querida, eu sou um viciado agora</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Lá no fundo eu sei que você não está ouvindo o que eu digo)</i></div><div style="text-align: center;"><i>Um viciado no seu amor</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Preciso escrever essa música e te enviá-la logo)</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso escrever um clássico</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Estou mal e fora de mim sem o seu amor)</i></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso escrevê-lo no </i><i>meu sótão</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Meu sangue não flui, não há vida sem você)</i></div><div style="text-align: center;"><i>Querida, eu sou um viciado agora</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Lá no fundo eu sei que você não está ouvindo o que eu digo)</i></div><div style="text-align: center;"><i>Um viciado no seu amor</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Agora eu estou vivendo a vida</i></div><div style="text-align: center;"><i>Um dia por vez</i></div><div style="text-align: center;"><i>Desde que perdi seu amor</i></div><div style="text-align: center;"><i>Eu também perdi minha mente</i></div><div style="text-align: center;"><i>Não consigo mais ver?</i></div><div style="text-align: center;"><i>O futuro é bem claro</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>E não é o que eu quero dizer</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quero dizer, não é o que parece</i></div><div style="text-align: center;"><i>Eu estou vivendo por sonhos</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>E não é o que eu quero dizer</i></div><div style="text-align: center;"><i>Quero dizer, não é o que parece</i></div><div style="text-align: center;"><i>Eu estou vivendo por sonhos</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso escrever um clássico</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Estou mal e fora de mim sem o seu amor)</i></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso escrevê-lo no </i><i>meu sótão</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Meu sangue não flui, não há vida sem você)</i></div><div style="text-align: center;"><i>Querida, eu sou um viciado agora</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Lá no fundo eu sei que você não está ouvindo o que eu digo)</i></div><div style="text-align: center;"><i>Um viciado no seu amor</i></div><div style="text-align: center;"><i>(Preciso escrever essa música e te enviá-la logo)</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Estou mal e fora de mim sem o seu amor</i></div><div style="text-align: center;"><i>Meu sangue não flui, não há vida sem você</i></div><div style="text-align: center;"><i>Lá no fundo eu sei que você não está ouvindo o que eu digo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Preciso escrever essa música e te enviá-la logo</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Estou mal e fora de mim sem o seu amor</i></div><div style="text-align: center;"><i>Meu sangue não flui, não há vida sem você...</i></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-37116818076418345692021-03-07T00:00:00.039-03:002021-03-07T00:00:00.541-03:00José Saramago: “Com elas o caos não se teria instalado no mundo”<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih2x_Myu7CjcEX3a5W0ViB19UO2_HsJ8rej2MLj0aVOk-hj8XkJou85bVgyRlDQAmRIhHzOkO0MiFcTMXDwWuwjnUCHMi-fsEO46cw9-cHXy-VFdCBYV8EjVR-l2hxJMHT2Za6XlQ9/w457-h298/Jos%25C3%25A9+Saramago.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O genial escritor José Saramago.</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><b>PARA O DIA DAS MULHERES</b> amanhã, deixo abaixo uma reflexão de José Saramago publicada em seu blog pessoal O Caderno, em março de 2009: </div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><b>ACABO DE VER NOS NOTICIÁRIOS</b><i> da televisão manifestações de mulheres em todo o mundo e pergunto-me uma vez mais que desgraçado planeta é este em que ainda metade da população tem que sair à rua para reivindicar o que para todos já deveria ser óbvio...</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left; white-space: pre;"><i> </i></span><i>Chegam-me informações oficiais de solenes instituições que dizem que pelo mesmo trabalho a mulher cobra dezesseis por cento menos, e seguramente esta cifra está falseada para evitar a vergonha de uma diferença ainda maior. Dizem que os conselhos de administração funcionam melhor quando são compostos por mulheres, mas os governos não se atrevem a recomendar que quarenta por cento, já não digamos cinquenta, sejam compostos por mulheres, ainda que, quando chega o colapso, como na Islândia, chamem mulheres para dirigir a vida pública e a banca. Dizem que para evitar a corrupção na organização do trânsito em Lima vão colocar guardas mulheres, porque se comprovou que nem se deixam subornar nem pedem coimas. Sabemos que a sociedade não funcionaria sem o trabalho das mulheres, e que sem a conversação das mulheres, como escrevi há algum tempo, o planeta sairia da sua órbita, nem a casa nem quem nelas habita teriam a qualidade humana que as mulheres colocam, enquanto os homens passam sem ver, ou, vendo, não se dão conta de que isto é coisa de dois e que o modelo masculino já não serve. Continuo vendo manifestações de mulheres na rua. Elas sabem o que querem, isto é, não ser humilhadas, coisificadas, desprezadas, assassinadas. Querem ser avaliadas pelo seu trabalho e não pelo acidental de cada dia.</i></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left; white-space: pre;"><i> </i></span><i>Dizem que as minhas melhores personagens são mulheres e creio que têm razão. Às vezes penso que as mulheres que descrevi são propostas que eu mesmo quereria seguir. Talvez sejam só exemplos, talvez não existam, mas de uma coisa estou seguro: com elas o caos não se teria instalado neste mundo porque sempre conheceram a dimensão do humano.</i></div></blockquote></blockquote><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">José Saramago, O Caderno I, 8 de março de 2009</div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-87554149555898291672021-02-28T00:00:00.002-03:002021-03-10T10:21:34.557-03:00"The Capitain of Her Heart", por Double<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9hNbEE4oHOSgAc0CiQHIMwONCWT5s686UDhnTm6u1CMhb9DRmQj-4K1ni4VFU8JizIa0iz9uGWM3bOyZn3h91iLxexvIyp_aiwHeL1kIosMwxC0xmnUru4cIkRgIIZasMQohjvB8K/s640/%25C3%2581lbum+Blue.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9hNbEE4oHOSgAc0CiQHIMwONCWT5s686UDhnTm6u1CMhb9DRmQj-4K1ni4VFU8JizIa0iz9uGWM3bOyZn3h91iLxexvIyp_aiwHeL1kIosMwxC0xmnUru4cIkRgIIZasMQohjvB8K/w400-h400/%25C3%2581lbum+Blue.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Capa do álbum </i>Blue.</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>CANÇÃO DO ÁLBUM <i>BLUE,</i></b> de 1985, a letra fala de uma mulher que decidiu parar de esperar pelo retorno do seu amado. Foi um sucesso internacional na década de 1980, alcançando a décima sexta posição da <i>Billboard Hot 100,</i> e a oitava posição da <i>UK Singles Chart.</i></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O jornalista Stewart Mason, do AllMusic, escreveu sobre a canção:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span><span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px; text-align: left;">“</span>É uma daquelas canções momentâneas que se perderam nos anos de 1980. O duo suíço Double nunca mais conseguiu emplacar outra canção que se comparasse à melodia e sofisticação de </i>The Captain of Her Heart,<i> mas conseguiram torná-la uma canção gloriosa.<span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px;">”</span></i></div></blockquote></blockquote><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Abaixo, a letra da música traduzida, além do vídeo oficial da canção.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/YX-Ru1XkNZc" width="320" youtube-src-id="YX-Ru1XkNZc"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Double, "Capitão do Seu Coração"</b></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><i>Já passava da meia-noite</i></div><div style="text-align: center;"><i>E ela ainda não conseguia dormido</i></div><div style="text-align: center;"><i>Esta noite, o sonho estava indo embora</i></div><div style="text-align: center;"><i>Ela tentou tanto mantê-lo</i></div><div style="text-align: center;"><i>E com o amanhecer chegando</i></div><div style="text-align: center;"><i>Ela sentiu que ele se afastava</i></div><div style="text-align: center;"><i>Não apenas por um cruzeiro</i></div><div style="text-align: center;"><i>Não apenas por um dia</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Muito tempo, muito longe</i></div><div style="text-align: center;"><i>Ela não podia esperar por outro dia pelo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Capitão do seu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Com o dia começando, ela decidiu iniciar</i></div><div style="text-align: center;"><i>E parou de esperar por outro dia pelo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Capitão do seu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Muito tempo, muito longe</i></div><div style="text-align: center;"><i>Ela não podia esperar por outro dia pelo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Capitão do seu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Com o dia começando, ela decidiu iniciar</i></div><div style="text-align: center;"><i>E parou de esperar por outro dia pelo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Capitão do seu coração</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Muito tempo, muito longe</i></div><div style="text-align: center;"><i>Ela não podia esperar por outro dia pelo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Capitão do seu coração</i></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-17651387145950237452021-02-21T00:00:00.002-03:002021-06-09T21:50:12.207-03:00Abandonar um gato: O que falo quando falo do meu pai, por Haruki Murakami<div style="text-align: center;"><i><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCowKjoDPZpvrsHfhbcyABzTy3vVifr0kQDfI3JVmFDPW51cVBpcZkSYr3wfjTblWFsI5ozgVGhj_lMdpj9vg_mJ3DEGVy2PmrC4xp_lFNXOe6C0N1pIHARTgxfOxht43peKK3OAH1/s2048/Haruki+Murakami.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1360" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCowKjoDPZpvrsHfhbcyABzTy3vVifr0kQDfI3JVmFDPW51cVBpcZkSYr3wfjTblWFsI5ozgVGhj_lMdpj9vg_mJ3DEGVy2PmrC4xp_lFNXOe6C0N1pIHARTgxfOxht43peKK3OAH1/w424-h640/Haruki+Murakami.jpeg" width="424" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O escritor Haruki Murakami.</i></td></tr></tbody></table><br />Tradução de Rita Kohl — Publicado na trigésima edição da revista Quatro cinco um</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: center;"><b>O que lembro do meu pai</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tenho muitas memórias do meu pai, é claro. Afinal, compartilhamos uma casa não muito grande, como pai e filho, desde que eu vim ao mundo até me mudar de lá, aos dezoito anos. Juntos, vivemos — como costuma ser entre pais e filhos — coisas divertidas e outras não tão agradáveis. Mas as lembranças que guardei com mais nitidez não são nem de um nem de outro tipo. São cenas simples e cotidianas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Por exemplo, isto:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Certo dia, quando vivíamos na casa de Shukugawa (em Nishinomiya, na província de Hyogo), fomos até a praia para abandonar um gato. Não era um filhote, mas uma gata fêmea, já adulta. Não sei dizer por que decidimos abandoná-la, sendo que morávamos em uma casa com jardim e espaço suficiente para criar gatos. Talvez fosse uma gata de rua que resolveu viver conosco, ficou prenha, e os meus pais concluíram que não daria para cuidar dela e dos filhotes. A minha memória sobre essa parte não é clara. Seja como for, naquela época abandonar gatos era muito mais comum, e não particularmente malvisto, até porque não ocorria a ninguém a ideia de castrar o seu gato. Acho que eu estava nos primeiros anos do ensino fundamental, então devia ser em meados ou no final da década de 1950. Perto de casa havia uma agência bancária destruída pelos bombardeios do exército americano. As marcas da guerra ainda eram frescas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>E assim, numa tarde de verão, eu e o meu pai fomos abandonar aquela gata à beira-mar. O meu pai pedalava e eu, na garupa, segurava a caixa com a gata. Acompanhamos o rio Shukugawa até a praia de Koroen, deixamos a caixa no meio de um bosque e voltamos para casa, sem olhar para trás. Acho que a distância devia ser de uns dois quilômetros. Koroen era uma animada praia de banho, de mar limpo — ainda não haviam feito os aterros. Nas férias de verão, eu ia nadar lá com amigos quase todos os dias. Naquela época, os pais não pareciam se importar se as crianças fossem sozinhas para a praia, então nós aprendíamos a nadar naturalmente. O rio Shukugawa era cheio de peixes, cheguei a pescar uma bela enguia na sua foz.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu e o meu pai deixamos a gata na praia de Koroen, despedimo-nos dela e pedalamos de volta para casa. Descemos da bicicleta comentando: “é uma pena, mas fazer o quê?”, abrimos a porta... e nos deparamos com a gata que havíamos acabado de abandonar, miando alegremente, de rabo espichado no ar. Ela estava de volta, antes de nós. Não consegui entender como ela fez aquilo. Voltamos direto, de bicicleta. O meu pai também não entendeu. Ficamos os dois sem palavras.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu me lembro bem da cara de espanto do meu pai, que aos poucos se transformou em uma expressão de admiração, e por fim de certo alívio. Depois disso, ficamos com a gata. Se ela queria tanto viver naquela casa, o jeito era deixar.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Sempre havia gatos na nossa casa, acho que convivíamos bem com eles. Para mim, eram amigos maravilhosos. Eu não tinha irmãos, então livros e gatos eram os meus melhores amigos. Eu adorava ficar na varanda (naquele tempo quase todas as casas tinham varandas de madeira abrindo-se para o jardim) tomando sol junto com um gato. Então, por que será que tentamos deixar aquela gata na praia? Isso é um mistério para mim, tanto quanto a questão de como ela chegou em casa antes de nós.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>O dever de cada manhã</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mais uma lembrança do meu pai:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Todo dia, antes de tomar o café da manhã, ele se sentava de olhos fechados diante do altar budista <i>butsudan</i> e passava um bom tempo recitando sutras, concentrado. Quer dizer, não era bem um altar. Era uma pequena redoma de vidro contendo uma estátua de Bodisatva minuciosamente esculpida. Não sei o que aconteceu com ela depois que o meu pai morreu, nunca mais a vi. Desapareceu deste mundo e agora só existe na minha memória. Por que será que o meu pai recitava os sutras diante daquela estatueta e não de um <i>butsudan</i> de verdade? Essa é mais uma pergunta a que não sei responder.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Seja como for, o fato é que era uma atividade importante para ele, que indicava o começo de um novo dia. Ninguém podia incomodá-lo, e até onde sei ele nunca deixou de cumprir esse “dever” (nas palavras dele), nem por um único dia. As costas dele tinham um ar severo que desencorajava qualquer interação. Eu via algo de intenso e incomum na dedicação dele, algo que ia além da simples rotina cotidiana.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Uma vez, quando eu era criança, perguntei por quem ele recitava os sutras. Pelas pessoas que morreram na última guerra, respondeu ele. Pelos companheiros falecidos e também pelos chineses que foram meus inimigos. Não disse mais nada além disso, e eu também não perguntei mais nada. Alguma coisa no tom da conversa me fez parar. Mas não acho que tenha sido ele quem me impediu. Se eu tivesse perguntado, acho que ele teria me explicado melhor. Mas não perguntei. Deve ter sido algo em mim, e não nele, que me conteve.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Preciso dar algumas explicações sobre as origens do meu pai. Ele nasceu no dia 1º de dezembro do ano 6 da era Taisho (1917), como segundo filho, em um templo do budismo Jodo-shu chamado An’yo-ji, em Awataguchi, no distrito Sakyo, em Quioto. É parte de uma geração que só pode ser chamada de desafortunada. O breve instante de paz que foi a democracia Taisho já anunciava o seu fim quando eles ainda eram crianças. Em seguida, foram carregados pelas trevas da crise econômica do período Showa, depois pelo pântano da guerra contra a China e por fim pela trágica Segunda Guerra Mundial. E então tiveram que sobreviver, num esforço desesperado, ao caos e à pobreza do pós-Guerra. O meu pai, como qualquer outro de sua geração, suportou a singela porção que lhe coube daqueles infortúnios extremos.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O pai dele, Benshiki Murakami, nasceu em uma família de agricultores, na província de Aichi, mas ainda criança foi enviado como aprendiz de monge em um templo próximo, destino comum aos filhos que não fossem primogênitos. Ele se mostrou uma criança promissora e foi aprendiz em vários templos, até se tornar monge residente no templo An’yo-ji, em Quioto. Eu diria que foi um progresso notável, pois se trata de um templo grande para Quioto, frequentado por quatrocentas ou quinhentas famílias.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Kyoshi Takahama escreveu um haicai a seu respeito:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>No portal</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>Do templo An’yo-ji</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>As flores da relva</i></div></div></blockquote></blockquote><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não tenho uma memória clara do meu avô, pois, tendo crescido na área de Osaka e Kobe, eu não ia muito ao templo da família do meu pai e ainda era pequeno quando ele morreu. Mas dizem que era um sujeito espontâneo e generoso, conhecido por beber bastante e por se embriagar. Era um bom orador, como o nome sugere — o caractere de <i>ben</i> significa “eloquência”, um monge competente e benquisto pelas pessoas. As poucas lembranças que tenho são de um homem carismático, de maneiras generosas e francas. Lembro-me de sua voz forte e distinta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Os seis irmãos e a morte do meu avô</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O meu avô teve seis filhos (nenhuma filha) e vivia com grande disposição. Porém, no dia 25 de agosto de 1958, às 8h50 da manhã, em uma passagem de nível da ferrovia Kenshin, que conectava Quioto e Otsu, ele foi atropelado por um trem e morreu. Era uma passagem de nível sem guarda, em Yamada-cho, Kitahanayama, Yamashina, no distrito de Higashiyama. Um tufão forte atingiu a região naquele dia (a ferrovia Tokai até ficou interrompida) e chovia muito, então o meu avô estava com o guarda-chuva aberto e deve não ter enxergado o trem que vinha fazendo a curva. Além disso, ele não escutava muito bem. Eu achava, não sei por quê, que isso tinha acontecido na madrugada do tufão, quando o meu avô voltava de uma visita aos frequentadores do templo, talvez um pouco embriagado. Mas, pesquisando os jornais da época, descobri que não foi assim.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Na noite em que recebemos a notícia da morte, quando o meu pai se preparava para ir a Quioto, lembro de ter visto a minha mãe agarrada a ele aos prantos, implorando: “Aconteça o que acontecer, só não herde o posto no templo!”. Eu tinha apenas nove anos, mas essa imagem está gravada até hoje no meu cérebro, feito uma cena marcante de um filme em preto e branco visto no cinema. O meu pai só assentia, calado e inexpressivo. Não falou nada concreto (pelo menos, não ouvi nada), mas acho que ele já tinha se decidido. Dava para sentir.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como já mencionei, o meu pai era um de seis irmãos, todos homens. Três deles lutaram na segunda guerra sino-japonesa (1937-45) mas, por milagre ou por sorte, todos chegaram ao fim da guerra sem grandes ferimentos. Um ficou entre a vida e a morte no front na Birmânia (hoje Mianmar), outro foi um sobrevivente dos jovens <i>yokaren</i>[1] da Unidade de Ataque Especial, e por fim o meu pai, que também escapou por um triz (depois falarei mais sobre isso). Mas, pelo menos, todos escaparam com vida. Até onde sei, os seis filhos haviam sido educados para serem monges e tinham a qualificação necessária. O meu pai, por exemplo, tinha o grau <i>shosozu,</i> posição pré-intermediária na hierarquia budista, equivalente a segundo-tenente no exército. Na época do festival <i>obon,</i> os seis se reuniam em Quioto e dividiam entre si as visitas aos frequentadores do templo. Quando chegava a noite, encontravam-se e bebiam fartamente. O gosto pelo álcool devia correr no sangue. Acompanhei o meu pai várias vezes em Quioto nesse período, e o calor do alto verão era insuportável. Devia ser muito penoso rodar a cidade para visitar as casas, de bicicleta ou a pé, vestindo o traje religioso.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Então, quando o meu avô Benshiki faleceu, surgiu a questão urgente de quem ia ocupar o lugar dele. Quase todos os filhos já tinham sua própria família e profissão. A verdade é que a morte do meu avô foi um choque, ninguém estava preparado. Ele já tinha setenta anos, mas era um poço de saúde, e nada indicava que partiria tão cedo. Se não tivesse sido atropelado por um trem numa manhã de tempestade...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu não sei como foram as conversas entre os seis irmãos. O primogênito trabalhava na receita em Osaka, onde já havia chegado a chefe de seção, e o segundo filho, o meu pai, era professor de língua japonesa na Koyo Gakuin, uma escola privada na região de Kansai. Os outros irmãos também eram professores ou frequentavam universidades ligadas ao budismo. Dois haviam sido adotados por outras famílias e mudaram de sobrenome, uma prática comum. Seja como for, ninguém se prontificou a suceder ao meu avô. Um cargo assim, em um templo relativamente grande de Quioto, exige dedicação completa e pesa sobre toda a família. Os filhos tinham plena consciência disso. A minha avó era uma mulher rígida e severa, portanto seria um desafio para qualquer uma de suas noras viver no templo com ela. A minha mãe, para completar, era a filha mais velha de uma renomada família de comerciantes em Senba, Osaka (cuja loja pegou fogo durante a guerra), uma mulher de gosto mais extravagante, não levava jeito para ser esposa de monge em um templo de Quioto. Fora criada em um contexto cultural diferente demais. Não me surpreende que tenha chorado e implorado daquela maneira.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>E também — isso não passa de uma suposição minha — tenho a impressão de que havia na família um vago consenso ou expectativa de que o meu pai fosse a escolha mais apropriada como sucessor. Ao lembrar o tom desesperado com que a minha mãe falou naquela noite, não posso deixar de pensar isso. Dizem que o filho mais velho, o meu tio Shimei Murakami, acabou indo trabalhar na receita depois da guerra, mas na verdade desejava ser veterinário. Ou seja, desde cedo ele já não pretendia ser monge.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O meu pai, ao menos aos meus olhos de filho, era uma pessoa naturalmente séria e responsável. Em casa, podia ser difícil e melancólico, principalmente quando bebia, mas no geral tinha um senso de humor saudável. E era um bom orador. Acho que, em vários aspectos, ele levava jeito para ser monge. Não herdara o espírito livre e franco do meu avô (pelo contrário, era um pouco nervoso), mas tinha modos gentis que passavam tranquilidade para as pessoas. E tinha também uma fé sincera. Acho que ele mesmo sabia disso — que daria um bom monge.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Ele gostaria de ter seguido carreira acadêmica e se tornado pesquisador. Eu me pergunto se não considerava, como segunda opção, a vida de monge, e desconfio que, se fosse solteiro, ele seria mais aberto à ideia de suceder ao meu avô. Mas, naquele momento, ele tinha algo a manter — o seu pequeno lar. Posso imaginar a expressão angustiada dele naquela conversa com os irmãos.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>No final, foi o filho mais velho, Shimei Murakami, quem deixou o seu cargo na receita, se mudou para o templo com a família inteira e herdou o posto de monge principal. E, hoje em dia, é o primogênito dele, o meu primo Jun’ichi, quem ocupa essa função. Todos os seis filhos do meu avô, inclusive o meu pai, já morreram. O último — o que sobreviveu à guerra como yokaren — morreu há poucos anos. Era do tipo de pessoa que, ao ver carros de som de grupos de extrema direita passarem pelas ruas de Quioto, fazendo propaganda, dava sermões aos jovens: “Vocês só ficam aí falando esse tipo de coisa porque não conhecem a guerra de verdade!”.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Segundo Jun’ichi, Shimei só aceitou suceder ao pai no templo An’yo-ji por ver isso como responsabilidade sua, ou destino, de primogênito. Melhor dizendo, ele foi obrigado a aceitar. Na época, os frequentadores dos templos tinham muito mais poder do que hoje, e a família não podia agir como bem entendesse.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">‘Abandonado pelos pais’</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando era criança, o meu pai foi enviado para viver como aprendiz em um templo em Nara, provavelmente com a intenção de que ficasse por lá, como filho adotivo. O meu pai nunca mencionou isso. Ele não costumava falar sobre a infância dele em geral, mas acho que esse era um assunto específico no qual ele não queria tocar, nem comigo nem com ninguém. Tenho essa sensação. Eu só soube dessa história pelo meu primo Jun’ichi. Na época, era comum que famílias numerosas mandassem filhos, exceto o primogênito, para serem adotados por outras famílias ou para viverem como aprendizes em templos — tal como acontecera com o meu avô Benshiki. Porém, depois de pouco tempo naquele templo em Nara, o meu pai foi devolvido para a família. A justificativa oficial foi que o frio estava lhe fazendo mal à saúde, mas parece que ele não conseguira se adaptar ao novo ambiente. Depois disso, ele não foi mais enviado a nenhum outro lugar e cresceu no templo An’yo-ji normalmente, como filho dos pais dele. No entanto, sinto que essa experiência deixou marcas bem profundas no seu coração de criança. Alguma coisa no jeito dele me dava essa impressão, apesar de eu não ter nenhum exemplo específico.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Penso na expressão dele quando a gata que abandonamos na praia reapareceu em casa — primeiro espanto, depois admiração, e por fim alívio.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu nunca passei por algo assim. Fui criado — com certo cuidado — como filho único, em uma família totalmente comum. Então não compreendo, em um nível concreto e emocional, que sequelas o fato de ser “abandonado” pelos pais deixa no coração de uma criança. Só me resta usar a cabeça para imaginar como deve ser. Será que esse tipo de memória não se torna uma cicatriz invisível que, ainda que mude de formato ou de profundidade, acompanha a pessoa até o fim da vida?</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Lendo a biografia do diretor francês François Truffaut, descobri que ele também foi separado dos pais quando era criança (praticamente rejeitado, como um estorvo) e criado por outras pessoas. Como resultado, Truffaut perseguiu, por toda a vida, em suas obras, o tema do abandono. Todas as pessoas devem ter, em maior ou menor grau, experiências pesadas das quais não conseguem se esquecer, mas que também não conseguem comunicar verdadeiramente a ninguém, com as quais viverão e morrerão, sem jamais narrá-las por inteiro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em Quioto, o budismo Jodo-shu é dividido entre a linha Chion-in e a linha Seizan, da qual faz parte o templo An’yo-ji, no bairro de Keage. Na verdade, talvez seja mais correto considerar o budismo Jodo-shu Seizan como uma organização religiosa com doutrina própria, distinta do budismo Jodo-shu Chion-in (entretanto, até os especialistas têm dificuldade em definir as diferenças entre essas duas doutrinas). A Escola de Estudos Seizan é anexa ao templo Komyo-ji, na cidade de Nagaokakyo. Hoje ela se chama Faculdade Kyoto Seizan e oferece vários cursos superiores, mas já foi uma instituição voltada apenas ao estudo do budismo. Para receber a qualificação necessária a um monge principal era preciso fazer um curso nessa escola e passar por uma ascese de três semanas no templo anexo, Komyo-ji (treinamento que incluía, nas estações frias, jogar água gelada na cabeça três vezes por dia).</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O meu pai se formou na antiga escola ginasial Higashiyama (equivalente ao ensino médio atual) em 1936 e, depois disso, aos dezoito anos, ingressou nessa Escola de Estudos Seizan. Não sei que carreira ele gostaria de seguir, mas, tendo nascido em um templo, não havia muita margem de escolha. Durante os quatro anos do curso ele teria direito a adiar o serviço militar, porém se esqueceu de fazer o trâmite necessário para garantir isso (foi o que ele me disse). Portanto, em agosto de 1938, aos vinte anos, teve que interromper os estudos e se alistar. Era uma simples questão burocrática, mas, depois que um processo desses se põe em movimento, não dá mais para se desculpar e explicar que foi um engano. Organizações burocráticas e militares são assim. Os formulários mandam.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">O 20º Regimento da Infantaria, em Fukuchiyama</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O meu pai foi enviado para o 20º Regimento da Infantaria (Fukuchiyama), parte da 16ª divisão (Fushimi). O prédio do quartel desse regimento abriga agora o 17º Regimento da Infantaria da Força Terrestre de Autodefesa, mas no portão ainda há uma placa indicando a antiga designação. O edifício continua praticamente igual desde o tempo das Forças Armadas e hoje é um arquivo de documentos históricos.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O núcleo da 16ª Divisão era formado por três regimentos da infantaria: o 9º (Quioto), o 20º (Fukuchiyama) e o 33º (da cidade de Tsu, na província de Mie). Nunca entendi por que o meu pai, natural da cidade de Quioto, foi enviado para o regimento de uma cidade mais distante, Fukuchiyama, e não para o 9º.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>... Quer dizer, isso é o que eu sempre achei que havia acontecido, mas, pesquisando, descobri outros fatos. O meu pai não foi do 20º Regimento da Infantaria, mas sim do 16º Regimento de Transporte, que também fazia parte da 16ª Divisão. E o quartel-general desse regimento ficava em Fukusa/Fushimi, na cidade de Quioto, não em Fukuchiyama. Por que, então, eu estava convencido de que o meu pai estivera no 20º Regimento da Infantaria? Mais adiante voltarei ao assunto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O fato é que, por achar que o meu pai fizera parte do 20º Regimento, demorei muito tempo para tomar coragem de pesquisar o histórico militar dele. Depois que ele morreu, passei cinco anos pensando que devia fazê-lo, sem nunca tomar uma atitude.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Por quê?</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Porque o 20º Regimento da Infantaria é famoso por ter sido o primeiro a chegar à cidade de Nanquim após a sua queda. As unidades oriundas da província de Quioto tinham fama de tranquilas (inclusive, eram menosprezadas como “tropas de nobrezinhos”), mas as ações desse regimento tinham a reputação de serem muito sangrentas. Por muito tempo desconfiei que o meu pai tivesse participado da batalha de Nanquim como membro dessa unidade, e por isso eu nunca quis pesquisar a fundo o histórico militar dele. Também nunca tive vontade de perguntar diretamente a ele, enquanto estava vivo, detalhes do que ele viveu na guerra. E assim, sem que eu perguntasse nada e sem que ele me dissesse nada, o meu pai morreu em agosto de 2008, em um hospital em Nishijin, Quioto, aos noventa anos, em razão de um diabetes severo e do câncer que se espalhara por todo o corpo. A longa batalha contra a doença enfraquecera o corpo dele, mas a mente, a memória e a fala continuaram firmes até o final.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O meu pai foi recrutado em 1º de agosto de 1938. Foi em dezembro do ano anterior, 1937, que o 20º Regimento da Infantaria entrou para a história, por sua bravura ao ser a primeira tropa a chegar a Nanquim. Portanto, o meu pai não poderia ter participado dessa batalha por quase um ano. Essa descoberta foi um alívio, tirou um peso das minhas costas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Depois da batalha de Nanquim, o 20º Regimento tomou parte em confrontos violentos por toda a China. Em maio do ano seguinte, renderam a cidade de Xuzhou, ocuparam Wuhan após uma batalha feroz, perseguiram o exército derrotado rumo ao oeste e seguiram guerreando no norte.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O meu pai embarcou em um navio de transporte no porto de Ujina em 3 de outubro de 1938 e chegou a Xangai no dia 6 do mesmo mês, como soldado raso especial do 16º Regimento de Transporte. Em terra, eles marcharam junto ao 20º Regimento da Infantaria. O livro de registros do exército japonês aponta que o regimento dele tinha como principais funções o abastecimento e a segurança, e que participou do ataque à cidade de Hekou (25 de outubro), da conquista de Anlu, no rio Han (17 de março do ano seguinte), e da batalha de Suixian-Zaoyang (de 30 de abril a 24 de maio).</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Acompanhando esses movimentos, vemos que eles cobriram distâncias extraordinárias. Para tropas praticamente não motorizadas, num momento em que o combustível era insuficiente — cavalos eram basicamente a única força com que contavam —, deve ter sido extremamente difícil. A situação era crítica: a falta de víveres e munição era crônica, pois os suprimentos não alcançavam os campos de batalha, os uniformes estavam em farrapos, a falta de higiene levava à proliferação de doenças como o cólera. Muitos dos soldados sofriam de cáries, pois não havia dentistas suficientes. O Japão, com o seu poder limitado, não tinha como controlar um país gigantesco como a China. Ainda que, graças à sua força militar, conseguissem tomar uma cidade após a outra, na prática era impossível manter a ocupação de todo o território.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Os registros deixados pelos soldados que fizeram parte do 20º Regimento naquele período mostram a situação trágica em que se encontravam. Entre eles, há quem confesse com franqueza que infelizmente ocorreram massacres, e há também quem afirme de modo categórico que isso é mera ficção. De todo modo, foi para aqueles sangrentos campos de batalha da China que o meu pai foi enviado, aos vinte anos, como soldado das Tropas de Transporte. A propósito, Tropas de Transporte eram as unidades responsáveis pelo abastecimento, principalmente pelos cuidados com os cavalos de guerra. Para o exército japonês, que enfrentava uma falta crônica de veículos e combustível, os cavalos eram importantíssimos. Talvez fossem até mais valiosos do que meros soldados. Em princípio, essas tropas não tomavam parte na linha de frente dos confrontos, mas nem por isso estavam seguras. Dispunham apenas de armas leves (geralmente só baionetas) e muitas vezes sofriam ataques pela retaguarda que resultavam em danos graves.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">Os haicais enviados do front</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Logo que entrou para a Escola Seizan, o meu pai se encantou com os haicais, passou a fazer parte de um grupo de entusiastas e a compor muitos poemas. Na linguagem de hoje, eu diria que ele <i>ficou fissurado.</i> A revista de haicais da escola publicou algumas obras que ele compôs durante os tempos de soldado. Devem ter sido enviados do front pelo correio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>Pássaros migrando</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>ah, para onde voam?</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>para a minha terra</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>Soldado, mas ainda</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>monge, de mãos postas</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>diante da lua</i></div></div></blockquote></blockquote><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Não sou especialista em haicais e me falta conhecimento para julgar a qualidade dessas obras, mas não é difícil imaginar um jovem intelectual de vinte anos compondo poemas assim. O que os sustenta não é a técnica poética, mas o sentimento absolutamente franco.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O meu pai estava estudando para ser monge, no interior de uma montanha em Quioto. Com muita dedicação, imagino. E então, por um pequeno erro burocrático, foi recrutado, submetido a um duro treinamento, depois lançado em um navio de transporte, com um rifle tipo 38 em mãos, e despachado para a guerra violenta nos fronts da China. As tropas lutavam sem descanso, em várias frentes, contra soldados chineses e guerrilhas que resistiam com fúria. Era um mundo completamente oposto às profundezas de uma montanha pacífica em Quioto. Isso certamente provocou um caos emocional, uma agitação e um conflito interior intensos. Em meio a tudo isso, escrever haicais parece ter sido um dos seus raros consolos. Essa forma — essa espécie de código simbólico — permitia-lhe expor, de modo relativamente direto e sincero, assuntos e sentimentos que, na prosa simples de uma carta, logo seriam barrados pela censura. Talvez fossem o único refúgio de que ele dispunha. Ele continuou a compor haicais por muito tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>A execução de um prisioneiro de guerra chinês</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O meu pai me contou uma única vez, em tom de confidência, que a unidade à qual ele pertencia executou um soldado chinês, prisioneiro de guerra. Não sei qual contexto ou sentimento o levaram a me contar isso. Foi há muito tempo, então guardo apenas essa memória isolada, sem antes nem depois. Eu ainda estava nos primeiros anos da escola fundamental. O meu pai descreveu a execução calmamente, sem emoção. Disse que o soldado chinês, mesmo sabendo que seria executado, não se agitou nem se apavorou. Ficou sentado imóvel, em silêncio, de olhos fechados. E assim foi decapitado. Foi uma atitude realmente admirável, disse o meu pai. Ele parecia nutrir um respeito profundo por aquele soldado chinês, talvez até o fim de sua vida.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Não sei dizer se a execução foi feita pelos companheiros de regimento dele e o meu pai apenas testemunhou ou se o meu pai participou mais ativamente. Não tenho como avaliar se essa dúvida se deve à minha memória imprecisa ou se foi ele que narrou os fatos de maneira vaga. Seja como for, não há dúvida de que esse evento deixou na alma dele — de soldado e de monge — uma angústia enorme.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Naquela época não era raro, no continente chinês, que soldados novatos ou reservistas fossem obrigados a executar soldados chineses capturados, para que se acostumassem ao ato de matar. No livro <i>Soldados do exército japonês</i> (editora Chuko Shinsho), de Yutaka Yoshida, há o seguinte trecho:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Shigeru Fujita recorda que, quando foi comandante do 28º Regimento da Cavalaria, do final de 1938 a 1939, orientou a todos os oficiais: ‘Para acostumar um soldado ao campo de batalha, o assassinato é um método conveniente. Em outras palavras, é um teste de bravura. Para isso, pode-se usar os prisioneiros. Em abril, quando chegarem novos soldados, devemos criar esse tipo de oportunidade assim que possível, para que fiquem fortes e se habituem à guerra’, [...] ‘nesses casos, lâminas são mais efetivas que armas de fogo’.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O assassinato de prisioneiros de guerra desarmados é uma atitude desumana que viola o direito internacional, evidentemente. Mas, para o exército japonês da época, parecia ser uma ideia óbvia. Inclusive porque as tropas em combate não tinham como tomar conta dos prisioneiros capturados. Foi justamente naquele período entre 1938 e 1939 que o meu pai foi enviado para a China como novato, então não seria nenhuma surpresa se os soldados de postos inferiores fossem obrigados a essas ações. A maioria das execuções era feita com a lâmina das baionetas, mas lembro que nesse assassinato que o meu pai descreveu foi usada uma espada militar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Seja como for, esse relato de uma brutal decapitação com espada marcou intensamente a minha mente infantil, é claro. Guardei isso como uma cena ou, mais, como uma pseudoexperiência. Em outras palavras, eu diria que o meu pai transferiu para mim parte do peso — do trauma, na terminologia atual — que ele carregava durante anos. Assim são as conexões entre as pessoas, e assim é a história. Essencialmente, um ato de transferência, um ritual. Cada um deve receber a parte que lhe cabe, por mais desagradável que seja o conteúdo, por mais que se queira desviar o olhar. Senão, qual o sentido daquilo que chamamos de história?</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O meu pai quase não falava sobre o que viveu no campo de batalha. Não deviam ser assuntos dos quais ele quisesse se recordar ou falar, tanto aquilo que ele fez com as próprias mãos quanto o que ele apenas testemunhou. Mas deve ter sentido que precisava transmitir pelo menos isso para mim, sangue do seu sangue. Ainda que aquela cena fosse permanecer como uma cicatriz no coração de ambos. Apenas uma suposição, claro, mas é o que eu sinto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Departamento de Letras da Universidade Imperial de Quioto</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O 20º Regimento retornou da China para o Japão no dia 20 de agosto de 1939. E assim o meu pai encerrou um ano de serviço militar e retomou os estudos na Escola Seizan. Logo em seguida, no dia primeiro de setembro, a Alemanha invadiu a Polônia e a Segunda Guerra Mundial eclodiu na Europa. O mundo adentrava um período de grande convulsão.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Os soldados costumavam ser recrutados por um período de dois anos, porém o meu pai prestou apenas um. Não sei por quê. Talvez o fato de ser estudante tenha contribuído para isso. O entusiasmo pelos haicais continuou após o término do serviço militar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>A Juventude</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>Hitlerista, cantando</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>atrai os cervos</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>(outubro de 1940)</i></div></div></blockquote></blockquote><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Este deve ter sido inspirado por uma visita amistosa da Juventude Hitlerista ao Japão. Naquele momento, a Alemanha nazista era uma nação aliada ao Japão e lutava com vantagem na Europa, enquanto o Japão ainda não havia entrado em guerra contra os Estados Unidos e a Inglaterra. Não sei por quê, mas gosto desse haicai. Retrata uma paisagem da história — uma pequena cena em um canto da história — de um ângulo meio estranho e incomum. É impactante o contraste entre os cervos (provavelmente uma referência aos animais da cidade de Nara) e o vento sangrento que sopra dos campos de batalha ao longe. Os jovens da Juventude Hitlerista, que naquele instante se divertiam no Japão, talvez tenham encontrado seu fim nos duros invernos do front leste.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>No aniversário</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>da morte de Issa,</i>[2]<i> eu leio</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>seus tristes poemas</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>(novembro de 1940)</i></div></div></blockquote></blockquote><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Também nesse haicai há algo que me atrai. Retrata um mundo muito quieto e sereno, mas a superfície da água deve ter demorado um bom tempo para ficar tão tranquila. Sinto no fundo do poema o eco daquela agitação e desordem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O meu pai sempre gostou de estudar. Os estudos eram, para ele, uma razão de viver. Era um grande apreciador de literatura e, mesmo depois de se tornar professor, passava bastante tempo lendo sozinho. A nossa casa sempre foi cheia de livros, o que pode ter contribuído para que eu me tornasse um leitor ávido na adolescência. Dizem que tirava notas muito boas. Ele se formou com honras na Escola Seizan em março de 1941, e mais tarde ingressou no curso de Letras da Universidade Imperial de Quioto. Não deve ter sido fácil passar na prova de admissão de uma universidade tão renomada, vindo de uma escola completamente focada nos estudos e no treinamento budista.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A minha mãe sempre me disse que o meu pai era inteligente. Não sei quão inteligente ele era de fato. Não sabia na época e não sei hoje. Quer dizer, na verdade isso não me interessa muito. Acho que, para alguém da minha profissão, não importa tanto se uma pessoa é inteligente ou não. Uma intuição aguçada vale mais que a inteligência. Então raramente avalio as pessoas por esse parâmetro. Nesse aspecto, o mundo acadêmico é bem diferente. Mas, seja como for, o fato é que o meu pai tinha um excelente histórico escolar.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu, de minha parte, nunca tive muito interesse pelos estudos, e as minhas notas nunca foram grande coisa, infelizmente (sinto que devo me lamentar). Quando gosto de um assunto, sou capaz de me dedicar com afinco, mas, quando não é o caso, não consigo me importar. Sempre fui assim. Então, desde os primeiros anos da escola até o ensino médio, os meus boletins nunca foram terríveis, mas também nunca foram motivo de admiração.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Insatisfação crônica, dor crônica</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Isso deixava o meu pai no mínimo desapontado. Vendo os meus hábitos nada diligentes, imagino que ele comparava a minha vida à própria juventude e se exasperava: “Você, que nasceu nesta época de paz, poderia estudar à vontade, sem nenhum empecilho. Por que não se esforça?”. Acho que ele queria que eu ficasse entre os melhores da sala e que trilhasse em seu lugar o caminho que ele não pôde, impedido que foi pela sua época. Tenho certeza de que ele daria qualquer coisa por isso.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mas não correspondi a essa expectativa. Não conseguia, de jeito nenhum, me dedicar aos estudos. Achava tediosa a maior parte das aulas, e o sistema de ensino, homogêneo e opressivo demais. Assim, o meu pai vivia com uma insatisfação crônica e eu, com uma dor crônica (dor esta que também continha, inconscientemente, raiva). Quando estreei como romancista, aos trinta anos, ele pareceu feliz por mim, mas àquela altura já havíamos nos afastado demais.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Carrego até hoje, <i>até os dias de hoje,</i> esse sentimento — ou os resíduos desse sentimento — de ter desapontado o meu pai, de não ter ficado à altura das expectativas dele. Depois de certa idade, passei a tratá-lo com irritação, “bom, cada pessoa tem o seu jeito!”, mas, durante a adolescência, era uma situação bastante desconfortável. Uma vaga sensação de culpa me perseguia constantemente. Ainda hoje sonho, às vezes, que estou fazendo uma prova na escola e não sei responder a nenhuma questão. O tempo vai passando, minuto a minuto, e não consigo fazer nada. Se não passar na prova, vai dar tudo errado... Esse tipo de sonho. Acordo suando frio.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mas na época fazia mais sentido, para mim, ler os livros e ouvir as músicas de que gostava, sair de casa e fazer exercícios, jogar Mahjong com os amigos, ou então encontrar a minha namorada, do que ficar preso à escrivaninha, fazendo todas as tarefas e me esforçando para tirar uma nota um pouco melhor numa prova. E hoje posso afirmar, com convicção, que eu estava certo.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Acho que só resta a cada geração viver respirando o ar de seu tempo, sentindo pesar sobre os ombros a gravidade particular daquele momento. E amadurecer de acordo com as tendências que esse ambiente nos impõe. Para o bem ou para o mal, é esse o andar natural das coisas. Assim como os jovens de hoje estão sempre testando os nervos da geração dos seus pais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Voltando ao assunto anterior:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O meu pai se formou na Escola Seizan na primavera de 1941, e no final de setembro do mesmo ano ele recebeu um aviso de convocação extraordinária. E assim voltou, no dia 3 de outubro, ao serviço militar. Primeiro esteve no 20º Regimento da Infantaria (Fukuchiyama), depois foi transferido para o 53º Regimento das Tropas de Transporte.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A partir de 1940, a 16ª Divisão ficou baseada permanentemente na Manchúria, e na sua ausência foi formada a 53ª Divisão, em Quioto, da qual fazia parte o 53º Regimento das Tropas de Transporte (a propósito, o escritor Tsutomu Mizukami também foi desse regimento, no fim da guerra). Na confusão que se seguiu à formação apressada dessa nova divisão, o meu pai deve ter sido enviado temporariamente para a tropa de Fukuchiyama. E, por ter ouvido a respeito disso, achei que ele sempre estivera nesse regimento, desde a primeira convocação.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A 53ª Divisão foi enviada para a Birmânia em 1944, já no final da guerra, tomou parte na Batalha de Imphal e, de dezembro daquele ano até março do ano seguinte, foi praticamente dizimada pelo exército britânico na Batalha do Rio Irauádi. O 53º Regimento de Transportes a acompanhou em todos esses confrontos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O mestre de haicai do meu pai, Noburo Suzuka (1887-1971, aprendiz de Kyoshi Takahama e membro da revista Hototogisu — há um museu com seu nome em Quioto), escreveu o seguinte no dia 30 de setembro de 1941, no seu <i>Diário de haicais:</i></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Voltei pisando pelo lamaçal, pois voltara a chover [...]. Ao chegar, soube do serviço militar de Chiaki.”</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>Varão, eu serei</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>mais uma vez escudo</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>outono da nação</i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div></div></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div><div style="text-align: justify;"><i>Chiaki</i></div></div></blockquote></blockquote><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Por “serviço militar”, ele deve estar se referindo à carta de convocação. O significado do poema é “eu, como homem, devo defender o meu país novamente, neste momento crucial”. Pelo contexto da época, creio que compor poemas como esse era a única alternativa. Mas é possível ler nele certo sentimento de resignação, principalmente na expressão “mais uma vez”. Pessoalmente, ele desejava viver uma vida de paz como acadêmico, mas o andar violento da História não lhe permitiria tal luxo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>A 16ª Divisão luta até a morte</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas, numa reviravolta inesperada, a convocação do meu pai foi anulada dois meses depois, no dia 30 de novembro. Ele foi desmobilizado e pôde retomar a vida civil, apenas oito dias antes do ataque a Pearl Harbor. Se a guerra já tivesse começado, duvido que lhe concedessem uma decisão tão generosa.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O meu pai me disse que foi salvo por um superior. Estava servindo como soldado de primeira classe quando esse oficial o chamou e disse: “Você estuda na Universidade Imperial de Quioto, não é? Vai contribuir mais para a nação como estudioso que como soldado” e o dispensou. Não sei se um único oficial podia tomar esse tipo de decisão. Além do mais, considerando que o meu pai era um estudante de letras e não de ciências, não sei que grande “contribuição para a nação” ele poderia dar, voltando à universidade e estudando haicais (a não ser que o oficial estivesse pensando em muito longo prazo). Sempre achei que havia mais detalhes nessa história. Mas, seja como for, assim o meu pai ficou livre do serviço militar.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>... Quer dizer, isso foi o que eu ouvi — ou pelo menos o que lembro ter ouvido — quando era criança. É uma anedota curiosa, mas infelizmente não corresponde aos fatos. Pois, pesquisando os registros de alunos da Universidade Imperial de Quioto, descobri que o meu pai só se matriculou no curso de Letras em outubro de 1944. Então não faria sentido o oficial se referir a ele como aluno dessa universidade. Algo deve ter se embaralhado na minha memória. Também pode ter sido a minha mãe quem me contou isso, e ela quem se enganou. Mas não há mais como checar o que de fato aconteceu, pois hoje a memória da minha mãe é embaralhada quase que completamente.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>De todo modo, segundo os registros, o meu pai entrou no curso de Letras da Universidade Imperial de Quioto em outubro de 1944 e se formou em setembro de 1947. Não sei onde esteve nem o que fez dos 23 aos 26 anos, entre a dispensa do serviço militar, no outono de 1941, e o ingresso na universidade. A minha hipótese é que tenha ajudado no templo da família enquanto compunha haicais e estudava para o exame de admissão, mas não tenho certeza. É mais um mistério.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Logo depois que ele saiu do exército, a Guerra do Pacífico irrompeu e a 16ª Divisão foi despachada em um navio de transporte para um ataque nas Filipinas. Então, no dia 24 de dezembro de 1941, o 20º Regimento da Infantaria desembarcou na baía de Lamon, a leste da ilha de Luzon, onde enfrentou uma forte resistência do usaffe (Forças do Exército dos Estados Unidos no Extremo Oriente). Foi nessa batalha que morreu, com um tiro no peito, Sueo Oe, um segundo-tenente, o atleta que dividiu com Shuhei Nishida o segundo e o terceiro lugar do salto com vara nas Olimpíadas de Berlim.[3] Oe, natural de Maizuru, deu o último suspiro nos braços do irmão mais velho, médico de guerra, com quem se encontrara por coincidência.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A Divisão perdeu muitos homens no desembarque em Luzon, e logo em seguida recebeu ordens de seguir para a tomada da península de Bataan, onde sofreu um ataque destruidor do exército americano, que dispunha de um poder de fogo esmagadoramente superior. Depois, esse exército, evitando uma batalha decisiva em Manila, entregou a cidade aos japoneses como uma cidade aberta e se encerrou nas montanhas da península, conservando uma capacidade de 80 mil homens em nove divisões. O Estado-Maior japonês subestimou o poder militar do inimigo, cuidadosamente disposto ao longo da linha de defesa da península, e enviou as unidades de combate para a linha de frente sem armamento suficiente, com resultados desastrosos. Foram cercadas em meio à mata virgem, submetidas ao fogo cerrado da artilharia e esmagadas por tanques de guerra de última geração. Segundo a <i>História do Regimento Fukuchiyama,</i> no dia 15 de fevereiro de 1942 restavam apenas 378 soldados no 20º Regimento da Infantaria, além do comandante. Outra fonte diz apenas que a Divisão fora “praticamente dizimada”.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“[...] O povo da terra onde cresceu o Regimento Fukuchiyama jamais poderá se esquecer da península de Bataan, onde, por equívocos de avaliação e de estratégia, inúmeros companheiros deram a vida para defender a pátria, sem balas para atirar nem alimento para comer, os soldados tendo como travesseiro sua posição, e os artilheiros, seus canhões”, escreveu um soldado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando essa dificílima batalha em Bataan finalmente chegou ao fim, em abril daquele ano, a 16ª Divisão, que estava “praticamente dizimada”, foi reconstituída com soldados reservistas e ficou baseada na capital, Manila, como uma tropa de defesa. Sua função era principalmente sufocar guerrilhas, mas, quando a guerra se agravou, foram enviados para a ilha Leyte, ao sul de Manila, para defender esse ponto estratégico.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Então, em 20 de outubro do mesmo ano, enfrentaram uma grande tropa de desembarque do exército americano, e no dia 26 estavam quase aniquilados. Um dos principais motivos dessa derrota foi que as tropas locais e o Quartel-General Imperial não chegaram a um consenso sobre o que seria melhor, defender-se da invasão do exército americano em Luzon ou em Leyte, o que fez com que as tropas fossem enviadas às pressas e entrassem na batalha sem o devido preparo.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A 16ª Divisão perdeu metade de seus homens no bombardeio naval e no enfrentamento à beira-mar. Depois recuou para o interior da ilha e tentou resistir, mas todas as rotas de abastecimento estavam bloqueadas, e as guerrilhas os atacavam pela retaguarda. A maior parte dos soldados sobreviventes, dispersos, acabou sucumbindo à fome ou à malária. A fome, em particular, foi tão terrível que há até boatos de canibalismo. Foi uma batalha trágica e sem chance de vitória. Dos mais de 18 mil soldados que formavam a 16ª divisão, restaram 580. A porcentagem de mortos ultrapassou os 96%. Realmente lutaram até a morte. Ou seja, o Regimento Fukuchiyama passou pela “quase aniquilação” duas vezes, no começo e no fim da guerra. Pode-se dizer que foi uma tropa sem sorte.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Quando o meu pai dizia que escapou à morte por um triz, creio que estava se referindo ao fato de não ter sido enviado para o front na Birmânia no fim da guerra, como um integrante da 53ª Divisão. Mas com certeza também pensava nos antigos companheiros da 16ª Divisão, que se tornaram cadáveres em Bataan e Leyte. Se o destino do meu pai fosse outro e ele tivesse sido enviado para as Filipinas com a sua antiga divisão, uma hipótese bastante possível, certamente teria perdido a vida em algum dos campos de batalha — se não em Bataan, então em Leyte, se não em Leyte, então em Bataan. E nesse caso eu também não existiria, é claro. Talvez eu deva dizer que foi por sorte, mas o fato de escapar com vida enquanto os antigos companheiros tombavam em um distante campo de batalha ao sul (os restos mortais de alguns deles devem estar abandonados às intempéries até hoje) sem dúvida deixou no meu pai uma grande dor e uma profunda sensação de dívida. Tendo isso em vista, compreendo ainda melhor por que ele passava tanto tempo, toda manhã, recitando os sutras de olhos fechados.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A propósito, o meu pai continuou dedicado aos haicais enquanto estudava na universidade de Quioto, e foi um membro muito ativo da <i>Kyoto Hototogisu.</i> Também participou da revista <i>Kyokanoko.</i> Lembro que os armários de casa eram cheios de edições antigas dessa revista.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>O pós-Guerra e o meu nascimento</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de entrar para a universidade de Quioto, o meu pai voltou a ser recrutado, no dia 12 de junho de 1945. Era a terceira vez dele no serviço militar. Mas dessa vez ele não foi enviado nem para a 16ª Divisão nem para a 53ª. Ambas as divisões já haviam sido aniquiladas e não existiam mais. Dessa vez ele fez parte, como soldado de primeira classe, da unidade 143 do Exército do Distrito Central, que atuava dentro do país. Não está claro onde ela era baseada, mas devia ser relacionada às Tropas de Transporte, pois se chamava “unidade de automóveis”. Porém, dois meses depois, no dia 15 de agosto, a guerra terminou, e em 28 de outubro ele foi formalmente desligado do serviço militar e retornou à universidade. E assim o meu pai sobreviveu à grande desgraça da guerra. Ele tinha 27 anos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu nasci em janeiro de 1949. O meu pai havia passado no exame de bacharel em setembro de 1947 e entrado na pós-graduação, mas, como já tinha certa idade, estava casado e tinha um filho, acabou desistindo da carreira acadêmica e arranjando um emprego como professor de língua japonesa na escola Koyo Gakuin, para se manter. Não sei direito como foi que os meus pais se conheceram. Eles moravam em cidades diferentes, Quioto e Osaka, então é provável que tenham sido apresentados por algum conhecido em comum. A minha mãe teve um namorado com quem pretendia se casar (um professor de música), mas ele morreu na guerra. E a loja do pai dela (o meu avô) em Senba queimou completamente nos bombardeios do exército americano. Ela nunca se esqueceu da experiência de fugir correndo pela cidade de Osaka sob as rajadas de metralhadora dos caças de porta-aviões Grumman. A guerra mudou completamente a vida dela, assim como a do meu pai. Porém foi graças a isso — digamos — que hoje eu estou aqui.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>E assim eu nasci, no bairro Fushimi, em Quioto. Mas nas minhas primeiras memórias nós já vivíamos em Shukugawa, na cidade de Nishinomiya, província de Hyogo. Depois, quando eu tinha doze anos, nós nos mudamos para a cidade de Ashiya. Portanto, apesar de ter nascido em Quioto, tenho a sensação de ser natural da área de Hanshin (que engloba Kobe e Osaka). Tanto o dialeto quanto o modo de pensar e de ver a vida são distintos entre Quioto, Osaka e Kobe, embora as três cidades fiquem na mesma região de Kansai. Nesse sentido, posso dizer que a minha sensibilidade foi forjada em um ambiente diferente do do meu pai, natural de Quioto, e também do da minha mãe, de Osaka.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A minha mãe, que ainda está viva e tem 96 anos, também foi professora de língua japonesa. Ela se formou no curso de língua japonesa da Escola Feminina Shoin e depois passou a lecionar na mesma escola (creio que para alunas de doze a dezesseis anos), mas deixou o emprego ao se casar. A propósito, lembro que quando a escritora Seiko Tanabe ganhou o prêmio Akutagawa, em 1964, a minha mãe viu a foto dela no jornal e comentou que a conhecia bem. Tanabe também estudou na Escola Shoin, então talvez elas tivessem algum contato.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Segundo a minha mãe, o meu pai levava uma vida muito desregrada quando jovem. O corpo dele ainda devia guardar a experiência pesada da guerra, e a frustração de ver a vida seguir numa direção oposta à que ele pretendia também devia ser difícil. Ele bebia muito e parece que às vezes batia nos alunos. Mas, conforme eu crescia, o temperamento e as atitudes dele também foram se abrandando. Às vezes ele ficava deprimido e mal-humorado, ou bebia demais (a minha mãe sempre reclamava disso), mas, como filho, não me lembro de episódios desagradáveis. Talvez os vários sentimentos que o habitavam tenham assentado pouco a pouco, permitindo-lhe certa tranquilidade.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Objetivamente, acho que ele foi um professor excelente. Fiquei muito surpreso ao ver a quantidade de antigos alunos que vieram oferecer suas condolências quando ele morreu. Devia ser muito benquisto. Vários dos alunos dele se tornaram médicos e, graças a eles, o meu pai foi tratado com muita atenção e gentileza durante a sua batalha contra o câncer.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Aliás, a minha mãe também parece ter sido uma ótima professora. Mesmo depois que eu nasci e ela se tornou dona de casa, suas antigas alunas (com quem tinha, na verdade, pouca diferença de idade) continuaram a visitá-la com frequência. Eu, por outro lado, não tenho muito talento para essa profissão.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Que lembranças guardo do meu pai durante a minha infância? Íamos muito ao cinema. Aos domingos a gente acordava, abria o jornal para ver o que estava passando nos cinemas próximos de casa (não sei como é hoje em dia, mas naquele tempo havia várias salas em Nishinomiya) e, se algo nos interessasse, íamos de bicicleta. Assistíamos quase sempre a filmes americanos, e quase sempre de faroeste ou de guerra. O meu pai não falava sobre o que viveu na guerra, mas não se incomodava em assistir a filmes sobre o assunto. Então conheço bem os filmes de guerra da década de 1950. Acho que devo ter visto quase todos os de John Ford. Mas, no caso de filmes como <i>A rua da vergonha</i> ou <i>A nova saga do Clã Taira,</i> de Mizoguchi Kenji, ou <i>Lírio do lodo,</i> de Shiro Toyoda, os meus pais me deixavam em casa, dizendo que não eram próprios para crianças, e iam sozinhos. (Na época, eu não entendia bem o que esses filmes tinham de impróprio.)</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Também íamos a muitos jogos de beisebol no estádio Koshien. O meu pai foi um fã fervoroso dos Hanshin Tigers por toda a vida. Quando perdiam, ficava num mau humor terrível. Talvez esse tenha sido um dos motivos pelos quais deixei de torcer por eles.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mesmo trabalhando como professor, o meu pai manteve a paixão pelos haicais. Tinha sempre sobre a escrivaninha uma antiga coletânea de <i>kigo</i>[4] com encadernação de couro e, quando estava à toa, folheava-a com delicadeza. Talvez aquele volume fosse, para ele, como uma Bíblia para um cristão. O meu pai publicou antologias de poemas, mas agora não as encontro. Onde será que foram parar? Ele presidia um clube de haicais de seus alunos, orientando quem se interessasse pelo assunto e organizando confraternizações para compor poemas, algo que existe até hoje. Eu o acompanhei nesses encontros várias vezes quando era criança. Certa vez ele organizou uma dessas reuniões em um eremitério onde se acredita que o poeta Bashô tenha morado, na montanha do templo Ishiyamatera, em Shiga. Não sei por quê, mas até hoje me lembro vividamente da tarde daquele dia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Uma conversa desajeitada com o meu pai, aos 90 anos</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No entanto, o meu pai devia ter a esperança de que eu, como seu único filho, realizasse coisas que ele não pôde fazer em vida. Conforme eu crescia e formava a minha própria identidade, a dissonância entre nós dois foi ficando mais intensa e mais evidente. Nós dois tínhamos personalidade forte. Não estávamos dispostos a abrir mão, tão facilmente, de nós mesmos. Também éramos, para o bem ou o para mal, muito parecidos na incapacidade de expressar diretamente as nossas opiniões.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Pessoalmente, não quero me aprofundar nos aspectos concretos dessas desavenças entre pai e filho, então tocarei no assunto apenas por cima. Se entrar em detalhes, o resultado será longo demais e visceral demais. Resumindo, depois que eu me casei, ainda jovem, e comecei a trabalhar, nós nos afastamos muito. Aconteceram várias coisas, em especial depois que me tornei escritor, que deixaram a nossa relação ainda mais complicada, e por fim estávamos quase que completamente rompidos. Passamos mais de vinte anos sem nos vermos, falando-nos apenas quando havia uma necessidade incontornável.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu e o meu pai crescemos em épocas e ambientes diferentes, não pensávamos da mesma forma e não víamos o mundo da mesma forma. É óbvio. Se, em algum momento da vida, eu tivesse me dedicado a reconstruir a nossa relação por esse ponto de vista, talvez as coisas tivessem sido diferentes. Mas em vez de dedicar tempo e esforço para buscar novas maneiras de me relacionar com ele, preferi focar minhas forças em meus próprios planos. Eu ainda era jovem, tinha muitos planos, e objetivos muito claros. Tudo isso importava mais, para mim, do que lidar com questões familiares complexas. E eu também tinha, é claro, o meu pequeno lar para manter.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Só fui reencontrar o meu pai e conversar frente a frente com ele pouco antes da sua morte. Eu já me aproximava dos sessenta anos e ele já chegava aos noventa. Estava internado em um hospital em Nishijin, Quioto. Ele não foi um homem magro, mas o gravíssimo diabetes e o câncer que tomou o corpo dele o haviam deixado magérrimo. Parecia outra pessoa. Trocamos palavras desajeitadas e — por um curto período, nos últimos momentos de sua vida — tivemos uma espécie de reconciliação. Por mais diferente que fossem os nossos pensamentos e visões de mundo, algo agiu com muita força dentro de mim, algo como um laço que nos unia. Diante da figura macilenta do meu pai, não pude deixar de sentir isso.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Por exemplo, certo dia de verão nós dois fomos de bicicleta até a praia de Koroen para abandonar uma gata rajada. E depois essa gata nos ultrapassou com vantagem e ficou nos esperando em casa. Aconteça o que acontecer, compartilhamos essa experiência, maravilhosa e intrigante. Lembro claramente, ainda hoje, do som das ondas e do perfume do vento que soprava por entre as árvores, naquele dia na praia. O acúmulo infinito de pequenas lembranças como essa é o que compõe a pessoa que sou hoje.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>A sensação de se tornar invisível</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desde a morte do meu pai, eu me encontrei com várias pessoas que o conheceram e conversei sobre ele, como uma forma de retraçar as minhas origens.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não sei se um texto pessoal como este interessa aos leitores. Mas sou do tipo de pessoa que só consegue pensar na prática, usando as mãos e escrevendo (sempre fui péssimo em pensar de forma abstrata e conceitual), então precisei fazer isso. Retraçar as minhas memórias, olhar para o passado e transformar tudo em palavras visíveis sobre o papel, em um texto que pode ser lido em voz alta. E, conforme eu escrevia e relia estas palavras, fui sendo tomado pela estranha sensação de ficar invisível. Era algo tão forte que eu tinha a impressão de que, se erguesse as mãos diante dos olhos, conseguiria enxergar um pouco do que estava por trás delas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Se o meu pai não tivesse sido dispensado do serviço militar e tivesse ido para a guerra nas Filipinas ou na Birmânia... Se o professor de música, antigo noivo da minha mãe, tivesse escapado da morte em algum campo de batalha... Pensar em tudo isso me causa uma sensação muito estranha. Nesses casos, eu não estaria aqui. E então, obviamente, não existiria a minha consciência, nem os livros que escrevi. Pensando assim, o próprio fato de que eu vivo como escritor começa a parecer uma ilusão, frágil e sem substância. O meu sentido como indivíduo vai ficando cada vez mais vago. Se eu conseguisse enxergar através da palma das minhas mãos, não me surpreenderia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">O gato que subiu no pinheiro</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tenho mais uma memória de infância sobre um gato. Já escrevi sobre isso em algum romance, como uma anedota, mas vou escrever de novo. Desta vez, como fato.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Nós tínhamos um pequeno filhote de gato branco. Não lembro bem como ele foi parar em casa, pois durante a minha infância muitos gatos apareciam e sumiam de lá. Mas lembro que era um filhote adorável, de pelagem bonita.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Certo fim de tarde, quando eu estava sentado na varanda, esse gatinho se pôs a escalar um pinheiro (no nosso jardim havia um pinheiro magnífico), bem diante dos meus olhos. Como se quisesse exibir a sua bravura e rapidez, subiu pelo tronco com uma agilidade espantosa e desapareceu entre os galhos, lá no alto. Fiquei assistindo, atento. Mas uma hora ele começou a miar agoniado, como quem pede socorro. Provavelmente havia subido até bem alto e agora não tinha coragem de descer. Os gatos sobem em árvores muito bem, mas descer não é o seu forte. Só que o filhote não sabia disso. Deve ter subido num ímpeto e depois, ao ver quão alto estava, ficou paralisado.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu me aproximei e olhei para a copa da árvore, mas não consegui enxergá-lo. Só ouvia os seus miados agudos. Chamei o meu pai, expliquei o que havia acontecido e perguntei como ajudar o filhote. Mas não havia nada que o meu pai pudesse fazer. Era alto demais para uma escada. O gatinho continuou a miar, desesperado, pedindo ajuda, e a noite foi caindo. Até que a escuridão engoliu todo o pinheiro.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Não sei o que aconteceu com aquele filhote. No dia seguinte, quando acordei, já não se ouviam os miados. Chamei várias vezes o nome dele em direção aos galhos, mas não houve resposta. Apenas silêncio.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Talvez o gatinho tivesse dado um jeito de descer durante a noite e ido embora (para onde?). Ou talvez não tivesse conseguido descer e tenha ficado lá, no meio dos galhos, exausto demais para miar, até definhar devagar e morrer. Imaginei isso muitas vezes, sentado na varanda e olhando para o pinheiro. O gatinho branco, morto e seco, ainda com as unhazinhas desesperadamente cravadas no galho.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Essa é mais uma lembrança marcante da minha infância, relacionada com gatos. Essa história deixou, na minha mente infantil, um ensinamento vívido: descer é muito mais difícil do que subir. Generalizando um pouco mais, seria o seguinte: os resultados engolem rapidamente as causas e as tornam impotentes. Em alguns casos, isso mata gatos. Em outros, pessoas. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Seja como for, o que eu queria mesmo dizer com este texto tão pessoal é um fato bastante óbvio:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Sou apenas o filho comum de um homem comum. Isso é absolutamente óbvio. Mas, quando resolvi arregaçar as mangas e realmente investigar esse fato, foi ficando cada vez mais claro que ele é, também, acidental. Vivemos a vida assim, olhando fatos que são fruto de mera causalidade, como se fossem a única realidade possível.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Em outras palavras, cada um de nós é apenas uma gota, anônima, entre incontáveis gotas de chuva que caem sobre a vastidão da terra. Gotas individuais, é verdade, mas perfeitamente substituíveis. No entanto, cada uma dessas gotas de chuva tem as suas próprias ideias. Cada uma tem a sua história e também a obrigação de <i>levar adiante</i> essa história. Não podemos nos esquecer disso. Mesmo que cada gota logo seja absorvida, perca o contorno individual e desapareça como parte de um coletivo maior. Não, o correto seria dizer: <i>justamente porque ela irá desaparecer como parte de um coletivo maior.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">* * * * *</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ainda hoje, às vezes me pego refletindo sobre o grande pinheiro do nosso jardim em Shukugawa. Penso no pequeno filhote, que talvez continue lá, transformado em ossos, agarrado ao galho como uma memória que não se apagou. Então penso na morte, e em como é difícil descer numa reta até o chão lá embaixo, tão distante que dá vertigem.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>_____</div><div>Notas da tradutora:</div><div><br /></div><div>[1] <i>Yokaren</i> é uma abreviação que se refere aos alunos do Curso Preparatório de Aviação Naval, instituição criada em 1930 que treinava jovens de catorze a dezessete anos, num esforço para atender a demanda crescente de pilotos de guerra. As Unidades de Ataque Espercial foram os pelotões suicidas cujos membros ficaram conhecidos como camicases.</div><div>[2] Kobayashi Issa (1763—1828), poeta e monge budista, é considerado um dos quatro grandes mestres do haicai.</div><div>[3] Nos Jogos de 1936, Oe e Nishida saltaram a mesma altura e empataram. Para não terem de competir entre si, recusaram-se a ir até o fim da prova. Nishida, que conseguiu na primeira tentativa, ficou com a medalha de prata, e Oe com a de bronze, mas eles trocaram de lugar no pódio. Quando a troca foi descoberta, já no Japão, os dois mandaram cortar as medalhas ao meio e soldar as metades, fazendo duas medalhas metade de prata, metade de bronze.</div><div>[4] Literalmente “palavra estacional”, são termos usados na poesia tradicional japonesa para indicar em que época do ano se situa o poema. A maior parte deles se refere à flora, à fauna ou ao clima.</div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-3853730308542156432021-02-14T00:00:00.021-03:002021-03-01T13:53:26.516-03:00Mochila peculiar, roubo na noite e a casa com chão de carpete<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2lVv3AhlH0FxDExS2oTrGzGjGovA4SM-G6ugTnOMGU-cvjUmGylncn8SPuV99VlVu7-wFyaz6QYA-rUeLjY9Efs00ywnuuT2P6IEuwrkIZVmsNgPWCCBVBgXg8Y_Nhm65_-hHgll6/" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="2048" data-original-width="1365" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2lVv3AhlH0FxDExS2oTrGzGjGovA4SM-G6ugTnOMGU-cvjUmGylncn8SPuV99VlVu7-wFyaz6QYA-rUeLjY9Efs00ywnuuT2P6IEuwrkIZVmsNgPWCCBVBgXg8Y_Nhm65_-hHgll6/w427-h640/image.png" width="427" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Foto de Matheus Bertelli.</i></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>CANSADO, PEGUEI FACILMENTE</b> no sono. E sonhei.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Em meu sonho, reencontrei uma garota que conheci alguns anos atrás e que mantenho contato virtualmente hoje. Era claro que era ela no sonho por conta do seu cabelo único, com um corte curto e com as pontas coloridas – que é uma das características que eu mais acho bonita nela. Ela estava acompanhada de uma outra garota que eu desconhecia, mas presumi que fosse amiga dela. Esta garota tinha um cabelo liso que caia pelos ombros, encaracolando levemente nas pontas. Era mais baixa que nós dois – me recordo que a altura da amiga virtual era parecida com a minha – e carregava uma mochila curiosa em suas costas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Porém, o fato mais estranho sobre essa garota desconhecida era que ela <i>não falava o meu idioma.</i> Ou, pelo menos, não falava algum dos idiomas que <i>eu</i> conheço. Se eu pudesse chutar, diria que se assemelhava ao norueguês – eu conheço o norueguês mas não faço ideia do que qualquer coisa seja no idioma, nem mesmo o básico “Olá”.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A garota que eu conhecia, minha amiga virtual, ela sim sabia e falava esse idioma desconhecido. Pelo pouco que conheço dela, não desconfiei de tal fato estranho. Sinto que ela parece ser totalmente capaz de falar outro idioma com tranquilidade. Mas o mais estranho sobre a garota conhecida era que eu <i>compreendia a fala dela</i> mas <i>não compreendia a fala</i> da garota desconhecida.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Ambas falavam o tal idioma estranho mas eu não entendia quando a garota desconhecida o falava, enquanto que a garota conhecida aparentava falar minha língua nativa mesmo que o idioma <i>não fosse minha língua nativa.</i></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>De começo fiquei confuso e decidi aceitar as traduções que me eram feitas pela garota conhecida. Eu já entendia, mas ela fazia questão de repetir tudo novamente para mim, na minha língua nativa.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Acompanhei ambas pela rua. Era noite e o clima estava frio. A temperatura havia baixado durante essa noite em específico. Lembro de ouvir muito a conversa de ambas, mas de falar pouco por conta da questão da tradução necessária. Na maioria das vezes, apenas concordava balançando a cabeça e ficava curioso pela situação que ali acontecia.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Num dado momento, nos vimos cercados. Dois garotos jovens, com facas na mão, apontavam-nas para nós. Aparentemente, os ladrões queriam a mochila da garota desconhecida. Eles também sabiam falar o idioma estranho e eu também os compreendia – ou achava que os compreendia pois, assustado pela situação, estava preocupado com minha companhia.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Porém, tão rápido quanto vieram, os ladrões se foram, carregando a mochila da garota desconhecida. Eles correram para a direção de onde nós viemos e desapareceram ao virar a esquina. Chocada, a garota desconhecida ficou a chorar lamentando alguma coisa e minha amiga virtual estava a consolá-la. O que quer que estivéssemos para fazer foi cancelado e decidimos levá-la para casa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Após o motorista particular nos deixar na frente de uma pequena vila de casas, agradeci e paguei pela viagem. O portão da pequena vila rangeu ao ser aberto e entramos. A casa da menina ficava no meio da vila e não sei exatamente se podia chamar o espaço de casa: era apenas um cômodo que possuía uma cama beliche, uma geladeira e um fogão. Num canto do chão haviam alguns objetos e uma mala com roupas. Um tapete do tipo carpete cobria todo o solo, o que causava uma sensação de conforto nos pés.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A garota desconhecida escalou pela escada e deitou-se na cama de cima. Disse alguma coisa pra minha amiga virtual que respondeu “Tudo bem” de volta e me informou que ela pediu se poderíamos passar a noite ali com ela. Estranhei o pedido pois mal a conhecia mas supus que ela confiava em minha amiga virtual a tal ponto de não se importar com a minha presença em seu ambiente mais seguro. Assenti com a cabeça, afirmando que ficaria por ali também. De alguma forma senti que minha companhia seria importante.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Minha amiga virtual deitou-se na cama de baixo e perguntou como a garota desconhecida estava. Não obteve resposta e pude ouvir um choro baixo vindo da cama de cima. O que quer que houvesse naquela mochila, com certeza era algo de valor. Nesse momento, estranhei o fato de que nada mais nosso fora levado pelos ladrões além da mochila. Além disso, como que os ladrões também sabiam falar o idioma desconhecido e como eu era capaz de compreendê-los? Quem era a garota desconhecida e por que eu era a única pessoa que não a compreendia?</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Sentado no chão com a cabeça apoiada na cama onde minha amiga virtual estava, fiquei a pensar nessas coisas sem muita prosperidade em algum resultado que fizesse coerência. Talvez eu devesse apenas aceitar o que estava acontecendo e não ficar buscando entender os detalhes. Perguntei inconscientemente se minha amiga virtual achava que a garota desconhecida ficaria bem.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Acho que sim. Aquela mochila era importante para ela, mas acho que ela vai ficar bem.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Quis perguntar sobre o que estava dentro da mochila mas me mantive calado.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Virei-me e toquei o cabelo dela. Também inconscientemente, agora estava lhe fazendo cafuné. Como não entendia nada do que estava acontecendo, aquele ato não parecia em nada absurdo. Minha amiga virtual fechou os olhos e pôs-se a dormir num sono leve. Continuei com o carinho em seu cabelo enquanto a admirava. O choro da garota desconhecida também havia parado e presumi que ela devia também estar dormindo.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Era uma noite estranha e eu não tinha sono devido aos fatos que tinham se desenrolado.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Beijei o rosto da minha amiga virtual levemente e deixei que ela dormisse. Olhando pro chão, tentava, ainda em vão, compreender meus pensamentos que estavam desorganizados e confusos.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>De repente, um barulho fora da casa me alertou. Ele quebrou o silêncio que se fazia e eu me assustei.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Bateram na porta e eu levantei assustado. Eram batidas pesadas, como quem tinha pressa. Achei curioso que as batidas não causaram nenhum tipo de reação nas meninas, que dormiam tranquilamente na cama. Corri em direção à porta e a abri. Um homem com capuz tinha em mãos a mesma mochila que havia sido levada pelos ladrões.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Aqui que mora a...”, e ele disse algo que não compreendi direito. Talvez fosse o nome da garota desconhecida.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Balancei a cabeça.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Pois bem, considere a mochila devolvida.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A fala dele era apressada, como quem queria terminar o que estivesse fazendo pois era uma tarefa incômoda. Não consegui reparar em seu rosto, o capuz lançava uma sombra que cobria boa parte dele e eu também não tinha acendido a luz da casa da garota desconhecida – aliás, havia alguma lâmpada ali?</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Peguei a mochila, agradecendo. Ela estava estranhamente pesada mesmo parecendo compacta. Quando me abaixei para colocá-la no chão e me livrar o peso, o homem correu. Sem mais nem menos, desapareceu pelo portão de entrada da vila.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Fechei a porta e me abaixei para ver a mochila. Queria descobrir o que havia dentro dela. O que causava todo aquele peso.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Segurei o zíper e puxei e conforme fui abrindo senti meu corpo se afastar mais e mais da mochila. Não só da mochila, a sensação era que ele se afastava daquela realidade. De alguma forma estranha eu sabia o que era aquilo. Um barulho ao fundo foi crescendo cada vez mais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Era meu despertador.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu havia despertado.</div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-87390041891907431952021-02-07T00:00:00.002-03:002021-06-09T21:49:49.353-03:00Uma entrevista com Paul Norris<div style="text-align: justify;"><b>EM 1988, ROBERT POLLAK</b> — um grande amigo online que possuo — entrevistou ninguém menos que Paul Norris para a revista Amazing Heroes [Heróis Surpreendentes]. O nome parece estranho de começo, e, aliás, Norris quase não tem o reconhecimento que merece, ao menos em terras brasileiras. Mas Norris, além de ter sido o nome da tira <i>Brick Bradford</i> durante 35 anos, também foi o criador do <i>Aquaman,</i> o famoso herói aquático da DC Comics. Norris se aposentou em 1987 e faleceu vinte anos depois, em 2007, aos 93 anos de idade.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Decidi traduzir a entrevista que, mesmo curta, é extremamente interessante, onde Norris dá um panorama geral de como foi sua vida e sua relação com os quadrinhos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_yDJrvHZYZR_5kt-kdQka4b1hUfb39WqlTseOfqIaek_FaeQZZhO2fFQJTko1TBop-jkTESaMJxHeSwXnjepvXdcqmF7yV4CiA3quiS2KGE5OMvmAUxmfkNTkKHVNJ-_3ejglOP_A/s275/Paul+Norris.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="275" data-original-width="201" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_yDJrvHZYZR_5kt-kdQka4b1hUfb39WqlTseOfqIaek_FaeQZZhO2fFQJTko1TBop-jkTESaMJxHeSwXnjepvXdcqmF7yV4CiA3quiS2KGE5OMvmAUxmfkNTkKHVNJ-_3ejglOP_A/w292-h400/Paul+Norris.jpg" width="292" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Paul Norris.</i></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>ROBERT POLLAK [Amazing Heroes]:</b> <i>Por quantos anos você trabalhou na tira diária e dominical de </i>Brick Bradford?</div><div style="text-align: justify;"><b>PAUL NORRIS:</b> <i>Eu estava entrando no trigésimo sexto ano da minha carreira com a tira diária de </i>Brick Bradford.<i> Comecei a desenhá-la de forma anônima em 1951 quando a saúde de Clarence Gray começou a ficar ruim. Passei a assiná-la em 1952. Gray continuou com a tira dominical até a sua morte, em 1957 e foi a partir daí que assumi o controle das páginas dominicais. Eu estava desenhando as páginas dominicais de </i>Jungle Jim [Jim das Selvas]<i> (até 1954) quando o [Sindicato] King Features decidiu entregar a tira de Brick para mim.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Quais foram as tiras que você trabalhou antes disso?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>No final da década de 1930, eu desenhei uma tira dominical chamada </i>Scoop Lenz<i> para o Dayton (jornal diário de Ohio). Vim para Nova Iorque em 1940 para auxiliar Al Carreno na produção dos gibis do </i>Blue Beetle [Besouro Azul].<i> Não foi muito bom. Então comecei a trabalhar sozinho. Após fazer algumas histórias para gibis, recebi a tira de aventura do </i>Vic Jordan,<i> que era distribuída pelo Newspaper PM (1942–1943). Me juntei ao King Features para desenhar o </i>Agente Secreto X-9<i> em 1943 e depois fui para </i>Jungle Jim<i> (1948–1954).</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Você também escrevia as histórias além de fazer as artes?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>Sim. Eu estudei Jornalismo na faculdade e gostava de escrever tanto quanto desenhar. Escrevi inúmeras histórias para gibis: </i>Yank and Doodle, Power Nelson, Flash Gordon<i> e </i>Jungle Jim.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Quais foram as mudanças significantes nos personagens que foram feitas sob a sua direção [em </i>Brick Bradford<i>]?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>Eu estabeleci meus próprios personagens assim que foi possível. Naturalmente, eu mantive </i>Brick Bradford<i> bem como Ritt e Gray o criaram. Com o passar dos anos a tira se tornou o que eu queria que ela fosse e com isso fiquei mais confortável. </i>Brick Bradford<i> era realmente uma tira dos sonhos para produzir. Ela possuía uma vasta área para se explorar, era pura ficção científica.</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbIGbbUltwGic_1ZbIOgSihZNiiRWYQ3NkQ5l6INCWdLd42GopP25ouhWLuuuJCYybo8nlo_rYKmOQiTVXxkNXEHhSveau3tBcUyxZIUV0A0VQ26vO958Zbs3F8VhKiyA0v5mTIy0s/s2048/Brick+Bradford%252C+1+de+julho+de+1962.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1388" data-original-width="2048" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbIGbbUltwGic_1ZbIOgSihZNiiRWYQ3NkQ5l6INCWdLd42GopP25ouhWLuuuJCYybo8nlo_rYKmOQiTVXxkNXEHhSveau3tBcUyxZIUV0A0VQ26vO958Zbs3F8VhKiyA0v5mTIy0s/w517-h350/Brick+Bradford%252C+1+de+julho+de+1962.jpg" width="517" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Arte de Norris na tira de </i>Brick Bradford,<i> datada de 1 de julho de 1962.</i></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Você chegou a conhecer os criadores de </i>Brick Bradford,<i> [William] Ritt e [Clarence] Gray?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>Não, nunca conheci nenhum dos dois. Gray morava em Cleveland... E acho que o Ritt morava em Indianápolis. Eu morava em Nova Jersey. Em qualquer evento que ia, Ritt já tinha ido embora quando eu chegava ao local.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Por que </i>Brick Bradford<i> se aposentou com você?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>O que aconteceu foi o contrário. Eu me aposentei com Brick. Era uma decisão superior da Hearst Corporation e do King Features de encerrar a tira de Brick depois de cinquenta e três anos e meio. Eu tinha prometido a minha esposa Ann que eu iria me aposentar com 73 anos. O sindicato facilitou. A última tira saiu no dia 25 de abril, um dia antes do meu aniversário de 73 anos.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Quais foram os gibis que você trabalhou durante os últimos quarenta anos?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> Yank and Doodle e Power Nelson,<i> para a Prize Comics; o </i>Aquaman<i> original, para a DC Comics; </i>Flash Gordon,<i> para a Dell Comics; </i>Jungle Jim<i> pra Pine e Dell Comics; </i>Perry Mason,<i> para o King Features; </i>Captain Compass,<i> para a DC Comics; </i>Magnus, Aliens, Tarzan<i> e </i>Jungle Twins<i> para a Western; </i>Dyn-o-mite,<i> para a Hanna-Barbera; essas são algumas das várias que me esqueci.</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh97BqNz_UrVkS_uX0AN7dNVePMclzfyB2n_PqB-ob0v-RBTKaxg-Yny1WnNpKvtqfxJqtnzfBSvONaoc-zR4rVLfTYrM6UarlBvLThaOMXbQgAoa6EQ8VZe15Z2PSuNYxZsXF8in1g/s2048/Primeira+apari%25C3%25A7%25C3%25A3o+do+Aquaman.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1373" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh97BqNz_UrVkS_uX0AN7dNVePMclzfyB2n_PqB-ob0v-RBTKaxg-Yny1WnNpKvtqfxJqtnzfBSvONaoc-zR4rVLfTYrM6UarlBvLThaOMXbQgAoa6EQ8VZe15Z2PSuNYxZsXF8in1g/w430-h640/Primeira+apari%25C3%25A7%25C3%25A3o+do+Aquaman.jpg" width="430" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A primeira aparição do </i>Aquaman,<i> na revista</i><br />More Fun Comics<i> </i>#73,<i> de novembro de 1941.</i></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Você teve algum assistente durante esses anos?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>Não. Letristas, sim. E minha esposa, Ann, era muito ajudante quando o trabalho começava a pesar. Ela amava preencher aquelas áreas com preto. Durante o fim da década de 1960, fiz muitas artes à lápis para a Western Publishing, que eram finalizadas por Mike Royer. E isso foi o mais próximo que cheguei de ter um assistente.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Quais ilustradores e cartunistas você admira?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>Ilustradores: Matt Clark, Albert Dorne e Noel Sickles. Cartunistas: Al Carreno e Milton Caniff.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Quem foi sua maior influência estilística na indústria?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>Os artistas que eu mencionei acima tiveram uma grande influência em mim, mas eu nunca tentei imitá-los.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Você está planejando fazer algum trabalho com arte num futuro próximo ou distante?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>Não. Quando eu me aposentei, desmontei meu estúdio. Não parecia estar alinhado com minha ética de trabalho, porque eu era um workaholic, mas simplesmente desisti.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>RH [AH]:</b> <i>Muito obrigado pelo seu tempo. Sua carreira e contribuições são longas e excepcionais. Você tem algum comentário final que gostaria de fazer?</i></div><div style="text-align: justify;"><b>PN:</b> <i>Primeiramente, muito obrigado pelas perguntas e comentários. Eu sempre disse que me tornei um cartunista porque era a única ocupação que eu sabia que me permitiria dormir até tarde em manhãs chuvosas. Agora, depois de quarenta e oito anos de trabalho, é um prazer não precisar mais enfrentar prazos... E todas as manhãs passaram a ser tratadas como manhãs chuvosas desde então.</i></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-24964673752470015962021-01-24T00:00:00.001-03:002021-01-24T00:00:01.116-03:00"Everybody's Changing", de Keane<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju3SSuQ5sVwfQPO_SL_lSLPpQCs17Qxid-Sgp8b_21kJ0ClRnXfvtAKGpyc9MMUGrtyq4AJyu8-YZ7xacS97G8L30ycEsyfqa5l1Vte5EgR6K1C_vkl5JoP4POheUJNIuWmChy3rVo/s1083/Hopes+and+Fears%252C+Keane.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1077" data-original-width="1083" height="398" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju3SSuQ5sVwfQPO_SL_lSLPpQCs17Qxid-Sgp8b_21kJ0ClRnXfvtAKGpyc9MMUGrtyq4AJyu8-YZ7xacS97G8L30ycEsyfqa5l1Vte5EgR6K1C_vkl5JoP4POheUJNIuWmChy3rVo/w400-h398/Hopes+and+Fears%252C+Keane.jpg" width="400" /></a></div><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>PARTE DO ÁLBUM DE ESTREIA</b> da banda Keane, <i>Hopes and Fears</i> (2004), a canção <i>Everybody's Changing</i> fez sucesso após não ter se saído muito bem no começo. Saindo da 122ª posição na UK Singles Chart, após seu relançamento, subiu para a quarta música mais ouvida no Reino Unido.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>De acordo com Tim Rice-Oxley, cantor da banda e um dos autores da música, o significado por trás da letra vem de acontecimentos pessoais à banda:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: justify;">"Everybody's Changing<i> é, definitivamente, uma música sobre estar cansado da vida. Eu a escrevi numa época em que estávamos para baixo. Tinhamos desistido do sonho de ir para Londres e tivemos de nos retirar para Battle. Estávamos nos sentindo isolados como uma banda. Todos os nossos amigos estavam trilhando seus caminhos pelo mundo e a gente estava de volta à estaca zero."</i></div></blockquote></blockquote><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O mesmo foi dito por Richard Hughes, baterista da banda e também co-autor:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: justify;"><i>"A música é sobre tentar entender quem é você nesse mundo, enquanto as pessoas ao seu redor estão seguindo em frente e fazendo coisas diferentes. Tim a escreveu [...] enquanto estávamos em Battle sem saber pra onde ir e nos perguntando se estávamos realmente fazendo a coisa certa."</i></div></blockquote></blockquote><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Aparentemente, a canção foi certeira. Em agosto de 2006, a revista The Sun elegeu a canção como uma das <i>100 Melhores Músicas de Todos os Tempos</i> — deixando-a na posição 79.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Abaixo, além do vídeo da canção, deixo a letra traduzida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/RSNmgE6L8AU" width="320" youtube-src-id="RSNmgE6L8AU"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Keane, "Todos Estão Mudando"</b></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><i>Você diz que anda por sua própria terra</i></div><div style="text-align: center;"><i>Mas quando penso nisso</i></div><div style="text-align: center;"><i>Não consigo imaginar como</i></div><div style="text-align: center;"><i>Você sente dor, você se despedaça</i></div><div style="text-align: center;"><i>E eu vejo a dor em seus olhos</i></div><div style="text-align: center;"><i>Diz que todos estão mudando</i></div><div style="text-align: center;"><i>E eu não sei o motivo</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Tão pouco tempo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tente entender que eu estou</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tentando me mexer pra me manter no jogo, estou</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tentando me manter acordado e lembrando meu nome, mas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Todos estão mudando</i></div><div style="text-align: center;"><i>E eu não sinto o mesmo</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Você se foi daqui</i></div><div style="text-align: center;"><i>E em breve vai sumir</i></div><div style="text-align: center;"><i>Desaparecendo na bela luz</i></div><div style="text-align: center;"><i>Porque todos estão mudando</i></div><div style="text-align: center;"><i>E eu não me sinto certo</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Tão pouco tempo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tente entender que eu estou</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tentando me mexer pra me manter no jogo, estou</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tentando me manter acordado e lembrando meu nome, mas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Todos estão mudando</i></div><div style="text-align: center;"><i>E eu não sinto o mesmo</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Tão pouco tempo</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tente entender que eu estou</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tentando me mexer pra me manter no jogo, estou</i></div><div style="text-align: center;"><i>Tentando me manter acordado e lembrando meu nome, mas</i></div><div style="text-align: center;"><i>Todos estão mudando</i></div><div style="text-align: center;"><i>E eu não sinto o mesmo</i></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>Todos estão mudando</i></div><div style="text-align: center;"><i>E eu não sinto o mesmo</i></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-45624413845120203592021-01-17T00:00:00.029-03:002021-01-19T12:13:24.244-03:00Do dia em que quase fui preso em minha primeira vez dirigindo<div style="text-align: justify;"><b>PÓS-NATAL. MEU IRMÃO</b> Matheus, que mora fora, havia passado o feriado conosco aqui. Ele não mora tão longe assim, da casa dele para cá são aproximadamente vinte minutos, mas o local onde moramos agora não conta com transporte público acessível — escrevo "acessível" porque o único ônibus que passa aqui vem de trinta em trinta minutos. Portanto, meu irmão quase sempre retorna utilizando um destes aplicativos de transporte particular.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Mano, aproveita que você está recém-apto pra dirigir e me leva até a entrada do condomínio de carro?</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Nossa casa é a quadragésima quarta desde a entrada — umas sete ou oito quadras desde o começo do conjunto. Caminhar daqui até a saída exige algumas gotas de suor.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Avisei ao pessoal que iria levá-lo, peguei a chave e ouvi minha mãe:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Eu vou com vocês. Chegando na portaria, a gente troca e eu levo você em casa, Matheus.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Meu pai prontamente a interrompeu:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Pode ficar descansando na rede, meu amor. Eu levo o Matheus em casa. Mas você ainda vai até a portaria, Lucas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Entrei no carro. Fiz todos os ajustes necessários para dar a partida no veículo e, de quebra, ainda tomei a liberdade de escolher a trilha sonora que acompanharia o curto trajeto.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Liguei o veículo e saímos. Chegando à portaria, preparei-me para parar o carro antes da saída quando ouvi meu pai:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> — </span>Pode passar pelo portão. No estacionamento externo, trocamos de lugar.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>E assim foi feito. Mas não paramos no estacionamento externo para a tal troca.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Quer saber, Lucas? Segue em frente. Se a gente ver alguma blitz, paramos antes e fazemos a troca.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Um misto de nervoso e adrenalina me possuiu e senti uma leve empolgação: finalmente estava dirigindo pra valer! Nada de autoescola e suas limitações. Agora era eu e eu mesmo — obviamente, com tudo que aprendi na autoescola.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Continuamos o trajeto até chegar à avenida principal. Meu pai me ditava regras básicas sobre a conduta no volante e eu sentia a ironia do momento: estávamos claramente infringindo várias leis, mas ainda assim eu dirigia com prudência e supervisão.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Decidimos cortar caminho utilizando ruas traseiras. Ao virar à esquerda para entrar nessas ruas, um susto: um carro de Polícia grande, daqueles que carregam pessoas atrás, saía de uma das ruas que vinham à frente.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Você vai dirigir como quem já dirige há anos, Lucas. Basta seguir naturalmente.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Pelo retrovisor, vi meu irmão rir, mas ele também aparentava nervosismo. Abraçava sua mochila contra o corpo, como se há qualquer momento fossem lhe arrancar os pertences.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Segui o carro de Polícia por alguns bons quilômetros. Meu pai sugeriu evitarmos um cruzamento que havia à frente utilizando uma pequena curva esquerda-direita e foi isso o que fiz. Mas, do mesmo cruzamento à frente, o carro de Polícia ressurgira. E, dessa vez, me dava passagem. Era linha vez de ser seguido.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu sentia gotas e gotas de suor escorrerem pelo corpo, mas mantive a postura de piloto habilidoso.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>À frente, porém vimos o motivo daquele carro de Polícia que agora nos seguia estar ali, existindo.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Pai, aquele é outro carro de Polícia?</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Meu pai demorou a responder.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Filho... — ele finalmente disse, dando mais uma pausa antes de falar: — Reduz a velocidade, diminui o farol e liga a luz interna.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Fiz tudo de forma rápida e acho que ainda coloquei o farol em posição errada antes de acertar o "baixo" no painel do carro. Paramos por completo.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O carro que nos seguia parou ao nosso lado, e dele saíram quatro policiais armados. O primeiro parou de frente para nós. Um segundo foi pro lado do meu pai e nos deu boa-noite.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Boa noite — respondeu meu pai. — Podemos ficar aqui ou é melhor que saiamos daqui?</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Podem ficar. Estamos finalizando uma averiguação.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>No outro carro que já estava parado, um policial conferia documentos de dois homens que estavam numa moto. Um outro policial andava com uma lanterna na mão, iluminando os canteiros em busca de alguma possível coisa que pudesse ter sido jogada fora.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu tentava manter o controle ao volante. Fingia curtir a música que estava tocando, mas confesso que não fazia ideia do que estava tocando naquela hora. Em minha cabeça, eu apenas repetia pra mim mesmo:</div><div style="text-align: justify;"><i><span style="white-space: pre;"> </span>Eu não acredito que vamos ser presos justamente em minha primeira saída de carro. Eu nem trouxe documento algum! A ideia era ir ate a portaria e nada mais! E agora eu vou ser preso e meu pai também vai ser preso e meu irmão que não tem nada a ver com isso também vai ser preso!</i></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Não sei ao certo quanto tempo se passou, mas parecia uma eternidade infinita. (Tenho a plena consciência do pleonasmo aqui aplicado, mas é para reforçar que o tempo parecia ter congelado mesmo durante tudo que se passou.) E, de repente, os dois homens da moto ligaram o veículo e saíram. Tinham sido liberados. Os quatro policiais armados entraram no carro ao nosso lado, deram mais um boa-noite e saíram de ré. O carro que fechava a rua à frente também saiu, seguindo o outro.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Engatei a primeira marcha e saí devagar. Esqueci de mudar a marcha por um tempo, depois. Precisava respirar um pouco.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Gente, eu tô pingando de suor.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Risos vieram do meu pai e do meu irmão. Eu acabei rindo junto. Meu pai disse a frase que resumiu todo o passeio:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>— Eles procuravam os infratores e não faziam ideia de que eles estavam bem em sua frente mesmo, mas não numa moto e sim num carro.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Assim que deixei meu irmão em sua casa, saí do volante pra me despedir dele e foi a deixa. Eu não traria o carro de volta de jeito algum.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>E desde então não dirigi mais. Ainda preciso buscar minha carteira de motorista — que está pronta, mas precisa de agendamento prévio pra retirada.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Pra uma primeira vez ao volante, claramente não me esquecerei dessa aventura...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><i><b>Lucas Cristovam, 11 de janeiro de 2021,</b></i></div><div style="text-align: center;"><i><b>Parnamirim, Rio Grande do Norte, Brasil.</b></i></div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-62000225196509409972020-12-13T00:00:00.005-03:002021-01-12T11:58:47.484-03:00A encomenda da amizade<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRjg41Yk2JKzUlPczsNAFn36KbIygvohyphenhyphenn2tv1mMiVpiX3PSV3-dCamYGkcio5moaFAtpU1KQ_7DKAOqp0_rsRZeoBtDfg9QeakPBaNZhOXCZciivEipmaGYfFg6NWSuN2fIYv6vCg/s2048/A+encomenda+da+amizade.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="2048" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRjg41Yk2JKzUlPczsNAFn36KbIygvohyphenhyphenn2tv1mMiVpiX3PSV3-dCamYGkcio5moaFAtpU1KQ_7DKAOqp0_rsRZeoBtDfg9QeakPBaNZhOXCZciivEipmaGYfFg6NWSuN2fIYv6vCg/w502-h282/A+encomenda+da+amizade.png" width="502" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>“POSSO DEIXAR A BICICLETA</b> aqui enquanto pego uma encomenda?” </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Eu tinha acabado de chegar à portaria. Aqui, no condomínio onde estou morando, as entregas não são feitas diretamente nas casas. Pelo contrário, ficam na entrada do condomínio, onde são registradas como recebidas e aguardam nossa retirada. Desde que me mudei pra cá, nunca entendi direito porque isso acontece. Explico: literalmente todas as casas do condomínio possuem aquela caixinha de correio no gramado da frente. E literalmente nenhuma das casas recebe nada nessa caixinha. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O segurança da portaria me deu um O.K. com a cabeça. Apoiei a bicicleta em seu suporte e subi os degraus da portaria. Bati na porta, pedi minha encomenda, assinei o caderno de registro, agradeci ao porteiro e voltei à bicicleta. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Mais um quadrinho pra coleção”, disse ao segurança sorrindo. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Qual é esse aí?” </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>A pergunta com certeza me surpreendeu. Respondi o nome. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Rapaz, esse daí é bom demais. Eu preciso terminar de assistir à versão animada.” </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mais uma surpresa. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Espera, você conhece!?” </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Acho que aqui vale mais uma explicação: eu até hoje não perguntei, mas tenho a certeza de que esse segurança possui mais de quarenta anos. É um chute. Bem chute mesmo. Não imaginava que as pessoas com mais de quarenta anos assistiam desenhos animados, ainda mais se tratando dos com origem japonesa. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Se conheço! Esse daí é um dos meus favoritos. Só não superou aquele outro, aquele outro com certeza é melhor, mas esse daí é muito bom também. Quer dizer que esse daí é uma história em quadrinhos?” </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Procedi para explicar que a maioria dos desenhos animados de origem japonesa nascem das histórias em quadrinhos e então são adaptados para as telas. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Que curioso... Eu não sabia disso.”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Fez uma pausa e então disse:</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Mas, ei, você é novo por aqui? Ainda não te vi pelo condomínio...”</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“Sim, sou novo por aqui. Eu e minha família somos daquela casa que fica no final da rua.” </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>“A nova casa colonial? Então aquele quarto com a parede repleta de livros é seu?” </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Mais uma surpresa. E mais uma explicação também: recentemente, decidi que ia preencher uma parede inteira do meu quarto com minha coleção pessoal. São seis prateleiras repletas dos mais variados livros. Ela chama uma boa atenção quando vista da rua, justamente por ocupar um espaço grande. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Pois bem, após confirmar que, realmente, o quarto era meu, ficamos a conversar por um bom tempo sobre minha coleção e o que ele conhecia da lista. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>E foi graças a uma encomenda que eu fiz uma baita amizade. Durante as rondas noturnas, esse segurança sempre para aqui na frente e ficamos batendo um papo sobre os mais variados assuntos, desde livros e quadrinhos até filosofias de vida e reflexões. </div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Abençoada seja aquela encomenda!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><i><b>Lucas Cristovam, 12 de dezembro de 2020,</b></i></div><div style="text-align: center;"><i><b>Parnamirim, Rio Grande do Norte, Brasil.</b></i></div></div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6697119989471029115.post-8830074868078452222020-12-10T23:01:00.006-03:002020-12-14T10:50:03.643-03:00Carta aberta à Panini Comics Brasil e sua linha editorial Planet Manga<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWGt0wzBlyJIF2iKKFYawOhkwxVsCP7AqbE0J2w5-ueyDwTaozY2lVC8dFhpc4Ptye55KIOIZd2Xa7wmVpP1o-qqUnX4bzo-uuME0fyFoc-amJXefZitQ5gM4KUb_8cvmcQpAvlPBX/s2048/Carta+aberta.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="2048" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWGt0wzBlyJIF2iKKFYawOhkwxVsCP7AqbE0J2w5-ueyDwTaozY2lVC8dFhpc4Ptye55KIOIZd2Xa7wmVpP1o-qqUnX4bzo-uuME0fyFoc-amJXefZitQ5gM4KUb_8cvmcQpAvlPBX/w538-h303/Carta+aberta.png" width="538" /></a></div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>O ANO DE 2020</b> trouxe a todos os desafios de uma pandemia de nível mundial. Entre as inúmeras dificuldades — que foram consequências trazidas pela pandemia —, o isolamento social tem sido uma das maiores batalhas enfrentadas por muitos. Já existia uma preocupação imensa com relação aos problemas psicológicos que enfrentamos no século atual e houve um agravamento que teve seu desencadeamento justamente durante o período atual que vivemos. Porém, no meio de tantas notícias ruins e um cenário de desesperança, os pequenos prazeres da vida se tornaram peça fundamental para manter nosso cérebro são.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Um destes prazeres é o da leitura. Através dela, temos a possibilidade de uma fuga da realidade que nos cerca, assim como um respiro, uma pausa. A leitura tem gigantesca importância no alívio de sintomas como o estresse e a ansiedade, além de ajudar na avaliação de novas perspectivas e respostas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Como leitor, tenho como gênero favorito as histórias em quadrinhos, e me aventuro em diferentes histórias e universos. E uma das vertentes dos quadrinhos que mais me empolgam é a leitura de mangás, os quadrinhos de origem japonesa. Como colecionador, colecionei e coleciono alguns títulos de mangás publicados aqui no Brasil. Cito, como exemplo dos lançados pela editora que coleciono atualmente, o mangá de "Lobo Solitário" (em publicação, mas completo com 28 volumes) e o mangá de "Naruto Gold" (em publicação, mas completo com 72 volumes). Mas manter estas coleções em andamento durante a pandemia se tornou uma coisa difícil devido ao aumento dos preços.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>É compreensível ter reajustes anuais, pois entendo que, ano após ano, com o aumento de tributos econômicos, os valores de matérias-primas, por exemplo, também aumentam e o reajuste se torna necessário para acompanhar tais aumentos. Mas sinto-me ferido quando os reajustes acontecem de modo desenfreado, como aconteceram com o citado "Naruto Gold". Ficaremos com ele como exemplo — afinal de contas, minha coleção de "Lobo Solitário" ficou abandonada quando o valor de R$ 29,90 foi anunciado, pois o mangá se tornara impossível de continuar a ser colecionado para mim.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>O primeiro volume de "Naruto Gold" que foi lançado em 2020, #54, teve, como valor de capa, R$ 20,90, e seu lançamento se deu em janeiro. Em fevereiro, o reajuste anual já mencionado, veio, e o volume seguinte, #55, teve um aumento de R$ 2,00 no valor final, indo para R$ 22,90. Porém, em meio à pandemia, um novo reajuste foi feito, e mais R$ 2,00 foram adicionados à edição #64, lançada em outubro último, com valor de capa de R$ 24,90. E, agora, três edições depois, um novo reajuste é anunciado na data em que escrevo esta carta — 10 de dezembro de 2020 —, e o valor de R$ 29,90 irá ser o novo valor a partir de janeiro de 2021.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Gosto sempre de citar "Naruto Gold" como exemplo quando me refiro aos preços e reajustes* pois o mangá teve um aumento de quase 100% do seu valor inicial (para ser mais preciso, 77% de aumento) em apenas 5 anos de publicação. E "Naruto Gold" é um dos mangás mais curiosos lançados pela editora: sua edição traz capa cartão com detalhes de laminação dourada, miolo em papel offset e um pôster encartado em couchê. Em minha <a href="http://lucascristovam.blogspot.com/2015/09/naruto-gold-sera-que-vale-pena.html" target="_blank">primeira postagem que inaugurou meu blog pessoal,</a> em setembro de 2015, escrevi sobre o lançamento da edição e discuti se valeria a pena ou não colecionar. Na época, o preço de lançamento de R$ 16,90 já era alto para o padrão (que custava R$ 13,90, em média). Lembro de elogiar o uso de papel offset, pois elevava a qualidade da impressão, além da diagramação interna atenciosa (que ainda é meu ponto favorito no trabalho realizado por vocês) e o novo design de quarta capa, com a sinopse do volume e o detalhe da ilustração em destaque. Como "contras", citei exatamente o valor e o fato da edição não ter "nada de mais" em comparação a outros mangás, além do papel.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Aliás, o papel é apenas um dos problemas que "Naruto Gold" encontrou no caminho. A baixa gramatura traz, como contraste, uma transparência que permite ver o verso da página com facilidade. Além disso, a encadernação do volume não teve sucesso, e a maioria dos que possuo em minha coleção têm ondulações (que endurecem o folheamento do volume) e também o famoso "estralamento" das páginas, que sempre produzem som ao serem folheadas.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Certo, mesmo assim, decidi que iria encarar a longa jornada de colecionar "Naruto Gold" — primeiro, porque nunca tinha lido a história e, segundo, porque queria ter a experiência — e cá estou eu, 5 anos e meio depois (e a apenas 6 edições do fim da coleção), escrevendo esta carta aberta para perguntar o que aconteceu para que o valor aumentasse tanto em tão pouco tempo.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>E quem dera que fosse apenas o valor de "Naruto Gold". Alguns mangás recém-lançados que completaram pouco mais de 10 edições — como "Demon Slayer", "Dr. Stone", "Fire Force" e "Boruto: Naruto Next Generations" — e outros que acabaram de ser anunciados — como "Kaguya-sama" e "Chainsaw Man" —, todos tiveram reajustes para tal valor de R$ 29,90. E, em meio às inúmeras reclamações que foram feitas ao longo deste ano (e há mais tempo) — baixa tiragem de mangás; erros de revisão; problemas com entregas, assinaturas e atendimento; envio de edição antiga no lugar de relançamento — a que eu mais gostaria de destacar e questionar é a falta de clareza da empresa com seus consumidores. Tais atitudes só reforçam o afastamento de leitores do prazer já mencionado causado pela leitura e, por consequência, a perda de clientes.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Como leitor, colecionador e consumidor, sinto-me no direito de demandar uma resposta, em meu nome e em nome de muitos outros que lerão esta carta aberta.</div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span>Desde já, agradeço pela leitura. Tenho certeza que, diante da manifestação pública desta indignação, os responsáveis da empresa Panini Comics Brasil, e sua linha editorial Planet Manga, tomarão providências para melhorar esta situação, trazendo uma resposta para todos nós.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="white-space: pre;"> </span><i>Atenciosamente,</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Lucas Cristovam</div><div style="text-align: right;">(em nome de muitos outros)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;">Parnamirim, Rio Grande do Norte, Brasil</div><div style="text-align: right;">10 de dezembro de 2020</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">—</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">* O mangá de "Naruto Gold" foi lançado a R$ 16,90 e seu valor foi alterado 6 vezes desde o primeiro volume, mudando para: R$ 17,90; R$ 18,90; R$ 20,90; R$ 22,90; R$ 24,90; e R$ 29,90, até o momento desta postagem.</div>Lucas Cristovamhttp://www.blogger.com/profile/13122366458703841802noreply@blogger.com7